Estudo sobre Neemias 1
Neemias 1
I. NEEMIAS É INFORMADO
ACERCA DA SITUAÇÃO DE JERUSALÉM (1.1-11)
A história contada no livro
de Neemias começou no vigésimo ano (v. 1) do reinado de Artaxerxes
I (2.1), i.e., em 445 a.C. A história contada nos últimos quatro capítulos
do livro de Esdras ocorreu no sétimo ano do reinado desse mesmo rei (Ed
7.7). Durante o intervalo de 13 anos entre essas histórias, no entanto,
ocorreu o evento descrito em Ed 4.723. Aí é narrado como “nos dias de Artaxerxes”
os judeus em Jerusalém engajaram-se na reconstrução dos muros da cidade, o
que foi reportado ao rei Artaxerxes pelos vizinhos do Norte; esse
trecho conta também como Artaxerxes reagiu a isso: “Ordene agora a esses
homens que parem a obra, para que essa cidade não seja reconstruída
enquanto eu não mandar” (Ed 4.21). Os vizinhos do Norte, consequentemente,
“foram depressa a Jerusalém e forçaram os judeus a parar a obra” (Ed 4.23),
a ponto de demolir a parte dos muros que os judeus haviam construído e de
pôr fogo nos portões da cidade recém-construídos.
Um dos judeus em Jerusalém
nessa época era Hanani (v. 2), cujo irmão Neemias vivia na
Babilônia e estava em contato próximo com Artaxerxes por ter sido
designado copeiro do rei (v.ll). A tarefa de um copeiro real
era servir vinho ao rei, provando-o ele mesmo na presença do rei
antes de servi-lo para demonstrar que não estava envenenado. Somente
homens que fossem considerados totalmente confiáveis eram designados
para essa posição. E bem provável que Neemias recebeu essa
incumbência quando ele e o rei estavam morando na Babilônia. Mas
Artaxerxes possuía uma residência de inverno em Susã (v. 1), a
leste do rio Tigre e perto do golfo Pérsico. Visto que essa história
aconteceu num mês de inverno, o mês de quisleu (v. 1) — dezembro no
nosso calendário — Artaxerxes estava em Susã nessa época e tinha levado
consigo para lá (entre muitos outros assessores, sem dúvida) o seu
copeiro judeu, Neemias. Hanani, na Judeia, sentiu que Neemias
precisava ficar sabendo dessa recente destruição dos muros e portões
de Jerusalém, pois poderia fazer uso do seu contato próximo com Artaxerxes
para insistir com o rei que adotasse uma posição mais favorável em relação
aos judeus em Jerusalém. Assim, Hanani e alguns companheiros de opinião
semelhante à dele fizeram a jornada de mais de 1.500 quilômetros da Judeia
até Susã e contaram a Neemias a história da situação lamentável de
Jerusalém e de seus habitantes (v. 3). Neemias ficou desolado com essa
notícia e orou a Deus acerca do assunto; e uma das suas orações nessa
situação está registrada nos v. 5-11. A proeminência do elemento da confissão
de pecados nessa oração (v. 6,7) mostra que Neemias não pensava que a
derrubada dos muros de Jerusalém havia acontecido por acaso, ou que era
por causa simplesmente de fatores políticos ou militares, mas o julgamento
de Deus sobre os judeus em razão do seu pecado. Ao fazer a sua confissão,
Neemias, embora pessoalmente um homem muito justo, associou-se a
seu povo no seu pecado, dizendo: Confesso os pecados que nós, os
israelitas, temos cometido contra ti.
Sim, eu e o meu
povo temos pecado (v. 6).
Neemias lembra na sua oração a promessa que Deus fizera a Moisés,
registrada em Dt 30.1-5, no sentido de que o desvio dos caminhos
de Deus por parte de Israel resultaria no exílio do povo, mas o
retorno a ele faria Deus mudar de posição para novamente trazê-lo de volta
à sua terra (v. 8,9); e Neemias deu testemunho da graça redentora de
Deus em relação a Israel (v. 10). Ao continuar com a sua oração, tornou-se
forte a convicção no coração de Neemias de que Deus queria que ele
pedisse a Artaxerxes para ser liberado do seu posto de copeiro real e
receber autorização para viajar a Jerusalém e organizar a reconstrução dos muros
da cidade. Ele percebeu, no entanto, que esse pedido poderia enfurecer o
rei e resultar em castigo sobre ele. Assim, ele orou que, quando
fosse levar o assunto diante de Artaxerxes, o coração do rei se
dispusesse de forma favorável a ele: Faze com que hoje este teu
seroo seja bem sucedido, ele pediu, concedendo-lhe a benevolência deste
homem (v. 11). O seu desejo era que Artaxerxes fosse impelido
por Deus para pôr em prática a cláusula condicional que ele tinha
acrescentado em Ed 4.21 (citada há pouco) na qual proibia a reconstrução
dos muros da cidade até que ele desse ordens expressas acerca do assunto.
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