Interpretação de Juízes 14
Em Juízes 14, Sansão, agora um jovem, deseja se casar com uma filisteia de Timna. Apesar das objeções de seus pais, Samson insiste em buscar esse casamento. Durante uma viagem a Timna, Sansão encontra um leão, que ele mata com as próprias mãos. Ao retornar, ele descobre que as abelhas criaram mel dentro da carcaça do leão. Sansão usa esse incidente para propor um enigma aos convidados filisteus em sua festa de casamento.
Frustrados por sua incapacidade de resolver o enigma, os convidados filisteus pressionam a esposa de Sansão para obter a resposta dele. Sansão finalmente revela a resposta para sua esposa, e ela a compartilha com os filisteus. Com raiva, Sansão mata trinta filisteus para cumprir sua promessa de fornecer-lhes as roupas que havia apostado no enigma.
O capítulo apresenta a natureza forte e impulsiva de Sansão, destacando sua vontade de se envolver com os filisteus, bem como a complexa dinâmica entre os israelitas e os filisteus.
Juízes 14 prepara o terreno para as futuras interações de Sansão com os filisteus e prenuncia os desafios e conflitos que ele enfrentará como juiz de Israel.
Juízes 14
14:1. Desceu Sansão a Timna. Timna estava localizada a 4,8kms a sudoeste de Bete-Semes, na fronteira do território de Judá. Nessa ocasião parece que estava ocupada pelos filisteus, pois Sansão decidiu casar-se com uma moça filistéia que conheceu em Timna.
14:2. Tomai-ma, pois, por esposa. Os casamentos eram negociados pelos pais (cons. Gn. 21:21).
14:4. Isto vinha do Senhor. O historiador sagrado viu a exigência de Sansão à luz dos seus resultados. Os pais de Sansão não podiam prever que o desejo do seu filho de casar-se com uma mulher dos “incircuncisos filisteus” resultaria finalmente na destruição de muitos dos inimigos de Israel. As palavras, pois procurava ocasião contra os filisteus, podem se referir a Deus ou a Sansão. À vista da natureza teológica da declaração anterior, parece melhor aceitar que Deus, através do casamento de Sansão, estava procurando derrotar os filisteus.
14:5. Eis que um leão novo, bramando, lhe saiu ao encontro. Sansão estava a caminho de Timna, na companhia de seus pais, quando um filhote de leão já bem desenvolvido atacou-o. Com as mãos nuas Sansão rasgou o animal pelo meio. A fonte desta força física, de acordo com as Escrituras, era o Espírito do Senhor, que concedera forças ao jovem na emergência.
14:8. Apartando-se do caminho a ver o corpo do leão morto. Em outra viagem ao longo do mesmo caminho, Sansão notou que havia um enxame de abelhas e um pouco de mel na carcaça do leão. Abelhas não se aproximariam de uma carcaça podre. Em um clima quente e seco, contudo, um corpo morto pode secar em um espaço de tempo muito curto. A carcaça do leão secou rapidamente, e quando Sansão passou a próxima vez pela estrada, ela continha um enxame de abanas com mel.
14:9. Tomou o favo nas mãos. Leia, antes, raspou-o com as mãos. Foi uma violação do código nazireu, o qual proibia contato com uma carcaça. Este pode ser o motivo porque Sansão não contou a seus pais onde tinha encontrado o mel.
14:10. Fez Sansão ali um banquete. Fez o banquete na casa de sua noiva. O pai de Sansão estava presente, mas os demais convidados eram filisteus.
14:12. Dar-vos-ei um enigma a decifrar. Enigmas eram uma espécie de divertimento. Mais tarde, a rainha de Sabá foi testar a sabedoria de Salomão com enigmas (I Reis 10:1). Neste caso, Sansão limitou o tempo para a solução do enigma à semana das festividades do casamento. Apostou trinta vestes de linho (sadin) e trinta vestes festivais (halipa), uma para cada companheiro, se os homens resolvessem o enigma. Se não conseguissem desvendá-lo, eles lhe dariam o mesmo. O sadin era uma roupa feita de linho fino, de formato retangular, que era usado com roupa de baixo junto ao corpo ou como capa por cima da roupa. O halipa era uma roupa usada em ocasiões festivas e não todos os dias.
14:14. Do comedor saiu comida, é do forte saiu doçura. A RSV traduz assim: “Do comedor veio algo a comer; do forte veio algo doce”. Sem a “dica” do leão e do enxame das abelhas, os convidados não resolveriam o enigma de Sansão.
14:15. Persuade a teu marido que nos declare o enigma. Os filisteus apelaram para sua conterrânea, a esposa de Sansão, a que descobrisse a resposta. Deixaram claro que, em caso contrário, ela morreria queimada. Em 15:6, tal queima é realizada.
14:17. Ela chorava diante dele os sete dias. De acordo com o texto hebraico os filisteus tentaram resolver o enigma durante três dias (v. 14), apelaram para a esposa de Sansão no sétimo (v. 15), e ela “chorava diante dele os sete dias” (v. 17). A LXX e a versão siríaca colocam o apelo à esposa de Sansão no quarto dia. Rashi sugere que os sete dias referiam-se realmente aos dias restantes da semana. Ao sétimo dá lhe declarou. A insistência e as lágrimas amoleceram Sansão e ele contou a sua esposa a solução do enigma.
14:18. Se vós não lavrásseis com a minha novilha, nunca teríeis descoberto o meu enigma. O uso da expressão novilha era uma alusão desdenhosa à esposa que traíra o segredo do marido.
14:19. Desceu aos ascalonitas, matou deles trinta homens, despojou-os e as suas vestes festivais deu-as aos que declararam o enigma. Sansão pagou seus “companheiros” com roupas tiradas de trinta homens que ele matou em Ascalom, a uma distância de 37kms, na costa do Mediterrâneo. Logo após, ele subiu à casa de seu pai. As festividades do casamento duravam sete dias, mas o casamento propriamente dito não se consumava até o sétimo dia. No dia em que devia ser consumado, os companheiros de Sansão apresentaram a solução do enigma, comprovando a cumplicidade de sua esposa. Sansão, então, retornou a sua casa sem consumar o casamento.
14:20. Ao companheiro de honra de Sansão foi dada por mulher a esposa deste. A fuga de Sansão deixou a noiva sem um marido para que o casamento fosse consumado, o que a colocava em situação vergonhosa. O casamento, contudo, foi consumado com o companheiro ou “padrinho” de Sansão que tomou a noiva por esposa.
Índice: Juízes 1 Juízes 2 Juízes 3 Juízes 4 Juízes 5 Juízes 6 Juízes 7 Juízes 8 Juízes 9 Juízes 10 Juízes 11 Juízes 12 Juízes 13 Juízes 14 Juízes 15 Juízes 16 Juízes 17 Juízes 18 Juízes 19 Juízes 20 Juízes 21
Frustrados por sua incapacidade de resolver o enigma, os convidados filisteus pressionam a esposa de Sansão para obter a resposta dele. Sansão finalmente revela a resposta para sua esposa, e ela a compartilha com os filisteus. Com raiva, Sansão mata trinta filisteus para cumprir sua promessa de fornecer-lhes as roupas que havia apostado no enigma.
O capítulo apresenta a natureza forte e impulsiva de Sansão, destacando sua vontade de se envolver com os filisteus, bem como a complexa dinâmica entre os israelitas e os filisteus.
Juízes 14 prepara o terreno para as futuras interações de Sansão com os filisteus e prenuncia os desafios e conflitos que ele enfrentará como juiz de Israel.
Juízes 14
14:1. Desceu Sansão a Timna. Timna estava localizada a 4,8kms a sudoeste de Bete-Semes, na fronteira do território de Judá. Nessa ocasião parece que estava ocupada pelos filisteus, pois Sansão decidiu casar-se com uma moça filistéia que conheceu em Timna.
14:2. Tomai-ma, pois, por esposa. Os casamentos eram negociados pelos pais (cons. Gn. 21:21).
14:4. Isto vinha do Senhor. O historiador sagrado viu a exigência de Sansão à luz dos seus resultados. Os pais de Sansão não podiam prever que o desejo do seu filho de casar-se com uma mulher dos “incircuncisos filisteus” resultaria finalmente na destruição de muitos dos inimigos de Israel. As palavras, pois procurava ocasião contra os filisteus, podem se referir a Deus ou a Sansão. À vista da natureza teológica da declaração anterior, parece melhor aceitar que Deus, através do casamento de Sansão, estava procurando derrotar os filisteus.
14:5. Eis que um leão novo, bramando, lhe saiu ao encontro. Sansão estava a caminho de Timna, na companhia de seus pais, quando um filhote de leão já bem desenvolvido atacou-o. Com as mãos nuas Sansão rasgou o animal pelo meio. A fonte desta força física, de acordo com as Escrituras, era o Espírito do Senhor, que concedera forças ao jovem na emergência.
14:8. Apartando-se do caminho a ver o corpo do leão morto. Em outra viagem ao longo do mesmo caminho, Sansão notou que havia um enxame de abelhas e um pouco de mel na carcaça do leão. Abelhas não se aproximariam de uma carcaça podre. Em um clima quente e seco, contudo, um corpo morto pode secar em um espaço de tempo muito curto. A carcaça do leão secou rapidamente, e quando Sansão passou a próxima vez pela estrada, ela continha um enxame de abanas com mel.
14:9. Tomou o favo nas mãos. Leia, antes, raspou-o com as mãos. Foi uma violação do código nazireu, o qual proibia contato com uma carcaça. Este pode ser o motivo porque Sansão não contou a seus pais onde tinha encontrado o mel.
14:10. Fez Sansão ali um banquete. Fez o banquete na casa de sua noiva. O pai de Sansão estava presente, mas os demais convidados eram filisteus.
14:12. Dar-vos-ei um enigma a decifrar. Enigmas eram uma espécie de divertimento. Mais tarde, a rainha de Sabá foi testar a sabedoria de Salomão com enigmas (I Reis 10:1). Neste caso, Sansão limitou o tempo para a solução do enigma à semana das festividades do casamento. Apostou trinta vestes de linho (sadin) e trinta vestes festivais (halipa), uma para cada companheiro, se os homens resolvessem o enigma. Se não conseguissem desvendá-lo, eles lhe dariam o mesmo. O sadin era uma roupa feita de linho fino, de formato retangular, que era usado com roupa de baixo junto ao corpo ou como capa por cima da roupa. O halipa era uma roupa usada em ocasiões festivas e não todos os dias.
14:14. Do comedor saiu comida, é do forte saiu doçura. A RSV traduz assim: “Do comedor veio algo a comer; do forte veio algo doce”. Sem a “dica” do leão e do enxame das abelhas, os convidados não resolveriam o enigma de Sansão.
14:15. Persuade a teu marido que nos declare o enigma. Os filisteus apelaram para sua conterrânea, a esposa de Sansão, a que descobrisse a resposta. Deixaram claro que, em caso contrário, ela morreria queimada. Em 15:6, tal queima é realizada.
14:17. Ela chorava diante dele os sete dias. De acordo com o texto hebraico os filisteus tentaram resolver o enigma durante três dias (v. 14), apelaram para a esposa de Sansão no sétimo (v. 15), e ela “chorava diante dele os sete dias” (v. 17). A LXX e a versão siríaca colocam o apelo à esposa de Sansão no quarto dia. Rashi sugere que os sete dias referiam-se realmente aos dias restantes da semana. Ao sétimo dá lhe declarou. A insistência e as lágrimas amoleceram Sansão e ele contou a sua esposa a solução do enigma.
14:18. Se vós não lavrásseis com a minha novilha, nunca teríeis descoberto o meu enigma. O uso da expressão novilha era uma alusão desdenhosa à esposa que traíra o segredo do marido.
14:19. Desceu aos ascalonitas, matou deles trinta homens, despojou-os e as suas vestes festivais deu-as aos que declararam o enigma. Sansão pagou seus “companheiros” com roupas tiradas de trinta homens que ele matou em Ascalom, a uma distância de 37kms, na costa do Mediterrâneo. Logo após, ele subiu à casa de seu pai. As festividades do casamento duravam sete dias, mas o casamento propriamente dito não se consumava até o sétimo dia. No dia em que devia ser consumado, os companheiros de Sansão apresentaram a solução do enigma, comprovando a cumplicidade de sua esposa. Sansão, então, retornou a sua casa sem consumar o casamento.
14:20. Ao companheiro de honra de Sansão foi dada por mulher a esposa deste. A fuga de Sansão deixou a noiva sem um marido para que o casamento fosse consumado, o que a colocava em situação vergonhosa. O casamento, contudo, foi consumado com o companheiro ou “padrinho” de Sansão que tomou a noiva por esposa.
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