Véu da Mulher — Estudos Bíblicos

Véu da Mulher — Estudos Bíblicos

Véu da Mulher — Estudos Bíblicos




VÉU DA MULHER

I Cor. 11:5: Mas toda mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta desonra a sua cabeça, porque é a mesma coisa como se estivesse rapada.
Encontramos aqui as instruções paulinas sobre o véu das mulheres. Os versículos cinco, seis, nove, dez, doze, treze e quinze ensinam, mui dogmaticamente, que a mulher deve usar o véu quando ora ou profetiza. Que assim deve ser, está de acordo com o princípio geral exarado no terceiro versículo deste capítulo, e que Paulo considerava estar sendo violado pelos crentes de Corinto. É uma interpretação suicida, portanto, fazer os versículos quinze e dezesseis contradizer o ensino geral desta passagem, supondo que os cabelos das mulheres (se forem longos conforme o texto requer) lhes foram dados em lugar ou em substituição ao véu, tornando desnecessário o uso do mesmo, conforme alguns estudiosos têm interpretado o décimo quinto versículo. Igualmente incoerente e contrário ao texto inteiro é aquela interpretação que supõe que, no décimo sexto versículo, Paulo diz que se algum homem desejar levantar objeção acerca dessa questão, ele estava disposto a esquecer-se do assunto inteiro, permitindo que as mulheres fizessem como bem lhes entendessem. Não é isso que o décimo sexto versículo ensina.
I. Interpretações Antigas e Modernas
1. O próprio texto é claríssimo. A mulher deve usar um véu e também trazer os cabelos longos. Nenhuma outra interpretação é possível, considerando-se os conceitos do judaísmo antigo, quando as mulheres sem véu eram tidas como prostitutas, mulheres em período de luto ou esposas infiéis, cujos véus lhes tinham sido tirados e cujos cabelos lhes tinham sido raspados, a fim de que exibissem o seu opróbrio. Nenhuma mulher de respeito retirava seu véu em público ou trazia os cabelos cortados rente.
2. Gradualmente, porém, os costumes foram mudando, pelo que, atualmente, nem o véu nem os cabelos longos são requeridos, e nenhum estigma é imposto às mulheres que negligenciam um ou outro desses cuidados. A igreja cristã, por conseguinte, adaptando-se aos modernos costumes sociais, tem ignorado essas instruções de Paulo. Ou então, em vez de ignorá-las, tem preferido distorcê-las, adaptando-as aos nossos costumes atuais. Mas isso é anacrônico e absurdo. (Ver as notas a respeito em I Cor. 11:15 no NTI).
3. Parece impossível, para certos homens religiosos, simplesmente admitirem que não estamos seguindo (e nem temos a intenção de seguir) certos mandamentos de Paulo, quando estes se derivam de costumes antigos e não são mais váliaos em nossa sociedade, pois pensam que, de alguma maneira, estão seguindo todas as instruções dadas por Paulo, e por isso distorcem trechos bíblicos como aqueles que proíbem de modo absoluto, que as mulheres falem na igreja ou que requerem que as mulheres tragam os cabelos longos e usem véus. Mas que Paulo realmente determinou essas três coisas, é bem patente neste capítulo e no décimo quarto capítulo de I Coríntios. E que ele só pode ter querido q.ie esses preceitos fossem observados, é algo exigido pelo conhecimento que temos dos antigos costumes e atitudes dos hebreus. Além disso, a história da igreja primitiva mostra-nos que essas coisas eram praticadas estritamente nos primeiros séculos, exceto nos centros cosmopolitas e pagãos, cqmo Corinto.
4.  É impossível tornar compatíveis os costumes da igreja do século XX, no que diz respeito às mulheres e ao que podem fazer na igreja, com os costumes do primeiro século da era cristã. A tentativa é absurda, e as interpretações dadas por aqueles que não seguem à risca esses preceitos são desonestas ou baseadas na falta de conhecimento próprio.
5. Não estamos praticando o que Paulo determinou. C que fazemos, então, para justificar-nos? Dizemos: “Os costumes se alteraram, e as exigências também”. Essa é uma resposta honesta. Que cada um refute ou justifique essa resposta. Aqueles que a refutarem, terão necessidade de pôr em prática o que o apóstolo determinou. Aqueles que a justificarem terão de satisfazer a própria consciência, diante da determinação da Palavra de Deus .
Nas catacumbas, nos desenhos que representam os cultos públicos dos cristãos primitivos, as mulheres são vistas a usar xales apertados em torno da cabeça, os quais ocultavam completamente os seus cabelos. O propósito do véu era o de ocultar os cabelos. Por conseguinte, os modernos substitutos, como os chapeuzinhos ou os lenços de cabeça, dificilmente satisfazem as exigências do texto que ora comentamos.
II. Quais são as Razões Específicas para o Uso do Véu? Abaixo enumeramos as razões bíblicas:
1. A fim de manter a ordem divina sobre as posições que homens e mulheres devem ocupar. A mulher usa o véu a fim de mostrar que está subordinada ao homem. (Ver I Cor. 11:3).
2. Não usar o véu é desonrar essa ordem de coisas, bem como â própria mulher, que é assim reduzida à posição de uma prostituta; isso desonra a sua própria “cabeça”, a sua própria pessoa, além de desonrar, em segundo lugar, o homem que é sua cabeça. (Ver o quinto versículo.)
3. Paulo diz que se a mulher não se cobre com véu, então que também raspe os cabelos, a exemplo dos homens. Duas palavras diferentes são usadas pelo apóstolo Paulo para indicar o corte dos cabelos, neste texto. Uma delas indica raspar com navalha (nos versículos quinto e sexto), e a outra indica “cortar com tesoura” (no sexto versículo). Esse corte dos cabelos era o sinal social da escravatura, ou talvez de uma mulher de luto. Paulo assim diz que a “emancipação” que algumas mulheres buscavam, querendo desfazer-se do véu ou querendo cortar os cabelos (o que também era um dos costumes das prostitutas), na realidade era uma degradação, levando as mulheres a regredirem em sua dignidade, não uma emancipação.
4. A mulher é a glória do homem” porquanto “vem dele” e é “para ele” (ver os versículos sétimo a nono) pelo que também não pode ser emancipada a ponto de ser igual a ele. O véu serve de símbolo dessa posição subordinada, pelo que também deve ser usado pelas mulheres crentes. (Ver os mesmos versículos).
5. Os anjos observam os cultos de adoração dos crentes, sendo eles os guardiães da ordem divina. Assim, por causa deles, a mulher deveria mostrar o devido respeito por eles, usando o véu. (Ver o décimo versículo).
6. É “decente” ou apropriado para as mulheres usarem o véu, segundo igualmente ditavam os costumes sociais da época. (Ver o décimo terceiro versículo).
7. A própria natureza confirma quão próprio é as mulheres usarem véu, tendo-lhes dado cabelos longos, e isso não em lugar do véu, e sim, como uma coberta ou mantilha natural, que é, ao mesmo tempo, uma espécie de véu natural e primário. O véu de pano secundário corresponde ao véu primário dos cabelos, o que serve para nos mostrar que a própria natureza ensina às mulheres que elas devem colocar o véu. Sim, a própria natureza pôs certo véu sobre a mulher. A igreja cristã deveria aprender essa lição, requerendo que as suas mulheres usem o véu de pano. A vontade das mulheres crentes deveria concordar com a vontade expressa pela própria natureza.
8. No entanto, se os crentes de Corinto quisessem mostrar-se contenciosos, que soubessem que a igreja em geral não tem nenhum outro costume além desse, isto é, não adotaria qualquer inovação, derivada de Corinto. Não seguiríam os crentes em geral tais costumes locais de Corinto, como se os mesmos fizessem parte integrante da “liberdade cristã” (ver o décimo sexto versículo).
III. Interpretando I Cor. 11:15
...mas se a mulher tiver o cabelo comprido, é para ela uma glória, pois a cabeleira lhe foi dada em lugar de véu.
Melhor: para ser um véu.
Compreendendo Corretamente Este Texto
1. Os cabelos longos servem para a mulher de um véu natural e por si mesmos declaram: “Estou sujeita ao homem, especificamente a meu marido. Reconheço a minha subordinação”.
2. O véu serve à mulher de véu secundário (artificial), que a mulher deve pôr sobre seus cabelos como símbolo da mesma realidade representada pelos cabelos longos. Os cabelos longos da mulher requerem o uso de um véu, pois não servem de substituto. Se o véu for retirado, a mulher terá também de raspar os cabelos (ver vs. 6). Que seja usado o véu, e este confirmará o significado dos cabelos longos. Os cabelos longos da mulher como que “convidam” o uso do véu, porquanto as duas coisas encerram o mesmo simbolismo.
3. O que se pode dizer sobre o uso do véu na sociedade moderna? Será atualmente necessário o seu uso? Ver seção I, Interpretações Antigas e Modernas.
“Se uma mulher usa naturalmente cabelos compridos, que lhe foram dados como cobertura para a cabeça, então não deve constituir vergonha para ela o cobrir a cabeça com um véu. Portanto, que ela use véu. ‘A vontade deve corresponder à natureza’”. (Shore, in loc.).
Não como substituto do véu, porquanto isso faria das palavras de Paulo uma estultícia; mas sim, ‘na natureza de uma cobertura’, algo que ‘equivalha ao véu’” (Findlay, in loc.).
“É fato indiscutível que os cabelos longos, em um homem, o tornam desprezível; mas, em uma mulher, os cabelos compridos a tomam mais amigável. A natureza e o apóstolo falam o mesmo idioma; podemos tentar explicar isso como bem quisermos fazê-lo”. (Adam Clarke, in loc.).
“Não é ‘em lugar de véu’ e, sim, correspondente ao véu (anti, no sentido em que essa palavra é usada em João 1:16), como um adorno permanente” (Robertson, in loc.).
John GUI (in loc.) narra uma interessante história, que mostra a importância do véu para as mulheres, na antiga nação de Israel: “As mulheres judias costumavam considerar uma imodéstia permitir que outros lhe vissem os cabelos. Por essa razão cuidavam, tanto quanto possível, em escondê-los sob uma cobertura. Certa mulher, cujo nome era Kimchith, tinha sete filhos, e todos ministravam como sumos sacerdotes. Os sábios lhe perguntaram de certa feita: O que fizeste, que és mulher tão digna? E ela respondeu: Todos os dias os caibros de minha casa nunca viram as madeixas de meus cabelos; isto é, nunca foram vistos por qualquer pessoa, nem mesmo no interior de minha casa”. (Extraído do Talmude Bab. Yoma, foi. 47:1). (G HA IIB LAN NTI)