Estudo sobre Isaías 5:1-7

Estudo sobre Isaías 5:1-7

Estudo sobre Isaías 5:1-7

Após as ameaças de punição nos capítulos 2 e 3, Deus falou palavras de conforto aos fiéis. Sim, os julgamentos viriam, mas os crentes que permaneceram entre a nação infiel encontraram consolo nas belas promessas de limpeza e proteção. O padrão alternado de ameaça e conforto nada mais é do que a proclamação da lei e do evangelho por parte de Deus. A lei ameaça o ímpio, assim como a carne pecaminosa de todo crente. Os ímpios dispensam a ameaça e continuam sem prestar atenção. Não importa quanto Deus ameace os ímpios, eles não o temerão. O crente ouve as mesmas ameaças e reconhece a voz de Deus condenando a carne pecaminosa. O crente treme de seu pecado e suas consequências. Mas Deus não deixa nenhum crente nessa condição. Ele fala palavras de perdão, amor e esperança. Então, o capítulo 4 segue os capítulos 2 e 3.

O capítulo 5 começa a resposta do crente às promessas de Deus. Este capítulo não é um apêndice ou uma reflexão tardia da seção anterior, nem traz um assunto completamente diferente e novo. O profeta irrompe em uma canção para aquele que ele ama, que não é ninguém mais do que o Senhor dos exércitos. É uma das imagens mais belas e ricas da profecia de Isaías, mas sua beleza e riqueza não podem ser duplicadas na tradução. Esta música e os pensamentos ligados a ela são uma espécie de musica que traz esta seção da profecia para uma conclusão. A profecia introduziu a ideia de uma vinha mais cedo (3:14). Neste ponto, o profeta canta sobre a vinha e atribui as desgraças que recairão sobre a incredulidade de sua própria nação.

Se olharmos para o Novo Testamento, é como se Jesus estivesse usando essa parábola como um texto para suas parábolas da vinha. (Ver Mateus 21:33–44; Marcos 12:1–11 e Lucas 20:9–18; outras referências a um vinhedo incluem Mateus 20:1–16; Lucas 13:6–9 e João 15:1–8.) Jeremias também usa a imagem da vinha. Por meio do profeta Jeremias, o Senhor alude a uma das perguntas da profecia de Isaías, perguntando-se como as trepadeiras escolhidas poderiam se transformar em vinhas selvagens (Jeremias 2:21; ver também Jeremias 12:10).

No primeiro verso, o profeta canta o esforço do Senhor em criar uma vinha. O Senhor fez tudo. Ele escolheu a localização ideal, preparou o solo, plantou as melhores vinhas e construiu uma torre de vigia e um lagar. Se alguma pergunta permaneceu sobre o esforço de Deus, basta pensar nas pedras da Palestina. Naquela parte do mundo, limpar a terra de pedras requeria muito trabalho e suor para qualquer jardineiro. Cortar um lagar e construir uma torre de vigia também eram tarefas árduas para qualquer um que estivesse preparando um vinhedo. A canção é uma parábola que enfatiza a graça de Deus. Deus inicia; Deus age; Deus trabalha - ninguém mais. Quando Deus age, os resultados seguem. A vinha fica no topo de uma encosta fértil, onde vai ter chuva e sol. Tudo está pronto para uma colheita abundante. Mas espere! A colheita não é abundante. Em vez disso, é ruim, porque as uvas silvestres cresceram no lugar das uvas selecionadas.

Neste ponto, Deus fala. Ele faz duas perguntas importantes sobre a música/parábola. “O que mais eu poderia fazer?”, Deus pergunta. Sua segunda pergunta é: “Por quê?” ambas as perguntas foram dirigidas a Jerusalém e Judá. Mas o povo não deu resposta porque sabiam que Deus os estava acusando. Eles não conseguiram produzir os bons frutos. Apesar de tudo o que a graça de Deus fez por eles, eles se afastaram dele e perseguiram o prazer e o mal. Quando Deus esperava frutos da fé como amor, gentileza, humildade, fé e reverência, o povo produzia uma safra de perversão, glutonaria, arrogância, cobiça e zombaria.

Como Deus vai responder? Embora Deus tenha gasto grande esforço na criação desta vinha, ele a destruirá. Este vinhedo não pode ser ajudado pela poda e capina. É passado salvando. O tempo do julgamento de Deus chegou. A vinha se tornará um deserto onde espinhos e sarças crescem. O julgamento será tão completo que o Senhor ordenará que a chuva não caia. Não se deve esquecer as implicações desse comentário. Deus controla todas as coisas, até mesmo as forças da natureza, e ele usará todas as coisas para realizar seus propósitos.

Esta parábola é uma curta e comovente lição de história. A vinha, como Isaías escreveu, era a casa de Israel e os homens de Judá. A parábola resume toda a história do Antigo Testamento até os dias de Isaías. Deus havia criado o povo de Israel e Judá. Deus havia escolhido Abraão, tornado descendentes de Abraão em uma nação poderosa quando ele os conduziu para fora do Egito sob Moisés, e os protegeu quando conquistaram a terra e estabeleceram uma monarquia sob o governo de Davi e Salomão. Mas as coisas mudaram. O povo de Deus havia abandonado seu gracioso Senhor. Deus lidaria com aqueles que desprezaram sua graça, paciência e bondade. O capítulo continua com seis denúncias contra esses “frutos ruins”.

Fonte: Braun, J. A. (2000). Isaiah 1-39. The People’s Bible (p. 71). Milwaukee, Wis.: Northwestern Pub. House.