Temor — Estudos Bíblicos
TEMOR
O medo é uma das
principais emoções humanas. Ver o artigo geral sobre as Emoções. O
trecho de Hebreus 2:15 reconhece quão importante é essa emoção, dentro da
experiência humana, decifrando que, por causa do temor da morte, os homens
passam a vida inteira na escravidão ao diabo. Existem temores benéficos e
temores prejudiciais. O melhor temor de todos é o temor a Deus e às
coisas que devemos evitar. Os temores prejudiciais são
desnecessários, além de demonstrarem imaturidade e falta de fé.
I. Temores
Benéficos
1. O Temor a Deus.
Deus é o mais apropriado objeto do nosso temor (|sa. 8:13). Deus é o autor
do nosso temor (Jer. 32:39), o temor a Deus consiste no ódio ao mal (Pro.
8:13), na sabedoria (Jó 28:28; Sal. 111:10). O temor a Deus é um tesouro
para os santos (Pro. 15:16); serve-lhes de força santificadora (Sal.
19:7-9). O temor a Deus nos é ordenado (Deu. 13:4 Sal. 22:23). É inspirado
pela santidade de Deus (Apo. 15:4). A grandeza de Deus nos inspira
a temê-lo (Deu. 10:12). A bondade de Deus leva-nos também a temê-lo (I
Sam. 12:24). O temor a Deus conquista o perdão divino (Sal. 130:4). As
admiráveis obras de Deus inspiram-nos ao temor a Deus (Jos. 4:23,24). Os
juízos de Deus levam os homens a temê-lo (Apo. 14:17). O temor a Deus é
algo necessário como parte da adoração ao Senhor (Sal. 5:7). Faz parte do
serviço que prestamos a Deus (Sal. 2:11; Heb. 12:28). O temor a Deus
inspira os homens a um governo justo (II Sam. 23:3). O temor a Deus é uma
influência aperfeiçoadora (II Cor. 7:11). As Escrituras ajudam-nos a
compreender o temor a Deus (Pro. 2:3-5).
2. O Temor a Deus
Residente no Homem. Aqueles em quem há o temor a Deus agradam o Senhor
Deus (Sal. 147:11). Deus compadece-se dos tais (Sal. 103:13). Eles são
aceitos por Deus (Atos 10:35). Eles recebem de sua misericórdia (Sal.
103:11,17; Luc. 1:50), eles confiam em Deus (Sal. 115:11; Pro. 14:26).
Eles afastam-se do mal (Pro. 16:6); eles têm comunhão com pessoas dotadas
das mesmas atitudes santificadas (Mal. 3:16). Deus cumpre os
desejos daqueles que o temem (Sal. 145:19), e a vida deles é prolongada
na terra (Pro. 10:27).
3. O Temor a Deus como
uma Virtude. Os homens deveríam orar a fim de receberem o temor a Deus
(Sal. 86:11). O temor a Deus é exibido na vida cristã autêntica (Col. 3:22).
Também demonstramos nosso temor a Deus quando damos aos nossos semelhantes
uma razão para a nossa expectação espiritual (I Ped. 3:15). O temor
a Deus é uma atitude que deveriamos manter com constância (Deu. 14:23;
Pro. 23:17). Deveriamos ensinar aos outros o temor a Deus (Sal. 34:11).
Quem teme a Deus tem vários pontos de vantagem (Pro. 15:16; 19:23; Ecl.
8:12,13). Os ímpios, por sua vez, não sabem o que é temer a Deus (Sal.
36:1; Pro. 1:29; Rom. 3:18).
II. Temores
Prejudiciais
1. O principal temor
prejudicial é o medo da morte, que escraviza os homens que não têm
confiança no Senhor (Heb. 2:15).
2. Há quem tema aos
homens, que passam a governar-lhes a vida desnecessariamente (Rom. 13:6).
O remédio para isso é a fé em Deus, a qual não permite que homens
irracionais e malignos nos prejudiquem. O temor ao homem assemelha-se a
uma armadilha (Pro. 29:25).
3. Qualquer temor
prejudicial serve somente para encher a mente de ansiedade (Mat. 6:25 ss).
A cura para esse tipo de temor é o reconhecimento de que Deus é o nosso
Pai, e de que ele cuida de nós. As pessoas temem não obter as provisões
básicas para as necessidades físicas, e esse temor chega a atormentá-las
diariamente. Porém, se buscarmos em primeiro lugar ao Reino de Deus, e
à sua justiça, então obteremos a vitória sobre o medo, porque
veremos que tal receio não tem qualquer fundamento na realidade.
4. Há temores que
resultam de nossa participação no pecado (Gên. 3:10; Pro. 28:1). Os ímpios
fogem mesmo quando ninguém os está perseguindo. O senso de culpa de Caim
fê-lo ficar fugindo (Gên. 4:14). O senso de culpa de Herodes fê-lo
sentir-se um miserável e temeroso, depois que mandara decapitar João
Batista (Mat. 14:1 ss). Os ímpios são assaltados por todas as formas de
temores e de pressentimentos, de coisas que lhes podem acontecer (Jó 5:21;
Isa. 7:25; 8:6; Apo. 18:10,15).
III. O Temor
a Deus no Tocante à Salvação
É-nos ordenado que
ponhamos em prática (em nossa versão portuguesa, «desenvolver») a nossa
salvação, com temor e tremor, reconhecendo que poderemos fracassar, a menos que
apliquemos os meios da graça, cuidando também para que o poder do Espirito
opere em nós (Filipenses. 2:12 ). Ver o comentário sobre esse importante
versículo, para a vida cristã, no NTI. Nesse e em outros sentidos,
igualmente, o temor ao Senhor é o princípio da sabedoria (Pro. 9:10; Sal.
111:1).
IV. O Banimento do
Temor
As Escrituras ensinam-nos
como podemos banir o temor negativo ou prejudicial de nossas vidas, conforme se
vê nos pontos abaixo discriminados:
1. Experimentando a
presença de Deus em nossas vidas. «Ainda que eu ande pelo vale da sombra
da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo...» (Sal. 23:4).
2. Mediante o poder
protetor de Deus, através da fé. Deus servia de escudo para Abraão (Gên.
15:1).
3. Através da confiança
no poder remidor de Deus. «Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo
teu nome, tu és meu» (Isa. 43:1,5).
4. A manifestação de Deus
dissipa todo o temor Êxo. 3:6; Luc. 1:30; 2:1; Mat. 14:26; 17:6 ss).
5. Há ajudantes
espirituais que nos auxiliam para banirmos o temor (Mat. 26:53).
6. O amor cristão, uma
vez aperfeiçoado, o que inclui a confiança no amor que Deus tem por nós,
expulsa o temor de nossos corações. Isso envolve a liberdade do temor da
morte, que é, precisamente, o castigo que sobrevêm aos iníquos. Ver I João
4,18.
7. A confiança na
benevolência de Deus nos alivia de nossos temores no tocante à fome, aos
sofrimentos e a qualquer forma de carência. Luc. 12:32; Mat. 6:25 ss.
1. Abraão (Gên. 22:12);
2. José (Gên. 39:9); 3. Obadias (I Reis 18:12); 4. Neemias (Nee. 5:15); 5.
Jó (Jó 1:1,8); 6. Os crentes primitivos (Atos 9:31); 7. Cornélio (Atos 10:2);
8. Noé (Heb. 11:7).