Tempestade — Estudos Bíblicos

Tempestade — Estudos Bíblicos

Tempestade — Estudos Bíblicos



TEMPESTADE

Precisamos considerar cinco palavras hebraicas e quatro palavras gregas, a saber:
1. Suphah, “tufão”, “furacão”. Esse vocábulo hebraico é empregado por quinze vezes, nas páginas do Antigo Testamento: Jó 21:28; 27:20; Sal. 83:15; 37:9; Pro. 1:27; 10:25; Isa. 5:28; 17:13; 21:1; 29:6; 66:15; Jer. 4:13; Osé. 8:7; Amós 1:14 e Num. 1:3.
2. Searah, “vendaval”. Palavra hebraica que aparece por catorze vezes, como em II Reis 2:1,11; Jó 38;1; 40:6; Isa. 40:24; 41:16; Jer. 23:19; 30:23; Zac. 9:14; Sal. 107:25,29; 148:8; Eze. 13:11,13; Naum. 1:3.
3. Saar, “tempestade”. Palavra hebraica que é usada por apenas uma vez, em Isa. 28:2.
4. Zerem, “tempestade”, “inundação”. Palavra hebraica que é utilizada por nove vezes: Isa. 4:6; 25:4; 28:2; 30:30; 32:2; Hab. 3:10; Jó 24:8.
5. Saah, “agitação”, “arremetida”. Termo hebraico usado somente por uma vez, no particípio, em Sal. 55:8.
6. Laílaps, “tufão”, “furacão”, “vendaval”. Termo grego usado por três vezes: Mar. 4:37, Luc. 8:23 e II Ped. 2:17.
7. Thuelia, “vendaval”. Palavra grega que é utilizada apenas por uma vez, em Heb. 12:18.
8. Cheimón, “tempestade de inverno”. Vocábulo grego que ocorre por seis vezes: Mat. 16:3; 24:20; Mar. 13:18; João 10:22; Atos 27:20; II Tim. 4:21. Em Atos 27:18 temos o verbo correspondente a esse substantivo, cheimázemai, que a nossa versão portuguesa traduz por “açoitados... pela tormenta”.
9. Seismós, “abalo”, “terremoto”. Embora essa palavra grega ocorra por catorze vezes, com o sentido comum de “terremoto”, logo em sua primeira ocorrência, em Mat. 8:24, o autor sagrado a usa em relação à tempestade que ocorreu no lago de Tiberiades, e que ele acalmou com uma palavra de ordem. Trata-se, portanto, de um uso sui generis do termo grego.
Na região da Palestina, as tempestades eram um fenômeno bastante comum, figurando de forma proeminente na consciência de alguns dos escritores bíblicos, como o salmista e o profeta Isaías. Esses viam as tempestades como uma ameaça à segurança dos homens ou como um castigo divino infligido contra os malfeitores. Ver Sal. 55:8; 83:15; Isa. 4:6; 25:4; 28:2. Por causa de sua frequência, e dos vários tipos de tempestades, havia tão grande número de palavras hebraicas envolvidas. Os tipos de tempestade mais comuns que se verificavam na Palestina eram os seguintes:
1. Os temporais, que ocorriam, principalmente, no começo da estação chuvosa, no outono, quando a terra ainda estava quente devido aos dias de verão. Eram particularmente comuns em torno do mar da Galiléia, quando o vento que soprava em direção à terra passava sobre a bacia quente do lago.
2. Os remoinhos de ventos, ou vértices locais, como aquele que arrebatou Elias para o céu (II Reis 2).
3. As tempestades no deserto. Esses eram os mais importantes e temidos, por causa dos seus efeitos. Ocorriam quando o vento soprava do deserto trazendo um ar quente e ressecante, que crestava as plantações as margens do deserto. Na Palestina, esse vento se chama siroco, soprando das direções sul ou leste, isto é, do deserto da Arábia. Geralmente acontece no começo e no fim do verão, e quase sempre é acompanhado por uma poeira sufocante e por elevadas temperaturas. Atravessando a Palestina do Oriente para Ocidente, esses vendavais chegavam até às margens do mar Mediterrâneo (cf. Sal. 48:7). Jesus referiu-se as características do vento que sopra do deserto, em Lucas 12:55. “...e quando vedes soprar o vento sul, dizeis que haverá calor, e assim acontece”.