Tristeza — Estudos Bíblicos
TRISTEZA
No
hebraico, etseb. Essa palavra
ocorre por seis vezes no Antigo Testamento. Por duas vezes tem o sentido de “labor”.
Ver Gên. 3:16; Sal. 127:2; Pro. 5:10; 10:22; 15:1; Eze. 29:20.
No grego
podemos considerar duas palavras:
1. Lupéo,
“entristecer-se”. Esse vocábulo é usado por vinte e cinco vezes: Mat. 14:9;
17:23; 18:31; 19:22; 26:22,37; Mar. 10:22; 14:19; João 16:20; 21:17; Rom.
14:15; II Cor. 2:2,4,5; 6:10; 7:8,9,11; Efé. 4:30; I Tes. 4:13; I Ped. 1:6.
O substantivo, lúpe, “tristeza”, aparece por quinze vezes: Luc. 22:45; João
16:6,20,21,22; Rom. 9:2; I Cor. 2:1,3,7; 7:10; II Cor. 9:7; Fil. 2:27; Heb.
12:11 e l Ped. 2:19.
2. Penthéo,
“lamentar-se”. Termo que aparece por dez vezes: Mat. 5:4; 9:15; Mar. 16:10;
Luc. 6:25; I Cor. 5:2; II Cor. 12:21; Tia. 4:9; Apo. 18:11,15,19. O
substantivo, pénthos, “lamento”, aparece por cinco vezes: Tia. 4:9;
Apo. 18:7,8; 21:4.
1. Por
Causa do Pecado. Se a salvação em Cristo nos enche de alegria, o
pecado deveria encher-nos de tristeza e lamentação. Aqueles que agora riem,
deveriam lamentar-se (Luc. 6:25). Os pecadores deveriam sentir-se
miseráveis e lamentar-se (Tia. 4:9). Não somente nos deveriamos
entristecer diante de nossos próprios pecados, mas também por causa dos
pecados de outros membros da Igreja (I Cor. 5:2—o contrário dessa tristeza
é a arrogância; cf. II Cor. 12:21).
A tristeza
de Paulo, diante da teimosa incredulidade de Israel, chegou a fazê-lo desejar
estar separado de Cristo e ser maldito (Rom. 9:2;cf. Rom. 11:26). Se o
povo judeu se convertesse, isso haveria de anular a sua tristeza. Em
contraste com isso, a tristeza dos aproveitadores do comércio da
pecaminosa Babilônia (futura), não se devia aos pecados da cidade, mas
porque a mesma foi destruída (Apo. 18:8,11,15,19). Os que se entristecem,
dentro das bem-aventuranças, fazem isso somente por si mesmos, ou por
causa dos pecados do mundo também? Seja como for, os tais serão consolados
(Mat. 5:4).
2. Como
Repreensão. A segunda Epístola aos Coríntios é, praticamente, um tratado
sobre a tristeza necessária que os cristãos precisam infligir uns aos
outros, quando admoestam e corrigem o pecado que observam uns nos outros.
Paulo não desejava fazer outra visita dolorosa (II Cor. 2:1), e nem o seu
propósito fora jamais motivo de tristeza para os crentes (II Cor. 2:4).
Pelo contrário, ele queria despertar, nos crentes que errassem, aquela
tristeza piedosa que produz o arrependimento, a salvação, o zelo, e que
terminaria por redundar em satisfação e alegria para o próprio Paulo (II
Cor. 7:8-13).
A Epístola
aos Hebreus nos instrui que a disciplina dada pelo nosso Pai celeste a seus
próprios filhos produz o fruto do arrependimento, que nos é vantajoso, embora
nos pareça doloroso por algum tempo (Heb. 12:11). Pedro deixou uma
declaração similar (I Ped. 1:6), ao escrever que nos regozijamos por causa
de nossa imperecível herança, embora a genuinidade de nossa fé seja agora
testada por várias provações, por breve tempo—o tempo em que dura
esta vida terrena. Se sofrermos injustiças por amor a Cristo,
sairemos aprovados (II Ped. 2:19,20). Portanto, a herança do
consolo capacita-nos a ter esperança, mesmo em meio à tristeza.
3. Tristeza
Ante a Partida de Cristo. Conforme o próprio Senhor Jesus previu (João
16:6; cf. Mat. 9:15, onde ele disse que é apropriado lamentar pela partida do Noivo),
os corações de seus discípulos muito se entristeceríam diante de seus sofrimentos
e de sua partida deste mundo. No entanto, conforme o mesmo Senhor
Jesus ajuntou logo mais adiante, convinha aos discípulos que ele se
fosse, de volta para o Pai celeste, porquanto assim ele lhes enviaria o
Consolador,
o Espírito Santo. O Consolador haveria de consolá-los de suas tristezas! Assim
como uma mulher grávida, chegado o momento do parto, aflige-se e se entristece,
mas, diante do nascimento da criança, alegra-se com profunda alegria, assim
também os discípulos veriam sua tristeza transformar-se em alegria, por
ocasião da volta do Senhor Jesus (João 16:21,22). Portanto, o Senhor não
estava falando apenas a respeito de seus discípulos originais, mas de
todos quantos se têm tomado seus discípulos, ao longo dos séculos.