Salmo 71 — Estudo Devocional

71.1-4 tu és a minha rocha e a minha fortaleza. Estas primeiras palavras são muito semelhantes às do Salmo 31. Feitas por uma pessoa madura e idosa (v. 9), elas ilustram muito bem que ao longo de toda a vida passamos por situações em que precisamos de socorro e proteção de Deus. Este é, portanto, um “salmo da terceira idade”, coincidentemente recebendo o número 71. 

71.1 a vergonha. Podemos pedir a Deus para não sofrer a vergonha da derrota, e nos reafirmar na confiança de que com ele estaremos sempre seguros.

71.5 desde jovem ponho minha confiança em ti. Como é lindo poder confiar em Deus desde a juventude, e assim construir uma história de fé nele!

71.7 minha vida tem sido um exemplo. Quantos podemos dizer isso? A razão é que Deus tem continuamente sido nosso defensor. Assim, podemos viver de tal forma que as outras pessoas queiram seguir o nosso exemplo (como diz Paulo: “sigam o meu exemplo, como eu sigo o exemplo de Cristo” 1Co 11.1).

71.8 o dia inteiro eu te louvo. Podemos louvar sem cessar, o dia inteiro. Anunciar a glória de Deus é mostrar como ele é bom, revelar suas qualidades para todos.

71.9 não me rejeites agora que sou velho. A pessoa idosa nem sempre será uma fortaleza, cheia de convicções e segurança. O envelhecimento nos torna mais frágeis, tanto física quanto emocionalmente, levando-nos, de certa forma, à fragilidade que tínhamos quando crianças. Assim, com aquela simplicidade e confiança infantil, podemos expressar a Deus todos os nossos temores. O próprio fato de os expressarmos em oração ao Pai ajuda-nos a reafirmar nossa fé. Deus não rejeita os velhos, os fracos, os desamparados. Ao contrário, até a nossa morte ele nos acompanha e cuida de nós: ele é fiel.

71.10-16 meus inimigos querem me matar. Também na velhice podemos nos sentir ameaçados e atacados por inimigos. Por estarmos mais fragilizados, é possível que sintamos com muita gravidade situações que para outros seriam coisa pequena. Em tais situações, temores de que Deus nos tenha abandonado chegam facilmente ao coração (v. 11). Por isso, podemos sempre repetir nossos pedidos de ajuda a Deus (v. 12). Isso nos ajuda a colocar de novo nossa esperança nele (v. 14). Veja o quadro “Exercícios de oração nos Salmos” (Sl 23).

71.15 embora não seja capaz de entendê-la. Veja como a maturidade nos faz humildes e sábios, levando-nos a aceitar a realidade da salvação de Deus, mesmo sabendo que ela ultrapassa nossa capacidade de compreensão (veja também Sl 131, notas).

71.17-19 tu tens me ensinado desde a minha mocidade. O salmista reconhece que Deus o tem ajudado ao longo de seus muitos anos de vida. Fica comigo enquanto anuncio. Essas experiências com Deus formam um tesouro precioso, que merece ser repartido aos seus descendentes (repare como esse ensino é feito com humildade, na dependência de Deus). É importante que as gerações de filhos e netos percebam a ajuda constante de Deus, as coisas maravilhosas que ele faz, a sua força e o seu poder postos em prática na vida de seus pais e avós. Assim todos confiarão que a fidelidade de Deus chega até os céus.

71.20 me tens feito passar por aflições. Imediatamente após louvar a fidelidade de Deus, o salmista reconhece a verdade de que ele passou por muitos sofrimentos; isso demonstra maturidade e sabedoria. O caminho de Deus não nos livra de sofrimentos nesta vida, como Jesus também ensinou quando avisou que neste mundo teríamos aflições. Ninguém será isento de sofrer, mas ele também nos disse que podemos ter coragem, porque ele venceu o mundo por nós (veja Jo 16.33, nota). mas me darás forças. Em vez de eliminar os sofrimentos, Deus nos dá forças para suportá-los.

71.22-24 Prometo que te louvarei. A certeza da companhia e ajuda de Deus já inspiram a confiança de que ele nos salva, e portanto os inimigos serão derrotados.