1 Coríntios 11 — Comentário Devocional

1 Coríntios 11

1 Coríntios 11 aborda vários aspectos do culto cristão, incluindo a Ceia do Senhor e a cobertura da cabeça. Ele fornece aplicações valiosas para a vida dos crentes sobre como eles abordam a adoração, os relacionamentos e as práticas culturais dentro da igreja. 

1. Adoração Reverente: Aborde a adoração com reverência e respeito. Reconheça o significado da Ceia do Senhor e a sacralidade do ato de comunhão. Prepare seu coração e mente para participar deste importante aspecto da adoração cristã.

2. Lembrar o Sacrifício de Cristo: Ao participar da Ceia do Senhor, lembre-se do sacrifício de Cristo na cruz pelos seus pecados. Reflita sobre a profundidade do amor e da graça de Deus em proporcionar a salvação através de Jesus.

3. Unidade na Adoração: Paulo enfatiza a importância da unidade na adoração. A aplicação da vida é promover a unidade e a harmonia dentro da igreja. Evite divisões e busque um espírito de amor e união ao se reunir para adoração.

4. Submissão e Ordem: Reconheça o princípio de ordem e submissão na adoração. Embora reconheça que as práticas culturais podem variar, aplique o princípio subjacente do culto respeitoso e ordenado dentro do seu contexto cultural específico.

5. Respeito pela Autoridade: Respeite e honre as estruturas de autoridade ordenadas por Deus dentro da igreja, que podem incluir papéis de liderança e distinções de género. Esteja atento aos princípios bíblicos relativos à submissão e liderança.

6. Examine-se: Paulo exorta os crentes a examinarem-se antes de participarem na Ceia do Senhor. Aplique isso examinando regularmente seu próprio coração e vida, confessando pecados e buscando perdão antes de participar da comunhão.

7. Consideração pelos outros: Tenha consideração pelos irmãos durante o culto comunitário. Paulo discute a cobertura da cabeça no contexto cultural da igreja de Corinto, mas o princípio subjacente é a consideração pelos outros. Evite comportamentos ou práticas que possam causar confusão ou ofensa aos companheiros de adoração.

8. Sensibilidade Cultural: Compreenda que as práticas culturais podem variar e nem todos os aspectos do culto são universalmente aplicáveis. Adapte suas práticas de adoração conforme necessário para respeitar as normas culturais e, ao mesmo tempo, manter a integridade bíblica.

9. Teologia do Corpo: Reconhecer o significado teológico do corpo humano como criação de Deus. Trate o seu corpo com respeito e pureza, evitando quaisquer comportamentos ou ações que o contaminem.

10. Reflexão sobre os papéis de género: Envolva-se numa reflexão cuidadosa sobre os ensinamentos bíblicos relativos aos papéis de género na igreja e na sociedade. Procure compreender estes princípios e como eles se aplicam ao seu contexto específico, ao mesmo tempo que defende os valores fundamentais de amor e respeito por todos os indivíduos.

1 Coríntios 11 incentiva os crentes a abordarem a adoração com reverência, unidade e consideração pelos outros. Também destaca a importância de examinar o coração e viver em harmonia com os princípios bíblicos no contexto das práticas culturais.

Devocional

11.1 Por que Paulo disse “Sede meus imitadores”? Ele não estava sendo arrogante e não se considerava sem pecado. Naquele momento, porém, os crentes coríntios não sabiam muito a respeito da vida e do ministério de Cristo. Paulo não podia pedir que imitassem Jesus, porque os evangelhos ainda não haviam sido escritos. Sendo assim, não sabiam exatamente como Jesus era. O melhor caminho para levar aqueles novos cristãos a Cristo era aproxima-los de cristãos em quem confiassem (ver Gl 4.12; Fp 3 17; 1 Ts 1 6; 2.14; 2 Ts 3.7.9). Paulo permaneceu em Corinto por quase dois anos e construiu uma relação de confiança com muitos desses novos crentes.

11.2ss Nesta seção, a principal preocupação de Paulo é a irreverência na adoração. Precisamos ler a respeito desse assunto no contexto da situação que havia em Corinto. A questão de cobrir a cabeça ou do véu, embora aparentemente insignificante, tornou-se um grande problema porque duas bases culturais estavam colidindo. As mulheres judias sempre cobriam as cabeças na adoração. Se uma mulher descobrisse sua cabeça em público, era sinal de que havia perdido a moral. Por outro lado, as mulheres gregas talvez estivessem acostumadas a adorar sem ter a cabeça coberta. Nesta carta, Paulo falou sobre as divisões e a desordem naquela igreja. Ambas ocorriam. A solução de Paulo veio de seu desejo de união entre os membros da igreja e daquilo que era conveniente para a adoração. Ele aceitou a soberania de Deus. criando regras para os relacionamentos.

11.2-16 Esta seção enfoca principalmente as atitudes apropriadas e a conduta na adoração, e não a relação do casamento ou o papel das mulheres na igreja. Embora as instruções específicas de Paulo possam ser culturais (mulheres cobrindo suas cabeças na adoração), os princípios por trás delas não estão limitados ao tempo ou ás épocas: o respeito pelo cônjuge, a reverência durante a adoração de uma forma apropriada e o enfoque de toda a vida em Deus. Se você estiver fazendo algo que possa facilmente ofender e dividir os membros da igreja, mude suas atitudes para promover a unidade na comunidade. Paulo disse que as mulheres que não tinham a cabeça coberta deveriam cobri-las, não porque fosse um requisito bíblico, mas porque tal atitude impediria que a congregação se dividisse por causa de uma questão insignificante que servia apenas para afastar a mente das pessoas de Cristo.

11.3 A frase “O varão [é) a cabeça da mulher” não indica o controle ou a supremacia do homem sobre a mulher, e sim que ele é a sua fonte. Pelo fato do homem ter sido criado primeiro, a existência da mulher deriva do homem, assim como o homem de Cristo, e Cristo de Deus. Evidentemente Paulo estava corrigindo alguns excessos na adoração aos quais as mulheres coríntias emancipadas estavam aderindo.

O princípio por trás das palavras de Paulo é a submissão, que é um elemento-chave para o bom funcionamento de qualquer negócio, governo ou família. Deus ordenou a submissão em certas relações para evitar o caos. É essencial entender que ela não consiste na rendição, desistência ou apatia. Não significa inferioridade, porque Deus criou todas as pessoas à sua imagem, e iodas têm igual valor. A submissão consiste no compromisso e na cooperação mútua. Deste modo, Deus ordena submissão entre aqueles que são iguais. Ele não fez o homem superior; criou um modo para que o marido e a esposa trabalhassem juntos. Jesus Cristo, embora igual a Deus, o Pai, submeteu-se a Ele para executar o plano da salvação. Da mesma forma, embora igual ao homem, que é inferior a Deus, a esposa deve submeter-se a seu marido por causa de seu casamento e de sua família. A submissão entre iguais é feita por escolha própria, e não ã força. Servimos a Deus nessas relações submetendo-nos de boa vontade às outras pessoas em nossa igreja, ao nosso cônjuge e aos nossos líderes de governo.

11.9-11 Deus criou hierarquia para que o mundo funcionasse harmoniosamente. Embora haja hierarquia até mesmo no casa mento, não deve existir superioridade. Deus criou os homens e as mulheres com características únicas e complementares. Um sexo não é melhor que o outro. Não devemos deixar que a questão da autoridade e da submissão destrua a unidade no casamento. Em vez disso, devemos usar nossos dons únicos para fortalecer nosso casamento e glorificar a Deus.

11.10 Este versículo pode significar que a mulher deveria usar algo que cobrisse sua cabeça como um sinal de que estava sob a autoridade do homem. Esse é um fato que até os anjos entendem quando observam os cristãos na adoração. (Ver a nota 11.2ss para uma explicação da questão sobre cobrir a cabeça.

11.14, 15 Ao discorrer sobre as cabeças cobertas e o comprimento do cabelo, Paulo se reportou ao fato de que os crentes devem ter uma aparência e um comportamento honrado em sua cultura. Embora seja desonroso para o homem ter cabelo crescido, há culturas em que o cabelo longo para os homens é considerado apropriado e masculino. Em Corinto, era um sinal de prostituição os homens de cabelos longos e as mulheres de cabelo curto. Paulo recomendou que na cultura coríntia as mulheres cristãs mantivessem seus cabelos longos. Se o cabelo curto para as mulheres era um sinal de prostituição, seria consequentemente difícil para uma mulher cristã com cabelo curto ser uma testemunha idônea de Jesus Cristo. Paulo não afirmou que devamos adotar todas as práticas de nossa cultura, e sim que devemos evitar aparências e comportamentos que depreciam nossa meta maior que é sermos testemunhas de Jesus Cristo.

11.17-34 A Ceia do Senhor (11.20) é uma representação visível que simboliza a morte de Jesus por nossos pecados. Lembra-nos sua morte e a esperança gloriosa de sua volta. Nossa participação nela fortalece nossa fé através da comunhão com Cristo e com os demais crentes.

11.18, 19 Paulo reconheceu que existem diferenças entre os membros da igreja. Porém, quando desenvolvem divisões por vontade própria, tornam-se destrutivos para a congregação. Aqueles que causam divisões só servem para destacar aqueles que são crentes genuínos.

11.21, 22 A Ceia do Senhor, celebrada pela Igreja Primitiva, incluía um banquete ou uma refeição em conjunto, seguida pela celebração da comunhão. Na igreja de Corinto, tal refeição em conjunto se tornou uma ocasião em que algumas pessoas comiam e bebiam excessivamente, enquanto outras permaneciam famintas. Não havia uma atitude atenciosa de compartilhar. Isso certamente não demonstrava a união e o amor que deveriam caracterizar a igreja, nem era uma preparação para a Santa Ceia propriamente dita. Paulo condenou essas ações e relembrou à igreja o verdadeiro propósito da Ceia do Senhor.

11.24-25 O que a Ceia do Senhor significa? A Igreja Primitiva lembrava-se de que Jesus a instituiu na noite da refeição da Páscoa (Lc 22 13-20). Da mesma maneira que a Páscoa celebrava a libertação da escravidão no Egito, a Ceia do Senhor celebra a libertação do pecado por meio da morte de Cristo. Os cristãos apontam várias possibilidades diferentes para o que Cristo quis dizer por “Isto é o meu corpo”. (1) Alguns acreditam que o pão e o vinho realmente se tornam o corpo físico de Cristo e o sangue respectivamente. (2) Outros acreditam que o pão e o vinho permanecem inalterados, mas Cristo está espiritualmente presente no pão e no vinho. (3) E ainda outros acreditam que o pão e o vinho simbolizam o corpo e o sangue de Cristo. De forma geral, os cristãos concordam que participar da Ceia do Senhor é um elemento importante na fé crista e que a presença de Cristo, da forma como entendermos, nos fortalece espiritualmente.

O que é este Novo Testamento ou nova aliança? Na antiga aliança, as pessoas podiam aproximar-se de Deus somente por meio dos sacerdotes e do sistema sacrifical. A morte de Jesus na cruz introduziu uma nova aliança entre Deus e nós. Agora todas as pessoas podem aproximar-se pessoalmente de Deus e comunicar-se com Ele. O povo de Israel participou pela primeira vez dessa aliança depois de seu êxodo do Egito (Êx 24), que foi projetado para apontar para o dia em que Jesus Cristo viria à terra. A nova aliança completa, e não substitui, a antiga, pois cumpre todas as expectativas desta (ver Jr 31.31-34). Comer o pão e beber o cálice mostram que estamos relembrando a morte de Cristo por nós e renovando nosso compromisso de servi-lo.

Jesus disse: “Fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim”. Como nos lembramos de Cristo na Ceia do Senhor? Pensando sobre o que Ele fez por nós e por que o fez. Se a Ceia do Senhor tornar-se apenas uma cerimônia ou um hábito religioso, não mais celebrará a morte de Cristo e perderá a sua importância.

11.27ss Paulo deu instruções especificas a respeito de como a Ceia do Senhor deve ser observada. (1) Devemos participar dela com uma atitude de reflexão, porque estamos proclamando que Cristo morreu por nossos pecados (11.26). (2) Devemos participar dela de modo digno, com a reverência e o respeito devidos (11.27). (3) Devemos nos examinar antes de participar da Ceia do Senhor (11.28). (4) Devemos ter consideração pelos outros, esperando até que todas as pessoas tenham chegado e, em seguida, comer ordenadamente, demonstrando nossa união (11.33).

11.27-34 Quando Paulo disse que ninguém deveria participar da Ceia do Senhor indignamente, estava falando aos membros da igreja que estavam participando dela sem pensar em seu significado. Aqueles que o faziam seriam culpados “do corpo e do sangue do Senhor”. Em vez de honrar o sacrifício de Cristo, estavam compartilhando a culpa daqueles que o crucificaram. Na verdade, ninguém é digno de participar da Ceia do Senhor. Somos todos pecadores salvos pela graça. Por essa razão, devemos nos preparar para a Santa Ceia por intermédio de uma saudável introspecção, da confissão dos nossos pecados e da solução das diferenças com as outras pessoas. Essas ações removem as barreiras que afetam nosso relacionamento com Cristo e com os outros crentes. A consciência de nossos pecados não deve nos afastar da Santa Ceia, mas dirigir o modo como participamos dela.

11.29 Não discernir ou não honrar o corpo do Senhor consiste em não entender o que a Ceia do Senhor significa nem distingui-la de um alimento comum. Aqueles que o fazem condenam a si mesmos (ver 11.27).

11.30 O fato de algumas pessoas terem morrido pode ter sido um julgamento especial e sobrenatural sobre a igreja coríntia. Esse tipo de julgamento disciplinar destaca a seriedade da Santa Ceia. Ela não deve ser tomada sem consideração. Esta nova aliança custou a vida de Jesus. Não é uma cerimônia sem sentido, mas um cerimonial dado por Cristo para ajudar a fortalecer a nossa fé.

11.34 As pessoas deveriam comparecer a esta celebração desejando estar em comunhão com outros crentes e preparar-se para a Ceia do Senhor que vinha a seguir, e não comer excessivamente como se este evento fosse apenas um jantar. A frase: “Se algum tiver fome, coma em casa” significa que as pessoas deveriam alimentar-se antecipadamente, pois dessa forma iriam para a Santa Ceia com a correta disposição mental.

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