Salmo 11 — Comentário Católico

Comentário Católico



Salmo 11

Salmo 11 é um hino de confiança. Estrutura: vv. 1-3 (descrição do tempo mau, quando o ímpio prevalece); vv. 4-7 (Deus vê tudo e conhece o ímpio e o justo). O tema é similar ao Salmo 12: embora o ímpio provoque destruição, Deus é um refúgio seguro para o justo. 1. foge para os montes, passarinho: provavelmente a exigência do ímpio de que o salmista saia de seu caminho. “Como podeis dizer-me” quase sempre carrega um tom acusatório (Jr 2,23; 8,8; 48,14). A citação termina com o v. 1 .7. contemplarão sua face: i.e., a experiência da presença de Deus no templo (SI 11,7; 24,6; 42,3; 84,8). Em teoria, somente o justo poderia ser admitido à presença de Deus (SI 15,1-2; 17,15; 24,3-4; cf. Mt 5,8). Deus “observa” a todos os seres humanos (v. 4) mas somente o justo pode observá-lo.

Salmo 11 (oração de confiança de um indivíduo). 1b-3 Confiança em Deus. O salmista, que está em uma situação ameaçadora não identificada, confessa total confiança em Deus e desafia o plano de fuga sugerido por outro. O salmista emprega imagens dinâmicas para retratar os inimigos como caçadores que, com arco e flecha, aguardam uma vítima inocente indefesa. A ideia da caçada ressalta tanto a vulnerabilidade do ameaçado quanto a malícia daqueles que o ameaçam. O salmista rejeita o conselho de fugir do perigo para a segurança nas altas montanhas e escolhe o refúgio em Deus. vv. 4-7 Deus governa do céu. A afirmação final daquele que oferece um plano alternativo de alívio atinge uma nota de desesperança: “o que o justo pode fazer?” (v. 3b). Em resposta, o salmista mais uma vez declara total confiança em Deus, retratado como entronizado no céu, atento a tudo o que se desenrola na terra. A justiça divina é concedida aos justos e aos iníquos. Carvões ardentes, enxofre e vento abrasador aqui caracterizam o castigo dos pecadores e podem ter contribuído para a descrição muito mais tardia dos “fogos do inferno”. Por outro lado, os justos contemplarão a face de Deus, um conceito que aqui sugere o retorno de um senso de segurança e boa sorte e, a seu modo, pode ter contribuído para a posterior caracterização da recompensa no céu como uma união íntima com Deus. A confiança do salmista está fundamentada no apego ao soberano divino que presta justiça a todos.