Resumo de Isaías 24

Isaías 24

A opinião geral é que aqui tem início um novo discurso, que prossegue até o final do capítulo 27. E nele o profeta, segundo as orientações que tinha recebido, em muitas premissas precisas, diz “aos justos que bem lhes irá”. E, em muitas terríveis ameaças, diz: “Ai do ímpio! Mal lhe irá” (cap. 3.10,11). E elas são entrelaçadas, para que possam exemplificar, umas às outras. O capítulo é, principalmente, ameaçador. E, assim como os julgamentos ameaçados são muito amargos e dolorosos, também são muitas as pessoas ameaçadas com tais julgamentos. Não é o peso de nenhuma cidade ou nenhum reino em particular, como os anteriores, mas o peso de toda a terra. A palavra, na verdade, se refere somente à “terra”, porque a nossa própria terra é descrita como toda a terra. Mas aqui está explicado, por outras palavras, que ela não está limitada: é “... o mundo” (v. 4). De modo que deve englobar pelo menos todo um grupo de nações. 1. Alguns pensam (e é muito provável) que esta seja uma profecia a respeito da grande destruição que Senaqueribe e seu exército assírio, dentro de pouco tempo, fariam de muitas das nações naquela parte do mundo. 2. Outros julgam que ela se refira às devastações semelhantes que, aproximadamente cem anos mais tarde, Nabucodonosor e seus exércitos fariam nas mesmas nações, indo de um reino a outro, não somente para conquistá-los como também para destruí-los e assolá-los; pois aquele era o método que aquelas nações orientais adotavam em suas guerras. As promessas que estão misturadas com as ameaças visam ser o sustento e o consolo do povo de Deus nessas épocas tão calamitosas. E, uma vez que aqui não são citados nomes de nações, em particular, por quem ou sobre quem ocorreriam tais desolações, eu não vejo outra possibilidade, exceto que seja uma referência a ambos os eventos. Na verdade, essa passagem das Escrituras se cumpre de diversas maneiras, e nós devemos dar-lhe a sua abrangência completa. E por isso estou propenso a pensar que o profeta, a partir dos casos aos que se referia, e semelhantes, pretende aqui descrever, de modo geral, a situação calamitosa da humanidade, e as muitas desgraças a que está sujeita a vida humana, especialmente aquelas que participam das guerras entre as nações. Certamente os profetas eram enviados não somente para predizer eventos particulares, mas para formar as mentes dos homens em virtude e piedade, e com tal finalidade as suas profecias eram escritas e preservadas, até mesmo para nosso aprendizado, e por isso não devem ser consideradas como interpretações privadas. Uma vez que uma convic­ção profunda da inutilidade do mundo, e da sua incapacidade de nos fazer feliz terá grandes resultados, levando-nos a Deus, e atraindo os nossos afetos a outro mundo, o profeta aqui nos mostra o enfado de espírito que devemos esperar encontrar nessas coisas, para não termos o nosso descanso nelas, nem prometermos a nós mesmos uma satisfação diferente do prazer que só poderemos ter em Deus. Nesse capítulo, Temos: I. Uma ameaça de juízos desoladores pelo pecado (vv. 1-12), à qual é acrescentada uma garantia de que, em meio a eles, os fiéis seriam consolados (vv. 13-15). II. Uma nova ameaça de desolações semelhantes (vv. 16- 22), à qual é acrescentada uma garantia de que, em meio a elas, Deus seria glorificado.

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