1 Coríntios 6 — Comentário Devocional

1 Coríntios 6

1 Coríntios 6 aborda vários assuntos relacionados a disputas, imoralidade sexual e santidade do corpo. Ele fornece diversas aplicações de vida que podem orientar os crentes em suas vidas pessoais e relacionamentos dentro da igreja. Aqui estão algumas aplicações importantes para a vida de 1 Coríntios 6:

1. Resolução de Conflitos dentro da Igreja: Paulo exorta os crentes a não levarem as suas disputas com irmãos crentes a tribunais seculares. A aplicação de vida aqui é priorizar a resolução de conflitos dentro da comunidade da igreja através de princípios bíblicos de reconciliação, perdão e pacificação. Busque mediação e conselhos sábios de crentes maduros quando necessário.

2. Fugir da Imoralidade Sexual: Paulo adverte fortemente contra a imoralidade sexual, enfatizando que nossos corpos são templos do Espírito Santo. A aplicação da vida é fugir do pecado sexual e manter a pureza sexual. Isto inclui evitar a pornografia, o sexo antes do casamento, o adultério e quaisquer comportamentos que desonrem o desígnio de Deus para a sexualidade.

3. Respeito pelo Corpo: Reconheça o significado do seu corpo físico como templo do Espírito Santo. Cuide do seu corpo através de escolhas saudáveis, evitando o abuso de substâncias e tratando-o com respeito e honra.

4. Evitar a idolatria: Entenda que ceder ao pecado pode se tornar uma forma de idolatria, onde você prioriza seus desejos acima da vontade de Deus. A aplicação na vida é proteger-se contra qualquer pecado que tenha precedência sobre o seu relacionamento com Deus.

5. Honrar a Deus nos relacionamentos: Quando se trata de relacionamentos, incluindo o casamento, priorize honrar os padrões de pureza, amor e respeito de Deus. Procure construir relacionamentos baseados em princípios bíblicos e no respeito mútuo.

6. Viver como uma Nova Criação: Paulo lembra aos crentes que eles foram lavados, santificados e justificados em nome do Senhor Jesus Cristo. A aplicação da vida é viver à luz da sua identidade como uma nova criação em Cristo. Isto envolve crescimento contínuo em santidade, arrependimento do pecado e confiança na graça de Deus para o perdão.

7. Evitar a Ganância e o Materialismo: Nos versículos 9-11, Paulo lista vários pecados, incluindo a ganância e a fraude. A aplicação na vida é evitar o materialismo, o ganho desonesto e a busca de riqueza às custas dos outros. Busque o contentamento em Cristo e priorize a generosidade e negociações justas.

8. Liberdade com Responsabilidade: Embora os crentes tenham liberdade em Cristo, esta liberdade vem com responsabilidade. Exerça sua liberdade com senso de responsabilidade e consideração pelos outros. Evite comportamentos que possam fazer com que outros tropecem na fé.

9. Buscando a Santidade, Não o Legalismo: Busque a santidade como um reflexo do seu amor por Deus, não por obrigação legalista. Entenda que a sua busca pela santidade é uma resposta à graça e ao amor de Deus, não uma tentativa de ganhar a salvação.

10. Arrependimento e Transformação: Reconheça que se você lutou contra a imoralidade sexual ou outros pecados, há esperança em Cristo para o arrependimento e a transformação. Busque responsabilidade e apoio de outros cristãos ao se esforçar por uma vida que honre a Deus.

1 Coríntios 6 chama os crentes a viverem vidas de santidade, respeito pelos seus corpos e amor pelos irmãos crentes. Essas aplicações de vida incentivam uma abordagem centrada em Cristo nos relacionamentos, na resolução de conflitos e na conduta pessoal.

Devocional

6.1-6 No cap. 5, Paulo explicou como se deve proceder em relação à imoralidade abertamente praticada na congregação. No cap. 6, ele ensina como a congregação deve tratar de problemas menores entre os crentes. A sociedade instalou um sistema legal no qual as discordâncias podem ser resolvidas nos tribunais. Mas Paulo declara que os cristãos não devem ir a um tribunal secular para solucionar suas diferenças. Como cristãos, nós temos o Espírito Santo e a mente de Cristo, então por que deveríamos nos dirigir àqueles que não possuem a sabedoria de Deus? Por tudo o que recebemos como crentes e por causa da autoridade que teremos no futuro para julgar o mundo e os anjos, devemos ser capazes de lidar com as eventuais disputas. Veja João 5.22 e Apocalipse 3.21 para mais informações sobre a questão de julgar o mundo. Julgar os anjos é mencionado em 2 Pedro 2.4 e Judas 1.6.

6.6-8 Por que Paulo disse que os cristãos não deveriam levar suas demandas aos incrédulos nos tribunais seculares? (1) Se o juiz e o júri não forem cristãos, provavelmente não serão sensíveis aos valores cristãos. (2) A base para ir a um tribunal é frequentemente a vingança. Isso nunca deve ser o objetivo de um cristão. (3) Os processos acarretam danos à causa de Cristo e tornam a imagem da Igreja negativa, levando os incrédulos a enfocarem mais os problemas do que o verdadeiro propósito da Igreja.

6.9-11 Paulo descreveu as características dos incrédulos. Ele não disse que todos aqueles que foram impuros, idólatras, adúlteros, efeminados, sodomitas, ladrões, avarentos, bêbados, maldizentes, roubadores estão automática e irrevogavelmente excluídos do céu. Os cristãos tiveram um passado diferente. Eles podiam ainda estar lutando contra os desejos pecaminosos, mas não deviam continuar nessas práticas Em 6.1, Paulo mostrou claramente que mesmo aqueles que pecaram deste modo podiam ter sua vida transformada por Cristo. Aqueles, porém, que se diziam cristãos, mas persistiam em tais práticas sem sinal de arrependimento, não herdariam o Reino de Deus. Essas pessoas precisavam reavaliar sua vida para verificar se realmente criam em Cristo.

6.9-11 Em uma sociedade permissiva, e fácil para os cristãos ignorar ou tolerar algum comportamento imoral (a cobiça, a embriaguez, etc.) enquanto se mostram indignados com outros (por exemplo, furtos e homossexualidade). Não devemos participar de qualquer forma de pecado ou tolerá-lo; não podemos ser seletivos naquilo que condenamos ou perdoamos. Afastar-se das formas mais ' aceitáveis'’ de pecado é penoso, porém não é mais difícil para nós do que foi para os coríntios. Deus espera que seus seguidores, de todas as épocas, tenham elevados padrões morais.

6.11 Paulo enfatizou a ação de Deus ao fazer dos crentes novas criaturas. Os três aspectos da obra de Deus são parte de nossa salvação. Nossos pecados foram lavados, fomos separados para um fim especial (santificados) e reconciliados com Deus (justificados).

6.12 Aparentemente, algumas igrejas têm citado e aplicado de forma equivocada as palavras “todas as coisas me são lícitas”. Alguns cristãos em Corinto procuravam justificar os seus pecados dizendo que (1) Cristo eliminou todos os pecados, e. assim, eles tinham completa liberdade para viver como quisessem e (2) que suas ações não estavam estritamente proibidas pelas Escrituras. Paulo respondeu às duas desculpas: (1) o fato de Cristo ter tirado os nossos pecados não nos dá a liberdade para continuarmos fazendo o que sabemos ser errado. O NT proíbe especificamente muitos pecados (ver 6.9.10) que eram proibidos no AT (ver Rm 12.9-21; 13.8-10); (2) algumas ações não são pecaminosas em si, porém não são apropriadas porque podem controlar nossa vida e afastar-nos de Deus; e (3) algumas ações podem magoar as pessoas. Qualquer coisa que magoe em vez de ajudar os outros não é correta.

6.12-13 Muitas religiões no mundo ensinam que a alma e o espirito são importantes, mas que o corpo não; e o cristianismo é, às vezes, influenciado por essas idéias. Na verdade, o cristianismo considera o aspecto físico de modo muito sério. Adoramos a um Deus que criou o mundo físico e o declarou como sendo bom. Ele nos promete uma nova terra, onde as pessoas terão seu corpo transformado — não uma nuvem cor-de-rosa onde almas desencarnadas ouvirão a música de uma harpa. No âmago do cristianismo, encontra-se a história do próprio Deus. que teve um corpo, carne e sangue. Ele veio viver conosco, oferecendo tanto a cura física como a restauração espiritual. Nós, humanos como Adão, somos uma combinação de pó e espírito. Da mesma maneira que o nosso espírito afeta o nosso corpo, este afeta o nosso espirito. Não podemos cometer pecados com o nosso corpo sem prejudicar nossa alma, porque corpo e alma estão inseparavelmente unidos. Na nova terra, teremos o corpo ressurreto, que não foi corrompido pelo pecado. Então apreciaremos a plenitude da nossa salvação.

6.12-13 A liberdade é uma marca da fé cristã — liberdade do pecado e da culpa, e liberdade de usar e apreciar qualquer coisa que venha de Deus. Mas os cristãos não devem abusar dela e afligir a si mesmos ou às outras pessoas. Os excessos trazem sérias consequências. A glutonaria, por exemplo, leva à obesidade. Tenha cuidado para não transformar o que Deus lhe permitiu apreciar em um hábito ruim que passe a controlar a sua vida. Para mais informações a respeito da liberdade cristã e do comportamento cotidiano, leia o cap. 8.

6.13 A imoralidade sexual é uma tentação que está sempre diante de nós. No cinema e na televisão, o sexo fora do casamento é tratado como algo normal, até desejável, como parte da vida. Já o casamento é frequentemente mostrado como limitado, monótono e triste. Podemos até ser tratados com desprezo pelos outros se formos considerados puros. Mas Deus não proíbe os pecados sexuais somente para dificultar. Ele conhece o poder que o pecado tem de destruir nos física e espiritualmente. Ninguém deve menosprezar o poder da imoralidade sexual. Ela devastou incontáveis vidas, destruiu famílias, igrejas, comunidades e até nações. Deus quer proteger-nos para não prejudicarmos a nós mesmos e aos outros. Assim Ele oferece a realização de que necessitamos livrando-nos de nossa solidão e desejos ímpios. O Senhor promete satisfazer-nos por meio de sua presença em nossa vida.

6.15-17 Este ensino a respeito da imoralidade sexual e das prostitutas era especialmente importante para a igreja coríntia porque o templo da deusa do amor. Afrodite, ficava em Corinto. Esse templo empregava mais de mil prostitutas como sacerdotisas, e o sexo era parte do ritual de adoração. Paulo declarou claramente que os cristãos não devem tomar parte na imoralidade sexual, ainda que isso seja aceitável e popular em nossa cultura.

6.18 Os cristãos são livres para ser tudo o que puderem para Deus, mas não estão livres de Deus. O Senhor criou o sexo para ser um belo e essencial ingrediente do casamento, mas o pecado sexual — a prática de sexo fora do casamento — em prefere alguém. É uma atitude que magoa a Deus porque mostra que preferimos seguir nossos próprios desejos a colocar-nos sob a direção do Espírito Santo. Fere também os outros porque viola o comprometimento tão necessário a um relacionamento sadio. Além disso, frequentemente traz doenças às pessoas. Ainda afeta profundamente a personalidade, que responde através da angústia por esses ferimentos de caráter físico e espiritual.

6.19, 20 O que Paulo quis dizer quando mencionou que o nosso corpo pertence a Deus? Muitas pessoas dizem que têm o direito de fazer o que quiserem com seu corpo. Embora pensem que isso soja liberdade, estão na realidade escravizadas por seus próprios desejos. Quando nos tornamos cristãos, o Espírito Santo passa a habitar em nós. Assim sendo, o nosso corpo não nos pertence mais. O fato de Deus ter nos comprado ‘por bom preço” alude nossa condição de escravos adquiridos em um leilão. A morte de Cristo nos libertou do pecado, mas nos obriga a servi-lo. Se alguém viver em um edifício de propriedade de outra pessoa, procurará evitar violar as regras do edifício. Por seu corpo pertencer a Deus. você não deve violar os padrões de vida estabelecidos pelo Senhor.

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