Explicação de Salmos 29

Salmo 29: A Voz do Senhor

29:1, 2 Você já reclamou do tempo? Enquanto Davi observava uma tempestade cair sobre Israel, isso o inspirou a louvar em vez de resmungar. Na verdade, ele chama todas as hostes do céu para adorar o SENHOR em pleno reconhecimento de Sua glória e força reveladas na tempestade.

Oh, adore o Senhor na beleza da santidade,
Curve-se diante Dele, Sua glória proclame;
Com ouro de obediência e incenso de humildade,
Ajoelhe-se e adore-O; o Senhor é o Seu Nome.
— J. S. B. Monsell

29:3, 4 A expressão “a voz do SENHOR” é usado sete vezes. Parece ser aplicado à tempestade em geral e ao trovão em particular.

A princípio, a tempestade está sobre o Mediterrâneo, movendo-se para o interior do Líbano. O trovão reverbera sobre muitas águas como um canhão avançando. É um som de incrível poder e majestade.

29:5, 6 Agora as montanhas do Líbano estão sendo bombardeadas. Cedros altos quebram sob o ataque do raio. À medida que o vento passa sobre a floresta em rajadas repentinas e violentas, as árvores dobram-se em ondas ritmadas, criando a impressão de que a serra libanesa saltita como um bezerro e o Monte Sirion (Hermon) como um jovem boi selvagem.

29:7, 8 O relâmpago está indo para o sul. O deserto de Kadesh é abalado pela ferocidade do ataque da natureza.

29:9 Ao ver a tempestade passar no sul, Davi resume sua admiração em três observações. Primeiro ele diz que a voz do SENHOR faz o cervo dar à luz. É um fato científico que as perturbações climáticas têm influência direta sobre os animais que estão prestes a dar à luz.

O salmista vê as florestas despidas de folhas. As árvores estão magras e nuas, roubadas de sua folhagem em questão de minutos.

Então o doce cantor de Israel nos lembra que no templo de Deus todos gritam “Glória!” Seu templo aqui significa claramente o mundo da natureza, especialmente a área que está sendo convulsionada pela tempestade. As flechas dos relâmpagos, os estrondos dos trovões, os ventos da velocidade do vendaval, as florestas, o deserto - todos se unem para revelar o poder, a glória e a majestade de Deus.

29:10, 11 A tempestade passou; o SENHOR permanece. Seu trono não é abalado pelas violentas convulsões da Terra, incluindo o grande Dilúvio. Sua soberania permanece imperturbável por cataclismos naturais. Em todos os tumultos da vida, Ele é capaz de dar força e paz ao Seu povo. Que Ele tenha prazer em fazê-lo!

Alguns estudiosos da Bíblia acreditam que este Salmo prefigura uma tempestade militar que cairá do norte sobre a nação de Israel durante o Período da Tribulação (vv. 3-9). Após esse período conturbado, o Senhor Jesus Cristo reinará como Rei sobre toda a terra e abençoará Seu povo terreno com força e paz (vv. 10, 11). A ideia merece uma consideração séria.

W. E. Vine vê o Salmo como retratando Cristo em Seu Segundo Advento, aparecendo primeiro no Har-Magedon (Ap 16:16), depois descendo até o deserto de Cades, cujo centro é Bozrah (Is 63:1). 25 O Salmo assim descreve poeticamente a derrubada completa das nações que teriam invadido Israel naquela época.

Mas há sempre a aplicação prática para hoje e todos os dias. A voz de Deus é ouvida nas tempestades da vida, assim como na luz do sol. Ele está realizando Seus propósitos. Nada está fora do Seu controle. Para aqueles que O conhecem e O amam, Ele está operando todas as coisas para o bem. Ironside diz:

É uma imagem maravilhosa da alma que passou por seus exercícios, estresse, problemas, mas aprendeu que Deus está acima de tudo, que Ele é forte para salvar. E assim o coração descansa Nele e fica em paz.
(H. A. Ironside, Studies on the Psalms, p. 173.)

Notas Adicionais:

29.1, 2 Uma convocação para se prestar culto a Deus. Os homens não devem atribuir nenhuma glória a si mesmos, mas sim reconhecer em Deus todos os atributos da natureza divina, pertencendo ao Seu poder e ao Seu amor, prestando lhe, por isso, toda a glória (Jr 9.23-24). • N. Hom. 29.2 O que devemos fazer? Adorar. A quem? Ao Senhor. De que maneira? “Na beleza da santidade.” Quanto ao lugar, ao horário, à ordem, à oração e à forma do culto, nada se fala.

29.3-9 A descrição da tempestade. “A voz do Senhor”. Este nome poético dado ao trovão é instrutivo: vem do alto, sobrepuja aos demais sons, inspira reverência e é inteiramente independente do homem.

29.4 Assim como a voz de Deus é poderosa nos fenômenos da natureza, também o é na graça. O evangelho é “dinamite”, (palavra grega traduzida por “poder”, em Rm 1.16).

29.6 Siriom. É o nome antigo, sidônio do monte Hermom (Dt 3.9).

29.7 O relâmpago que vem com o trovão, a iluminação que vem juntamente com a Palavra de Deus.

29.8 A voz do Senhor percorre o universo, Sl 119 89; Is 55.10-11.

29.9 Dar cria. Heb “se contorcer com dor”, uma alusão à cria. Tradicionalmente, o lugar da cria das corsas foi considerado tão secreto, que serve como ilustração da sabedoria divina que manifesta tudo.

29.10-11 A certeza que o Senhor (mencionado 25 vezes) abençoará e fortalecerá Seu povo, o Deus que não somente está presente nas tempestades da natureza, mas também nas das nossas vidas.