Estudo sobre Oseias 7

Estudo sobre Oseias 7

Estudo sobre Oseias 7



A ajuda é frustrada (6.11b—7.16)
A ideia-chave desse trecho é “Gomo ajudar um povo como esse?” — cf. 7.13c: Eu desejo redimi-los, mas... e 7.15: Eu os ensinei e fortaleci, mas... 6.11b—7.2 mostra como os esforços de Deus para curar expõem a corrupção de todo o Israel, tanto Efraim quanto Samaria — cf. comentário de 4.17. 6.11b. trouxer de volta traduz o hebraico sub sfbut, que significa a grande restauração, a recuperação do antigo relacionamento de aliança, prevista e esperada na festa de ano-novo. Acerca de sua proeminência na escatologia posterior, v. E. Jacob, Theology of the Old Testament, 1958, p. 320-1. Atos 3.21 também retoma essa ideia. Acerca de curar (7.1), v. comentário de 6.1.
Os v. 3-7, um trecho repleto de incertezas textuais, descrevem uma intriga palaciana de um tipo muito comum nos dias de Oseias, quando quatro reis foram assassinados em 12 anos. O v. 3 mostra como os conspiradores “enganam” (NTLH, em vez de alegram) o rei e outros líderes. Como o forno do padeiro (v. desenho de um forno de pão antigo no verbete “Pão” no NBD, p. 1.188-9) é aquecido a uma temperatura desejada e depois deixado estável até que a massa esteja pronta, assim os conspiradores fazem os seus planos e esperam o momento predeterminado. No dia da festa de nosso rei: talvez na festa de coroação no dia do ano-novo, eles embebedam a todos, incluindo o próprio rei. Esperam a noite toda, mas pela manhã atacam, matando o rei e espalhando os seus simpatizantes. Em 1Rs 16.9,10, temos uma situação histórica concreta. Assim ocorre que, seguindo o v. 7b na NEB, “cai um rei após o outro”; cf. 13.10,11.
As figuras de linguagem do padeiro continuam no v. 8, sendo a expressão mistura-se uma referência ao óleo que, misturado com farinha, dá um bolo. Mas os elementos estranhos, alianças estrangeiras que incluem homenagem a deuses estrangeiros, mostram-se desastrosos, de forma que Efraim parece mais um bolo estragado, queimado de um lado e cru do outro (não foi virado). Como Sansão, em Jz 16.20, Efraim não está consciente da sua fraqueza, ele não se volta para o Senhor. Acerca da arrogância de Israel, v. comentário de 5.5. Não há base suficiente nesse trecho para a conjectura de que o profeta era padeiro.
Os v. 11,12 retratam Efraim na sua hesitação absurda como uma pomba batendo as asas de forma desajeitada. Em 2Rs 17.3ss, temos uma descrição da crítica à política estrangeira que contrapõe o Egito e a Assíria (cf. também 8.9). Em vez de alcançar a segurança, Efraim vai somente ser pego como um pássaro na rede do caçador (cf. 5.1).
A seção conclui (v. 13-16) com uma advertência em relação ao desastre final (Ai), a volta ao Egito, implicando o cancelamento da escolha que Deus fez de Israel; cf. 11.1: “do Egito chamei o meu filho”; v. comentário de 9.3. Três vezes Deus se queixa da forma em que é distorcido — falam mentiras (v. 13), se afastam de mim (v. 14), tramam o mal (v. 15). Observe que contra mim ocorre três vezes nesses versículos, v. 13. redimi-los: pode ser uma referência ao êxodo ou a livramentos posteriores ou, como sugere a NVI, às intenções frustradas do Senhor.
A lamúria e o “cortar-se” (nota de rodapé da NVI) do v. 14 são práticas dos adoradores de Baal (1Rs 18.28), de modo que a NTLH então capta bem o sentido: “As orações que me fazem não são sinceras”, i.e., na verdade não estão clamando a mim, mas a Baal. A tradução do v. 16a é controversa: no lugar de Altíssimo, a NEB sugere “o elevado deus deles” (heb. W), Ellison sugere “um povo que não pode ajudar”, e a GNB, “deuses que são inúteis”. J. B. Phillips dá um bom sentido ao versículo, quando traz “a sua conversa arrogante faz deles um motivo de zombaria no Egito”.

Índice: Oseias 1 Oseias 2 Oseias 3 Oseias 4 Oseias 5 Oseias 6 Oseias 7 Oseias 8 Oseias 9 Oseias 10 Oseias 11 Oseias 12 Oseias 13 Oseias 14