Estudo sobre Jeremias 47
Jeremias 47
Filístia (47.1-7)
A data dessa profecia é
interpretada de diversas formas. Alguns propõem um ataque egípcio contra Gaza
(v. 1), que supostamente aconteceu quando Neco II bateu em
retirada depois da batalha de Carquemis (mas a interpretação de Heródoto
[II. 159] — Kadytis como Gaza — é questionável). Lipinski mostrou que essa
referência (v. 1) está antes da guerra egípcio-babilônica de 601 a.C. Gaza certamente
foi cercada e tomada por Alexandre em 332 a.C. e, como Amós (1.6,7), So-fonias
(2.4) e Zacarias (9.5) profetizaram, foi destruída por Alexandre Janeu em
93 a.C. O contexto do v. 5 indica, no entanto, que Ascalom à
margem do mar (v. 5) havia sido cortada dos seus aliados tradicionais do
Norte (fenícios), Tiro e Sidom (v. 4), e do restante
dos seus vales (assim a VA, heb. ‘im‘qam). Esta última
expressão pode ser traduzida por: “o restante das suas forças” (cf. 49.4).
A RSV segue uma interpretação da LXX, “enaquins” (cf. nota de rodapé
da BJ), como um jogo de palavras com os Golias agora derrotados.
Os enaquins eram os antigos habitantes da terra (Nm 13.28-37; Dt 2.21;
Js 11.22), mas o termo pode ter sido um título (hierarquia), antes
que uma referência ao porte físico (VT 15, 1965, p. 468-74).
De acordo com a Crônica Babilônica acerca de 604 a.C., Nabucodonosor “marchou
para a cidade de Ascalom e a capturou no mês de quisleu. Ele aprisionou o
seu rei e carregou o que saqueou. Depois fez da cidade uma colina de
ruínas e um monte de entulho e, mais tarde, no mês de sebate, marchou de
volta para a Babilônia”. O rei, os nobres e marinheiros de Ascalom são
mencionados especificamente numa lista de prisioneiros mantidos na Babilônia em
592 a.C. Uma carta em papiro (encontrada em Saqqâra) suplicando por
ajuda em virtude do avanço dos babilônios pode ser procedente de Ascalom
aproximadamente nessa época.
A Filístia, pátria dos
filisteus que vieram da ilha de Caftor (Creta, v. 4), tinha os
vizinhos mais próximos (“os inconversos na igreja visível que se opõem a
princípios espirituais”) que oprimiam o povo de Deus. Com estes,
o Senhor tem uma rixa perpétua (v. 6,7), e eles não têm nada em que
confiar na época do juízo. Gaza (Jz 14.10,11) e Ascalom são
vistas aqui como tomadas de assalto pela mesma enchente (v. 2) do
norte (i.e., os babilônios, 1.14) que também
devastou o Egito (46.8). Em pânico, os pais nem mesmo param
para levar os filhos pequenos com eles (v. 3). Tudo é um retrato do
juízo divino vindouro. A espada do Senhor nunca descansa, e é
inútil gritar por ajuda (v. 6,7).
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