Interpretação de Tito 1

Interpretação de Tito 1

Interpretação de Tito 1




Tito 1


I. Saudação. 1:1-4.
Os primeiros pronunciamentos de Paulo em suas epístolas revelam o seu ponto de vista e a sua atitude.
1. Servo de Deus está à frente, mas ao seu lado está a autoridade do apostolado. Em Romanos, em II Timóteo e aqui, o apóstolo declara dois aspectos do seu cargo ao mesmo tempo (Rm. 1:1, 5; II Tm. 1:1-3). Em outras passagens ele usa um ou outro. Aos filipenses ele foi um servo; aos gálatas e coríntios, que precisavam de repreensão e instrução autoritária, ele foi um apóstolo. Para Tito, que precisava especialmente de ser investido da autoridade de Paulo diante dos cretenses, ele é as duas coisas, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo. A fé que é dos eleitos de Deus é o corpo da verdade revelada e a promessa que o povo de Deus tem acalentado através dos séculos. Conhecimento. A ideia é paralela à fé que acabou de ser mencionada; ambas as ideias são governadas pelo segundo. Ambas, a fé e o conhecimento, tem a sua base em uma mensagem real que pode ser conhecida e crida. Verdade traz a implicação de “fiel revelação de Deus”, pois Jesus disse, “Eu sou . . . a verdade”. Isto é, segundo a piedade; uma palavra muitas vezes encontrada nas Epístolas Pastorais (I Tm. 3:16, coment.).
2. Esperança está em conexão do serviço e apostolado de Paulo; ele foi um apóstolo da esperança, a esperança da vida eterna, a qual Deus... prometeu antes dos tempos eternos, a nosso Salvador Jesus Cristo (II Tm. 1:9), para nos ser entregue mediante a mensagem.
3. Em tempos devidos. Cons. I Tm. 2:6. Os eternos propósitos começaram a ser desfrutados pela história deste mundo através da pregação (a mensagem, coisa pregada). Mandato. Cons. I Tm. 1:1. Paulo foi um apóstolo por mandamento; por mandamento ele recebeu sua mensagem. Palavra é equivalente à promessa do versículo anterior. A ideia é que Deus cumpriu Sua promessa; Ele cumpriu a Sua palavra no Evangelho. Salvador é a grande palavra de amplo significado para Libertador; ambos, Deus e Cristo, foram assim chamados.
4. Filho. Um termo afetivo usado por Paulo falando de Timóteo, Tito e Onésimo. A fé comum era partilhada por Paulo, Tito e todos os cristãos. O apóstolo pode estar usando a analogia da herança: a fé é um patrimônio ou um fideicomisso que pertence a todos; Tito está sendo encarregado de administrá-lo. Misericórdia só foi acrescentada nas Epístolas Pastorais (veja I Tm. 1:2, coment.). Da parte de rege ambos, Deus e Senhor: juntos constituem a única fonte divina de todas as bênçãos. A E.R.A, omite corretamente Senhor: Cristo Jesus nosso Salvador.

II. A Missão de Tito: Pôr Algumas Coisas em Ordem. 1:5 - 3:11.
A. A Tarefa e a Necessidade de Anciãos que Ensinam. 1:5-10.
1) Qualificações dos anciãos. 1:5-9.
5. Para a possível ordem dos acontecimentos mencionados, veja 3:12. Paulo deixou Tito em Creta e talvez seguisse para Nicópolis, em Épiro, perto da Dalmácia (II Tm. 4:10), onde mais tarde Tito o encontrou, e ambos foram para a Dalmácia. As coisas restantes dá a entender as coisas que ficaram por fazer. Em cada cidade sugere uma evangelização extensa mas rápida da ilha, deixando a questão da organização para mais tarde. Presbíteros ou anciãos aqui são os anciãos que ensinam ou os pastores, a julgar pelo contexto. Esta missão em Creta não conferia a Tito poder ditatorial para nomear ministros. Antes, como Paulo e Barnabé ordenaram anciãos (Atos 14:23) que foram escolhidos pelo povo, assina também Tito devia fazer, tendo em mente as devidas qualificações. Paulo dá três qualificações generalizadas (v. 6), uma lista de qualificações negativas (v. 7) e outra de positivas (vs. 8, 9). Toda a seção está em íntimo paralelo com I Tm. 3:2-4.
9. A E.R.A. é a preferível pela escolha nas palavras e na ordem: apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder, assim para exortar pelo reto ensino, como para convencer (como em Jo. 16:8) os que contradizem.
2) Necessidade de Anciãos para Combater o Erro. 1:10-16.
Como sugere o versículo 9, a doutrina tem aplicação dupla: exortação e convicção – instruir os crentes e convencer os contradizentes.
10. Insubordinados. Usado aqui, em 1:6 e em I Tm. 1:9. A ideia é de incredulidade deliberada e rejeição da verdade. Palradores e enganadores (cons. verbo relacionado em Gl. 6:3). Única ocorrência no N.T. Circuncisão. O Judaísmo incrédulo parecia aprofundar-se cada vez mais na completa rejeição da verdade. Um pouco depois João falou dos judeus chamando-os de “sinagoga de Satanás” (Ap. 2:9; 3:9).
11. É preciso fazê-los calar. A razão principal de se argumentar a favor da fé (apologética) é exortar e convencer. As evidências devem ser tão claramente apresentadas que os rejeitadores deverão pelo menos ser deixados sem desculpa ou resposta. Em Creta a situação foi agravada pelos judaizantes avarentos e outros falsos mestres, que subverteram casas inteiras no seu desejo de ganhar favor e ganho financeiro.
12. A observação é severa, mas vem das próprias fileiras dos cretenses. Paulo não se opunha a usar fragmentos de verdade colhidos entre os autores pagãos (Atos 17:28; I Co. 15:33). Ventres preguiçosos é o mesmo que glutões ociosos.
13. Tal testemunho é exato. Presumivelmente Paulo estivera na ilha por algum tempo e podia confirmar a declaração. Uma vez que os cretenses eram mentirosos, e estavam rejeitando a verdade, sua mensagem devia ser refutada. Mas Tito também devia repreender severamente (a mesma palavra “convencer” no v. 9) aqueles que se professavam crentes e lhes davam ouvidos. Isto esclarece que Paulo aqui desvia sua atenção dos incrédulos para os crentes professos. 
14. Fábulas. Mitos. Mandamentos de homens, reminiscência de Mt. 15:9, e sua fonte está em Is. 29:13. Falsa autoridade e temor aos homens estão envolvidos na rejeição à verdade de Deus.
15. Aqui o ensinamento é paralelo ao de I Tm. 4:2-5. Todas as coisas deve ser tomado no contexto como equivalente a “cada criatura de Deus” (I Tm. 4:3, 4). Para aqueles que rejeitam a soberania de Deus, e adoram a criatura, todas as coisas são impuras, até mesmo suas mentes e consciências.
16. Professam (cons. II Tm. 3:5). As obras são .a prova decisiva da condição do coração (Mt. 7:20; I Jo. 4:20). Reprovados. Inaptos para qualquer boa obra.

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