Salmo 52 — Condenação do Ímpio

Salmos 52

O contexto histórico desse salmo 52 se encontra em I Samuel. Doegue, o edomita, era chefe dos pastores do rei Saul. Estava presente quando Abimeleque (ou “Aimeleque”) deu alimento e a espada de Gohas ao fugitivo Davi. Logo em seguida, o denunciou a Saul e recebeu a incumbência de matar Abimeleque e outros 84 sacerdotes do Senhor. Depois de cumprir sua missão, massacrou, ainda, as mulheres e crianças de Nobe, destruiu a vila e até os animais. Os versículos 1-4 descrevem o caráter de Doegue, e os versículos 5-7 falam de seu destino. Os versículos 8 e 9 apresentam o caráter contrastante do salmista.

52:1-4 A pergunta inicial de Davi critica o traidor por se orgulhar de sua maldade extrema e por inventar mentiras absurdas acerca do servo leal de Deus. O protótipo traiçoeiro do anticristo possui língua [...] afiada como navalha. Pende para o mal, não para o bem, e prefere mentir a dizer a verdade. Como personificação do engano, se deleita em palavras que destroem a vida de outros.

52:5 A justiça humana e a divina concordam quanto ao destino que o salmista antevê para Doegue e para todos que agem como ele. Deus os destruirá como um edifício transformado em escombros. O Altíssimo os arrancará de sua tenda e os extirpará da terra dos viventes.

52:6-7 Aqueles que temem a Deus viverão para ver esse dia e ficarão admirados com o julgamento terrível do Senhor. Rirão dessa inversão, dizendo: “Eis o homem que não fazia de Deus a sua fortaleza; antes, confiava na abundância de seus próprios bens e na sua perversidade se fortalecia”.


52:8-9 O caráter do salmista contrasta nitidamente com o do ímpio. Compara-se à oliveira verdejante, na Casa de Deus, uma imagem de prosperidade e fertilidade. De acordo com F. W. Grant, a oliveira é:... a árvore que produz o [óleo] que tipifica o Espírito de Deus, verdejante em seu frescor de vida eterna. Encontra-se na casa de Deus [em contraste com] a “tenda” da qual o ímpio é arrancado. Ao contrário de Doegue, que não fez de Deus o seu refúgio, Davi está decidido a confiar na misericórdia de Deus para todo o sempre. Também dará graças a Deus para sempre por tudo que ele tem feito, a saber, por castigar os perversos e vindicar os justos. Por fim, engrandecerá o nome do Senhor na presença dos seus santos fiéis, pois o nome do Senhor é bom, assim como tudo ele faz.