Resumo de Salmos 74

Salmo 74

Este salmo descreve de maneira muito particular a destruição de Jerusalém e do Templo, perpetrada por Nabucodonosor e pelo exército dos caldeus, e a sua aplicação a qualquer outro acontecimento da história dos judeus é tão improvável, que os intérpretes tendem a pensar que ele foi composto por Davi ou Asafe, ainda no período de vida de Davi, com uma referência profética àquele triste acontecimento (o que não seria assim tão provável), ou que ele foi escrito por outro Asafe, que viveu no tempo do cativeiro, ou por Jeremias (pois ele tem uma íntima relação com o seu livro das Lamentações), ou, ainda, que foi escrito por algum outro profeta e entregue aos filhos de Asafe, que eram chamados pelo seu nome, depois da volta do cativeiro, para ser utilizado no culto público da congregação. Esta era a mais conhecida família de cantores no tempo de Esdras. Veja Es 2.41; 3.10; Ne 11.17-22; 12.35-46. A situação deplorável do povo de Deus naquela época é, aqui, exposta e entregue ao Senhor. O profeta, em nome da igreja: I. Expõe suas súplicas queixosas acerca das misérias sofridas pelo povo, em função do despertar dos anseios do povo nas suas orações, v 1-11. II. Ele apresenta súplicas de consolo em favor do estímulo de sua fé nas orações, v 12-17. III. Ele encerra com diversas petições a Deus em favor da libertação do povo, v 18-23. Ao cantá-lo, devemos tomar consciência dos sofrimentos que assolaram o povo de Deus no passado, pois somos membros do mesmo corpo e poderemos aplicá-lo a qualquer angústia ou desolação que afetem qualquer parte da igreja cristã no tempo presente.

Notas de Estudo:

74:1–23 Este lamento comunitário expressa a agonia do povo em meio às circunstâncias mais excruciantes. Já era ruim o suficiente que os inimigos de Israel tivessem destruído o templo (cf. 2 Rs 25); mas pior ainda, parecia ao salmista que Deus os havia abandonado. Nesta oração, ele lembra a Deus de Seu vínculo com Israel, além de Seus atos sobrenaturais passados na proteção de Israel, e implora a Deus que salve Sua nação da aliança agora (cf. Salmos 137 e Lamentações).

I. O Terror do Abandono (74:1–11)

II. A lembrança da onipotência (74:12-17)

III. O pedido de ajuda (74:18-23)

74: Título Asafe. Se este salmo reflete a destruição do templo por Nabucodonosor em 586 a.C., Asafe já estaria morto nessa época. Assim, este título pode significar que este salmo foi escrito ou cantado por um coro posterior de Asafe (Veja as notas nos Salmos 50, 73: Título).

74:2 tribo da tua herança. O salmista lamenta que, embora Deus possuísse Israel, Ele não o protegeu.

74:3 Levanta os teus pés. Um antropomorfismo que significa: “Apresse-se e venha examinar os escombros”.

74:4 suas bandeiras para sinais. Os saqueadores haviam colocado seus estandartes militares e religiosos pagãos no templo de Deus.

74:5 levante os eixos. Como lenhadores cercados por árvores, o inimigo destruiu tudo o que estava à vista no templo de Deus.

74:8 os locais de reunião. Deus permitiu apenas um santuário e durante o reavivamento de Josias, os altos foram destruídos (cf. 2 Rs 22; 23). Isso pode ser uma referência às várias salas do templo ou a locais religiosos sem sacrifício em todo o país.

74:9 nossos sinais. Embora houvesse sinais hostis e pagãos por toda parte, faltavam sinais da verdadeira adoração de Jeová, como os altares para sacrifício.

74:13 dividiu o mar. Esta é provavelmente uma referência à atividade criadora de Deus, e não à abertura do Mar Vermelho (cf. Gn 1:6-8; Êxodo 14:26-31). serpentes marinhas. Isso identifica baleias, tubarões e outras grandes criaturas marinhas, incluindo dinossauros.

74:14 Leviatã. Veja a nota em Jó 41:1.

74:15 abriu a fonte... enchente. Isso pode ser uma referência ao dilúvio universal (cf. Gn 7:11), ou pode descrever a criação (Gn 1:6–8).

74:17 estabelece todas as fronteiras. Como Criador, Deus fez o dia e a noite, também as estações (v. 16); Ele separou a terra do mar; e Ele até mesmo estabeleceu fronteiras nacionais.

74:20 a aliança. O povo havia apostatado (cf. Êxodo 16:3–8). Deus, entretanto, ainda estava em uma aliança eterna (a aliança abraâmica) com a nação (cf. Gn 17:1-8).

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