Interpretação de Neemias 8

Neemias 8 descreve um momento crucial de renovação espiritual e reconexão com a Palavra de Deus dentro da comunidade restaurada de Jerusalém. O povo se reúne em uma praça pública diante do Portão das Águas para ouvir Esdras, o escriba, ler o Livro da Lei de Moisés. Enquanto Esdras lê desde a manhã até o meio-dia, os levitas ajudam o povo a entender a leitura. A assembleia responde com reverência, levantando as mãos e dizendo “Amém” para afirmar seu compromisso com a aliança de Deus. A leitura leva a uma profunda compreensão de suas falhas e pecados passados, mas Neemias, Esdras e os levitas os encorajam a se alegrar e celebrar o dia santo. O capítulo destaca o poder da Palavra de Deus para trazer transformação, renovação e unidade entre as pessoas. Ressalta a importância de entender e abraçar os ensinamentos das Escrituras como fonte de orientação, unidade e rejuvenescimento espiritual.

A Leitura e Obediência à Lei de Deus.
 
Neemias 8

8:1-18. No primeiro dia do sétimo mês, Esdras leu a Lei para o povo.
O povo chorou por causa do pecado, mas seus líderes fizeram-no se lembrar do caráter alegre desse dia. No dia seguinte os lideres descobriram na Lei que todos os judeus deviam celebrar a Festa dos Tabernáculos; por isso essa festa foi celebrada por todos e com grande solenidade.

8:1. O capítulo deveria começar com a última sentença de 7:73: “Em chegando o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades”. Esdras 3:1 começa da mesma maneira, depois da lista daqueles que retomaram da Babilônia; mas a ocasião, é claro que é absolutamente outra. Na praça, diante da Porta das Águas. A praça ficava perto da extremidade sudeste do templo junto à Fonte de Giom no Vale do Cedrom. E disseram a Esdras, o escriba. Possivelmente Esdras estivera na Babilônia durante o período da construção do muro. Mas ele era a pessoa mais indicada para ler a Lei de Deus nesta ocasião, uma vez que Neemias era leigo.

8:2. Em o primeiro dia do sétimo mês. Esta era a Festa das Trombetas, a qual em 444 A.C. ocorreu a 27 de setembro. Só uma semana antes, o muro fora terminado (6:15). A Festa das Trombetas era a mais sagrada das luas novas, e começava no último mês dos festivais religiosos (Lv. 23:23-25; Nm. 29:1-6).

8:3. Desde a alva até ao meio-dia. Deveria ser cerca de seis horas, com a leitura da Lei feita por Esdras, alternando-se com apresentações instrutivas sobre a Lei feitas pelos levitas (vs. 7, 8).

8:4. Esdras, o escriba, estava num púlpito de madeira. Esta é a primeira menção de um púlpito na Bíblia. Por trás dele estavam seis (sacerdotes?) à sua direita e sete à sua esquerda (compare com o v. 7, onde treze levitas são mencionados participando).

8:8. Leram... claramente (em hebraico, meporosh) sugere não apenas uma exposição da Lei, mas também, possivelmente, uma tradução dela para o aramaico (cons. Ed. 4:18).

8:9. Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus... não pranteeis, nem choreis. A clara exposição da Palavra de Deus (provavelmente porções do Deuteronômio) poderosamente convenceu o povo do pecado e provocou lágrimas de arrependimento. Mas o único dia do ano que Deus tinha especificamente designado para lágrimas e tristeza era o Dia da Expiação (o décimo dia do sétimo mês). Portanto, a força deles se encontrava na alegria do Senhor (v. 10).

8:12. A regozijar-se grandemente. Observe a súbita mudança de emoções de 8:9 para 8:12! Também cons. Et. 9:19.

8:13-18. O estudo detalhado da Lei de Deus levou muitos dos líderes a procurarem Esdras no dia seguinte para maiores detalhes, especialmente no que se referia à devida guarda da Festa dos Tabernáculos (décimo quinto ao vigésimo segundo dia do sétimo mês). Os judeus tinham comemorado esta festa durante séculos (I Reis 8:65; II Cr. 7:9; Ed. 3:4); mas agora percebiam, devido a um exame mais cuidadoso de Lv. 23:42, que todos os filhos de Israel deviam habitar em cabanas. Ao que parece, nos séculos passados, este ponto fora negligenciado; por isso, agora, pela primeira vez, desde os dias de Josué, filho de Num, todos da congregarão fizeram cabanas e nelas habitaram (v. 17). Provavelmente os habitantes da cidade construíam suas cabanas em seus próprios lares, os sacerdotes e levitas nos átrios do templo, e os leigos que não residiam na cidade, nas praças (v.16).

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