1 Coríntios 7 — Comentário Devocional

1 Coríntios 7

1 Coríntios 7 é um capítulo que aborda vários aspectos do casamento, do estado de solteiro e dos relacionamentos dentro do contexto da fé cristã. Ele fornece orientação prática para crentes em diferentes situações de vida. 

1. Casamento e estado de solteiro como vocações iguais: Reconheça que tanto o casamento como o estado de solteiro são chamados válidos para os cristãos. Nenhum estado é superior ao outro. Abrace a fase da vida em que Deus o colocou com contentamento e senso de propósito.

2. Submissão Mútua no Casamento: Nos versículos 3-5, Paulo enfatiza o princípio da submissão e consideração mútua dentro do casamento. A aplicação na vida é cultivar um relacionamento amoroso, altruísta e de apoio mútuo com seu cônjuge. Pratiquem uma comunicação eficaz e procurem satisfazer as necessidades uns dos outros.

3. Santidade do Casamento: Compreenda a santidade do casamento como uma aliança divina. Abordar o casamento com reverência e compromisso, reconhecendo que é um reflexo do relacionamento de Cristo com a Igreja. Trabalhe para nutrir e proteger seu casamento.

4. Casamento e Ministério: Se você é casado, considere como o seu casamento pode ser uma plataforma para o ministério. Junto com seu cônjuge, busquem oportunidades de servir aos outros e de serem testemunhas de Cristo como casal.

5. Contentamento na solidão: Se você é solteiro, abrace esta temporada com contentamento e propósito. Use o tempo e a liberdade do estado de solteiro para servir ao Senhor, crescer em seu relacionamento com Ele e perseguir as paixões e dons que Deus lhe deu.

6. Buscar a orientação de Deus no casamento: Ao considerar o casamento ou enfrentar desafios conjugais, busque a orientação de Deus através da oração e de conselhos sábios. Confie em Sua sabedoria e direção para o seu relacionamento.

7. Permanecer Fiel no Casamento: Reconheça a importância da fidelidade no casamento. Evite a infidelidade e priorize a fidelidade emocional, espiritual e física necessária em um relacionamento conjugal sério.

8. Divórcio e Reconciliação: Se você estiver enfrentando dificuldades conjugais, considere a reconciliação como objetivo principal. Procure aconselhamento e apoio para resolver os problemas. Evite o divórcio sempre que possível, pois geralmente não é o plano ideal de Deus para o casamento.

9. Pureza e Integridade Sexual: Manter a pureza e integridade sexual dentro e fora do casamento. Reconheça que o pecado sexual pode ter profundas consequências espirituais e emocionais. Honre o desígnio de Deus para a sexualidade em suas ações e pensamentos.

10. Priorizando o Reino de Deus: Acima de tudo, priorize o reino de Deus e a Sua vontade em sua vida, seja você casado ou solteiro. Procure viver uma vida que honre a Deus e promova Seus propósitos em todos os seus relacionamentos e decisões.

Devocional

1 Coríntios 7 incentiva os crentes a abordarem o casamento e o estado de solteiro com uma perspectiva centrada em Cristo, enfatizando a importância do amor e respeito mútuos, do contentamento e da busca da orientação de Deus em todos os aspectos de seus relacionamentos.

7.1 Os coríntios escreveram para Paulo fazendo várias perguntas relativas à vida do cristãos e aos problemas na Igreja. A primeira pergunta tinha a finalidade de questionar se era conveniente casar-se. Paulo responde a essa e outras perguntas ao longo desta carta. Os cristãos em Corinto estavam cercados pela tentação sexual. Até em meio aos pagãos, a cidade tinha uma reputação de imoralidade sexual e prostituição religiosa. Foi para esse tipo de sociedade que Paulo proferiu essas instruções referentes ao sexo e ao casamento. Os coríntios precisavam de instruções específicas, especiais, por causa dos padrões imorais de sua cultura. (Para mais informações a respeito dos ensinamentos de Paulo sobre o casamento, veja Ef 5.)

7.3-5 E difícil resistir às tentações sexuais porque elas apelam para os desejos naturais e normais que Deus nos deu. O casamento ó o meio concedido por Deus para satisfazer esses desejos e para fortalecer os cônjuges contra a tentação. Os cônjuges têm a responsabilidade de cuidar um do outro. Sendo assim, marido e esposa não devem recusar-se um ao outro sexualmente, e sim suprir as necessidades e os desejos mútuos (ver a nota sobre 10.13).

7.3-11 A igreja coríntia estava em desordem por causa da imoralidade existente na cultura que a cercava. Ao rejeitarem a imoralidade, alguns gregos também rejeitaram completamente o sexo e o casamento. Os cristãos coríntios questionavam se isso era o que também deveriam fazer. Assim, fizeram a Paulo várias perguntas do tipo: “Sendo o sexo pervertido, não deveríamos nos abster dele também no casamento?” “Se o meu cônjuge for incrédulo, devo procurar o divórcio?” “As pessoas solteiras e viúvas devem permanecer sós?' Paulo respondeu a muitas dessas questões dizendo, em outras palavras: Por agora, permaneçam assim. Fiquem satisfeitos com a situação em que Deus os colocou. Se você for casado, não procure se tornar solteiro. Se você for solteiro, não procure se casar. Viva de acordo com a vontade de Deus, um dia de cada vez. E Ele lhe mostrará o que fazer.

7.4 Espiritualmente, nosso corpo passa a pertencer a Deus quando nos tornarmos cristãos, porque Jesus Cristo nos comprou. Ele pagou o preço para nos libertar do pecado (ver 6.19.20). Fisicamente, nosso corpo pertence a nosso cônjuge, porque Deus projetou o casamento de forma que, através da união do mando e da esposa, os dois se tornassem um (Gn 2.24). Paulo enfatizou um completo equilíbrio nas relações sexuais. Nem o homem nem a mulher devem buscar o domínio ou a autonomia.

7.7 Estar casado ou solteiro é um dom de Deus. Um estado não é moralmente melhor que o outro. Ambos são valiosos para realizar os propósitos de Deus. Por essa razão, é importante aceitarmos nossa atual situação. Quando Paulo disse desejar que todas as pessoas fossem como ele (solteiro), expressava seu desejo de que mais pessoas se dedicassem completamente ao ministério sem preocupações com um cônjuge e uma família, assim como ele. Ele não estava criticando o casamento. Afinal, esse foi o modo criado por Deus para oferecer companhia ao homem e povoar a Terra.

7.9 A pressão sexual não é o melhor motivo para casar, é melhor casar com a pessoa certa do que “se abrasar” na luxúria. Muitos dos novos crentes de Corinto pensavam que o sexo em si era errado. Assim, aqueles que estavam noivos já pensavam em não casar. Nesta passagem, Paulo disse aos noivos que desejavam casar que não deveriam frustrar seus anseios sexuais normais evitando o casamento. Isso não significa, porém, que as pessoas que tenham dificuldade de se controlar devam se casar com a primeira pessoa que apareça. É melhor lidar com a pressão do desejo do que com um casamento infeliz.

7.12 A “ordem’' de Paulo referente à permanência do casamento (7.10) tem como base o AT (Gn 2.24) e o ensinamento de Jesus (Mc 10.2-12). Sua sugestão neste versículo é baseada na ordem de Deus. Paulo a aplicou à situação que os coríntios estavam enfrentando. Sua ordem estava acima da sugestão porque uma trata de um princípio eterno enquanto a outra é uma aplicação especifica. Não obstante, para as pessoas em situações semelhantes, a sugestão de Paulo é o melhor conselho que poderiam obter. Paulo era um homem de Deus, um apóstolo, e tinha a mente de Cristo.

7.12-14 Por causa do desejo de servir a Cristo, algumas pessoas na igreja coríntia pensaram que deveriam divorciar-se de seu cônjuge pagão e se casar com um cristão. Mas Paulo reafirmou o compromisso do casamento. O ideal de Deus é que marido e esposa permaneçam juntos — mesmo quando um dos cônjuges não for crente. O cônjuge cristão deve tentar ganhar o outro para Cristo. Seria fácil pensar no rompimento do relacionamento. Paulo, porém, enfatizou que se deve permanecer com o cônjuge incrédulo e ser uma influência positiva na união. Assim como Jesus, Paulo acreditava que o casamento deve ser para sempre (ver Mc 10.1-9).

7.14 As bênçãos que fluem para os crentes não se limitam a eles; estendem-se também às outras pessoas. Deus considera o casamento como algo separado para seu uso por causa da presença de um cônjuge cristão. O outro cônjuge não recebe a salvação automaticamente, mas é santificado por essa relação. Os filhos desse casamento recebem uma influência espiritual positiva por parte do cônjuge cristão e são guardados (por causa da bênção de Deus na unidade familiar) até que tenham idade suficiente para tomar sua própria decisão em relação a Cristo.

7.15, 16 Este versículo é usado erroneamente por algumas pessoas como um modo de sair do casamento. Mas as declarações de Paulo foram dadas para encorajar o cônjuge cristão a tentar um entendimento com o incrédulo e tornar o casamento harmonioso. Se. porém, o cônjuge incrédulo insistir em partir. Paulo disse que é melhor deixá-lo ir. A única alternativa seria o cristão negar sua fé para preservar o casamento, o que seria pior do que dissolvê-lo. O principal propósito da carta de Paulo era exortar as pessoas casadas a buscarem a união, não a separação (ver 7.17; 1 Pe 3.1. 2).

7.17 Aparentemente, os coríntios estavam prontos a fazer uma mudança total, sem pensar em consequências e impactos. Paulo escreveu para dizer que as pessoas deveriam ser cristãs onde quer que estivessem. Você pode fazer a obra de Deus e demonstrar sua fé em qualquer lugar. Se você tornou-se um cristão depois do casamento e seu cônjuge não for um crente, lembre-se de que você não tem de estar casado com uma pessoa cristã para viver para Cristo. Não suponha que você está no lugar errado ou preso à pessoa errada. Você pode estar exatamente onde Deus deseja (ver 7.20).

7.18, 19 A cerimônia da circuncisão era uma parte importante do relacionamento dos judeus com Deus. De fato, antes da vinda de Cristo, a circuncisão era ordenada por Deus para aqueles que desejavam segui-lo (Gn 17.9-14). Mas depois da morte de Cristo, a circuncisão não era mais necessária (At 15; Rm 4.9-11; Gl 5.2-4; Cl 2.11). Agradar e obedecer a Deus é mais importante do que observar as formalidades tradicionais.

7.20 Podemos nos preocupar tanto com o que poderíamos fazer para Deus em outro lugar, que perdemos grandes oportunidades exatamente onde estamos. Paulo diz que quando alguém se torna cristão deve continuar com o trabalho que exercia antes, contanto que não seja imoral ou antiético. Todo trabalho pode ser cristão quando você percebe que ele pode ser uma oportunidade para honrar e servir a Cristo e anunciá-lo. Por Deus tê-lo colocado no lugar onde está, aproveite cada oportunidade de servi-lo neste lugar.

7.22 A escravidão era comum em todo o Império Romano. Alguns cristãos da igreja coríntia eram indubitavelmente escravos. Paulo disse que embora fossem escravos de outros seres humanos, estavam livres do poder do pecado. As pessoas hoje são escravas do pecado até que entreguem sua vida a Cristo, que é o único que pode vencer o poder do pecado. Este. junto com o orgulho e o medo, não tem mais qualquer influência sobre nós, da mesma maneira que um proprietário de escravos não tem mais poder sobre aqueles que vendeu. A Bíblia diz que nos tornamos servos de Cristo quando nos tornamos cristãos (Rm 6.18). Isso, porém, significa, na verdade, que ganhamos nossa liberdade. O pecado não mais nos controla.

7.26 Paulo provavelmente previu a perseguição iminente que o governo romano logo empreenderia contra os cristãos. Ele deu este conselho prático porque ser solteiro significava menos sofrimento e mais liberdade para entregar a vida a causa de Cristo (7.29), a ponto de morrer destemidamente por Ele. O conselho de Paulo revela sua dedicada devoção ã divulgação das Boas Novas.

7.28 Muitas pessoas ingenuamente pensam que o casamento resolverá todos os seus problemas. Aqui estão alguns problemas que o casamento não resolverá: (1) solidão, (2) tentação sexual. (3) as necessidades emocionais mais profundas e (4) as dificuldades da vida. O casamento em si não mantém duas pessoas juntas, mas o compromisso sim compromisso com Cristo e o compromisso mútuo dos cônjuges apesar dos conflitos e problemas. Mesmo sendo tão maravilhoso, o casamento não resolve automaticamente todos os problemas. Casados ou solteiros, devemos estar satisfeitos com a nossa situação e enfocarmos Cristo, e não a pessoa a quem amamos, para ajudar a resolver nossos problemas.

7.29 Paulo exortou todos os crentes a tirarem o maior proveito possível de seu tempo antes da volta de Cristo. Todas as pessoas, de todas as gerações, deveriam ter este senso de urgência em relação ã divulgação do evangelho aos outros. A vida é curta — não há muito tempo!

7.29-31 Paulo exorta os crentes a não considerarem o casamento, o lar ou a segurança financeira como a meta mais importante da vida. Tanto quanto possível, devemos viver livres dos cuidados deste mundo, não nos envolvendo em hipotecas penosas, altas despesas, grandes investimentos ou dívidas que possam nos impedir de fazer a obra de Deus. Os casados, como Paulo assinalou (7.33. 34), devem cuidar de suas responsabilidades terrenas e fazer todo o esforço para mantê-las modestas e sob controle.

7.32-34 Algumas pessoas solteiras sentem uma tremenda pressão para se casar. Pensam que sua vida somente pode ser completa com um cônjuge. Mas Paulo salientou uma vantagem de ser solteiro — o potencial de um enfoque maior em Cristo e em sua obra. Se você for solteiro, use essa oportunidade especial para servir a Cristo sinceramente.

7.38 Quando Paulo disse que o solteiro “faz melhor”, estava falando sobre o tempo potencial disponível para a obra de Deus. A pessoa solteira não tem a responsabilidade de cuidar de um cônjuge e manter uma família. Isso, porém, não quer dizer que ela prestará um grande serviço a Deus. O envolvimento na obra de Deus depende do comprometimento de cada indivíduo.

7.40 O conselho de Paulo vem do Espírito Santo, que guia e habilita tanto as pessoas solteiras como as casadas a cumprirem sua parte na obra.

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