Estudo sobre Jeremias 39
Jeremias 39
A
queda de Jerusalém (39.1-14). Esse evento dramático, tão significativo
na história do povo de Deus, é contado quatro vezes nas Escrituras
(aqui; cap. 52; 2Rs 25; 2Cr 36). Com isso, as profecias feitas
durante os quarenta anos anteriores se concretizam agora. O cerco de
dezoito meses (c. janeiro de 588—julho de 587 a.C.) causa um
impacto devastador que se mostra na escassez e na fome; aí os
babilônios abrem uma brecha, e os defensores enfraquecidos capitulam. O
inimigo estabelece um posto do comando militar no portão central (v. 3). Os
seus nomes e títulos são babilónicos, v. 3. Nergal-Sarezer. por
causa da repetição aqui, alguns eruditos entendem que é idêntico ao
babilónico Ner-gal-shara-utsur = Neriglissar, “o príncipe
de Sinmagir”, o alto oficial ou comandante do exército que se
tornaria rei da Babilônia (559 —556 a.C.). Nebo Sarsequim, um dos
chefes dos oficiais, é mencionado em documentos aramaicos
contemporâneos.
Visto que os v. 4-13 são
omitidos na LXX e os v. 1,2 parecem ter sido interpostos entre 38.28 e 39.3, alguns
consideram os v. 1,2 uma inserção (a RV trata os v. 1,2 como um
parêntese), mas eles são uma introdução histórica necessária para esse
capítulo, que é uma coletânea de dados, alguns tratados com mais detalhes
na próxima seção. A RSV transpõe o v. 3a do final do cap. 38 para tomar a
frase mais suave. Os v. 4-10 são tratados com mais detalhes em
52.7-16.
v. 4-8. O destino de
Zedequias é como foi profetizado (cf. Ez 12.12,13). Mais tarde, ele foi
deportado para a Babilônia (2Rs 25.7), onde morreu (52.11). Os detalhes
completos são dados em 40.1-6. Zedequias, infelizmente tarde demais,
parece ter mostrado iniciativa em tentar uma saída. v. 5. Ribla:
300 quilômetros ao norte, o quartel-general dos babilônios na Siro-Palestina
(cf. 2Rs 23.33 e textos babilónicos). O jardim real ficava perto
do tanque de Siloé (cf. Ne 3.13). A cidade tinha uma linha dupla de
muros. A Arabá era o vale que ia em direção ao mar Morto. v. 9,10. Esses
versículos descrevem a deportação final; a maioria dos líderes e artesãos
já tinha ido com Joaquim em 597 a.C. Mesmo agora, um pequeno
remanescente, alguns dos mais pobres do povo, ficou (v. 10).
Apêndice: uma
promessa para Ebe-de-Meleque (39.15-18). Faz-se provisão para o escravo
africano que havia ajudado Jeremias. Ele não esquece
Ebede-Meleque (38.7-13), embora muitos esqueçam os que os ajudaram em
épocas de terríveis dificuldades. A sua bondade para com o servo de Deus
em tempos de grandes necessidades é reconhecida por Deus (v. 15) e considerada um
ato de fé em Deus (v. 18). Essa foi a base de sua salvação (cf. At 16.31).
“O que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram”
(Mt 25.40). Ele recebe a promessa de segurança em condições
pouco promissoras do caos que está por vir (essa seção, portanto,
deve ser datada antes da soltura de Jeremias). Um escravo etíope de
cor não poderia esperar misericórdia, especialmente dos babilônios que o
poderiam ter considerado simpatizante dos egípcios.Índice: Jeremias 1 Jeremias 2 Jeremias 3 Jeremias 4 Jeremias 5 Jeremias 6 Jeremias 7 Jeremias 8 Jeremias 9 Jeremias 10 Jeremias 11 Jeremias 12 Jeremias 13 Jeremias 14 Jeremias 15 Jeremias 16 Jeremias 17 Jeremias 18 Jeremias 19 Jeremias 20 Jeremias 21 Jeremias 22 Jeremias 23 Jeremias 24 Jeremias 25 Jeremias 26 Jeremias 27 Jeremias 28 Jeremias 29 Jeremias 30 Jeremias 31 Jeremias 32 Jeremias 33 Jeremias 34 Jeremias 35 Jeremias 36 Jeremias 37 Jeremias 38 Jeremias 39 Jeremias 40 Jeremias 41 Jeremias 42 Jeremias 43 Jeremias 44 Jeremias 45 Jeremias 46 Jeremias 47 Jeremias 48 Jeremias 49 Jeremias 50 Jeremias 51 Jeremias 52