ASTROLOGIA (na Bíblia)
ASTROLOGIA. A observação do sol, da lua, dos planetas, e das estrelas, com a finalidade de determinar o caráter de indivíduos e o curso de eventos.
1. Descrição. Astrologia é uma arte antiga, cuja história envolve culturas diversas como a babilônica, grega, romana, egípcia, persa, chinesa e indiana. Tem sido usada mais comumente como um meio de adivinhação, pelo qual são preditos eventos futuros. Uma alegação mais cautelosa é que ela serve para indicar circunstâncias e fatores de personalidade que tendem a resultar em certos acontecimentos, mas não necessariamente os próprios eventos. Esta abordagem é útil para astrólogos que têm de enfrentar a antiga questão de porque gêmeos podem ter destinos notadamente diferentes. Os dados usados pela astrologia são os movimentos dos corpos celestes, especificamente, aqueles que aparecem no círculo das doze constelações, o zodíaco. O sol passa regularmente através de um caminho, chamado de eclíptico, pelo zodíaco. Os planetas se deslocam dentro e fora deste setor em intervalos variados. O zodíaco era facilmente observável ao homem antigo, e também era útil para propósitos científicos. Fornecia uma fonte mais aberta e “objetiva” para a adivinhação que outros métodos. Baseado nas observações e tradições dos séculos, os astrólogos alegam que certos fenômenos celestes estão sincronizados com circunstâncias terrestres. Embora seja assumido popularmente que a astrologia considera que os planetas têm influência de fato, talvez de natureza física, este conceito não é sustentado universalmente. Uma alternativa recente para a teoria da “influência” adota a suposição do psicólogo Jung a respeito da experiência incorporada. O estudo do zodíaco é complicado pelo fato de que houve mais de uma construção das posições dos planetas no zodíaco. A razão para isto é precessão, a rotação do equinócio para trás. Os sinais zodiacais têm, por conseguinte, lentamente se mudado das suas posições. O significado disto parece ter sido notado primeiro por Hiparcos, por volta de 120 a.C. Portanto, há basicamente dois sistemas, o tropical e o sideral. O último é mais preciso e bem pode ser a forma mais antiga. Em todo caso, o zodíaco é dividido em doze seções ou “casas”. Os “sinais” destas são bem conhecidos, de Aries, o carneiro, a Peixes, o peixe. Os planetas que atravessam estas casas formam padrões geométricos em várias distâncias conhecidas como “aspectos”. E considerado que estes são benéficos ou maléficos. Ao delinear todos os corpos celestes pertinentes ao sinal debaixo do qual um indivíduo nasce (data, hora e lugar são levados em consideração), um astrólogo prepara um mapa celestial, conhecido como “horóscopo”. Conclusões são tiradas a partir deste, considerando a personalidade, as tendências, etc. da pessoa, e assim são feitas predições. Estas predições podem ser bem gerais. Quando esta informação é aplicada a leitura astrológica pertinente a uma determinada data no presente ou no futuro, a predição oferecida pode ser mais específica.
Astrologia na Babilônia |
3. Referências bíblicas. Procura-se na Bíblia tanto apoio como oposição para a astrologia (O que a Bíblia Ensina sobre a Astrologia?). A referência mais óbvia é aos reis magos que viram a “estrela” do infante Jesus. A palavra “magus” tinha uma pluralidade de significados no mundo antigo, mas aqui provavelmente se refere a astrólogos. E possível que, estando informados das profecias bíblicas sobre o advento do Messias, eles foram receptivos à indicação divina através de um fenômeno celestial. A hipótese atual de que esta indicação foi uma conjunção de planetas em uma “casa” particular do zodíaco, com ambos, planetas e casa, trazendo certo significado relativo aos judeus e governo, é pelo menos plausível. O fato de que Deus pudesse se comunicar por este meio não valida, porém, toda a astrologia. (Deus falou uma vez pelo asno de Balaão!) Não obstante, este recurso de adivinhação foi usado por cristãos, que argumentavam que a criação de Deus era um veículo unificado da sua vontade, e que crença na astrologia concordava com o conceito de predestinação. Alguns tentaram contemplar paralelos entre as doze bênçãos de Jacó sobre seus filhos e os doze sinais do zodíaco, ou encontrar significado astrológico no fenômeno de Ezequiel 1, Apocalipse 4, 6 e 12, ou nas pedras preciosas de Apocalipse 21. Embora seja verdade que os astrólogos antigos faziam associações entre planetas específicos e certos metais, cores, formas de vida, etc., é especulação sem base encontrar tais associações aqui. Por outro lado, as Escrituras são bem claras em suas advertências contra a dependência de astrólogos e outros métodos de adivinhação. Isaías 47.13 fala especificamente contra os astrólogos (“os que dissecam os céus”) que “te predizem o que há de vir sobre ti”. Alguns também vêem uma advertência em Isaías 14.12 e 65.11. 2 Reis 17.16 relata que os israelitas, que se voltaram para a idolatria, feitiçaria e adivinhação, também “adoraram todo o exército do céu”. Segundos Reis 23.4s. repete a acusação e acrescenta uma referência específica às constelações (cp. Dt 4.19; 17.2-7; Jó 31.26ss.). Jeremias advertiu o povo “não (vos) espanteis com os sinais dos céus” que aborreciam outros (Jr 10.2). Há provavelmente também uma referência à astrologia em Amós 5.25-27 (cp. Atos 7.42f.). Daniel viveu no antigo berço da astrologia durante o cativeiro babilônico. Rejeição específica da prática é, então, especialmente significativa. “O mistério que o rei exige, nem encantadores, nem magos nem astrólogos o podem revelar ao rei” (Dn 2.27). Os astrólogos, da mesma maneira, não conseguiram compreender a escrita na parede (Dn 5.5-16). Outras Escrituras (por exemplo, Lv 19.26,31; Dt 18.9-14; Is 8.19) têm proibições contra várias formas de adivinhação (q.v.).
BIBLIOGRAFIA. F. Cumont, Astrology and Religion Am ong the Greeks and the Romans (1912); M. Grant, The World of Rome (1960), 129-153; J. Carmignac, “Les Horoscopes de Qumran,” Revue de Qumran, No. 18, Vol. 5 (abril, 1965), 199-217; F. Boll, C. Bezold e W. Gundel, Sternglaube und Sterndeutung, 55 ed. (1966); R. Gleadow, The Origin of the Zodiac (1969).
W. L . Liefeld