Isaías 13 — Comentário Devocional

 Isaías 13

Isaías 13 contém uma profecia de julgamento contra a cidade de Babilônia, que era um império poderoso na época de Isaías.

O capítulo começa com uma descrição da destruição que sobrevirá à Babilônia. Emprega imagens vívidas e apocalípticas para retratar a severidade do julgamento, incluindo o escurecimento das estrelas e o abalo dos céus e da terra. A profecia declara que a Babilónia será devastada por uma coligação de nações e a sua glória será humilhada.

O capítulo também fala sobre o Dia do Senhor, um tema profético recorrente em Isaías, quando o julgamento e a intervenção de Deus se manifestarão em grande escala. Este dia é frequentemente associado ao culminar do plano de Deus e ao estabelecimento do Seu governo justo.

Isaías 13 enfatiza valores morais como a justiça divina e as consequências do orgulho e da arrogância. O capítulo adverte contra o abuso de poder e as consequências inevitáveis da rebelião contra os caminhos de Deus. Demonstra o princípio abrangente de que as nações, mesmo as poderosas e aparentemente invencíveis, estão sujeitas ao julgamento e à soberania divina de Deus.

Comentário Devocional

A primeira seção principal de Isaías (caps. 7–35) é sobre o julgamento das nações. Isso é desenvolvido com uma narrativa (caps. 7-12), na qual o rei Acaz rejeitou a oferta de um sinal de Deus. Embora o Senhor tenha dado o sinal, bem como outros sinais, o resultado da decisão de Acaz sem fé foi uma série de oráculos que enfatizam o julgamento de Deus pelas nações (caps. 13–35).

1. Os Oráculos contra as Nações (13:1–23:18)
A primeira parte da seção de julgamento de Isaías enfatiza os oráculos de Deus contra todas as nações que cercam e incluem Judá. No entanto, o julgamento se concentra na Babilônia mais do que as outras nações mencionadas (existem 55 versículos que lidam com o julgamento da Babilônia, mas não mais que 38 para qualquer outra nação). Embora outras visões sejam possíveis, parece que Is 13: 1–23:18 forma uma unidade dedicada às profecias contra nações específicas.

As observações de J. A. Motyer sobre esta seção são úteis, pois oferecem um senso de coesão aos oráculos contra as nações (J. A. Motyer, The Prophecy of Isaiah [Downers Grove, IL: InterVarsity, 1993], pp. 131–32). Ele sugere que os oráculos sejam organizados em dois grupos de cinco oráculos cada, com cada grupo começando com um oráculo contra a Babilônia. 

Embora muitos desses oráculos profetizem contra outras nações além de Israel, seu registro aqui sugere que a condenação das nações e suas práticas contêm uma mensagem para Israel. Dado que a liderança de Israel exibia uma tendência de se arriscar com as nações, pode ser que esses oráculos tenham sido projetados para lembrar os líderes de Israel que a parceria com potências estrangeiras era inútil. Os oráculos também teriam encorajado os remanescentes, aqueles em Israel que confiavam no Senhor. Nenhuma nação, independentemente de seu poder percebido, ficará diante de Deus.

13.1ss - Os caps. 1-12 falam do julgamento contra o Reino do Sul e em menor escala, contra o Reino do Norte. Os caps. 13—23 referem-se ao julgamento de outras nações. O cap. 13 é um oráculo ou mensagem de Deus a respeito da Babilônia. Muito antes de a Babilônia tornar-se uma potência mundial e ameaçar a nação de Judá, Isaías falou de sua destruição. Após o dilúvio, a Babilônia tornara-se um lugar de rebelião contra Deus (Gn 11). A passagem em Apocalipse 17 e 18 usa a Babilônia como símbolo dos inimigos de Deus. Na ocasião desse oráculo, essa nação ainda fazia parte do Império Assírio. Isaías transmitiu a mensagem de desafio e de esperança ao povo de Deus, dizendo-lhes que não confiassem em outras nações, mas somente em Deus. Declarou também que seus maiores inimigos receberiam de Deus o castigo que mereciam.

13.12 - Ofir era conhecida por seu ouro raro e valioso. Acredita-se que estivesse localizada na costa sudoeste da Arábia.

13.20 - Mesmo antes de a Babilônia tornar-se uma potência mundial. Isaías profetizara que, embora essa nação fosse brilhar por algum tempo, a sua destruição seria tão completa, que o solo nunca mais seria habitado. A Babilônia, onde atualmente situa-se o Iraque, ainda permanece em completa ruína, soterrada sob montanhas de lixo e areia.