Isaías 14 — Comentário Devocional

Isaías 14

Isaías 14 contém uma profecia contra o rei da Babilônia, mas também contém uma representação metafórica da queda de uma figura poderosa muitas vezes referida como a “Estrela da Manhã” ou “Lúcifer”, o que levou a várias interpretações e simbolismos.

O capítulo começa descrevendo a queda do rei da Babilônia e o alívio que isso trará para outras nações. As imagens utilizadas retratam a reversão do poder do opressor e o fim de sua tirania. O povo que outrora foi subjugado pelo governo de Babilónia alegrar-se-á com a sua queda.

O capítulo então passa para uma provocação contra o rei da Babilônia. Inclui uma passagem que foi interpretada como descrevendo a queda de uma figura conhecida como "Estrela da Manhã" ou "Lúcifer". Esta passagem em particular foi objeto de diversas interpretações e, em algumas traduções, está associada a uma descrição do orgulho e da queda do rei.

Isaías 14 enfatiza valores morais como as consequências do orgulho, da opressão e do abuso de poder. O capítulo ilustra o princípio de que nenhum governante terreno está isento do julgamento de Deus, independentemente do seu estatuto ou poder. Serve como um lembrete da importância da humildade e da retidão na liderança, bem como da responsabilidade final que os líderes e as nações têm perante Deus.

Comentário Devocional

14.1 Um tema notável de Isaías é que não-israelitas se juntariam aos israelitas que retornariam (56.6, 7; 60.10; 61.5). A intenção de Deus era que, pela fidelidade de seu povo, o mundo inteiro fosse abençoado (Gn 12.3). Através da família de Davi, o mundo todo poderia ser salvo por Cristo. Não devemos limitar o amor de Deus somente ao nosso povo, pois Ele ama o mundo inteiro.

14.4-11 Estes versículos podem ter uma importância presente e futura ao referir-se à Babilônia. Essa cidade histórica e esse império seriam permanentemente destruídos. Ela também tem sido usada como um retrato daqueles que se opõem a Deus. Assim, no final dos tempos, todos aqueles que se opõem a Deus serão destruídos, o todo o mal será para sempre banido da terra.

14.5,6 O poder rapidamente se acaba. Deus somente permitiu que Babilônia tivesse um poder temporário por uma razão: castigar seu povo que se desviara. Quando o seu propósito foi cumprido, o poder da Babilônia terminou. Acautelemo-nos para jamais depositar a nossa confiança em poderes humanos, porque estes podem subitamente acabar, por mais fortes que pareçam ser.

14.12 “Estrela da manhã e filho da alva” eram possivelmente os nomes usados para adoração aos reis da Assíria e da Babilônia. Mais provavelmente significa que estes desaparecerão como a estrela da manhã, com o nascer do sol.

14.12-14 Nestes versículos existem várias interpretações para aquele que caiu. (1) Poderia estar se referindo a Satanás, porque a pessoa mencionada aqui é poderosa demais para ser qualquer rei humano. Porém, embora Satanás possa estar de acordo com os vv. 12-14, não está de acordo com o restante do capítulo. (2) Poderia ser Senaqueribe ou Nabucodonosor, reis com poder supremo. Seu povo os considerava deuses, e eles desejavam governar o mundo. (3) Poderia referir-se tanto a Satanás como a um grande rei humano, possivelmente Nabucodonosor, porque em Apocalipse 17-18 a Babilônia é representada como sendo a sede do mal. O orgulho foi tanto o pecado de Satanás como o de Babilônia. O que há de comum nestas três hipóteses é de que o orgulho intencionalmente opõe-se a Deus e resulta em juízo. A nação de Israel cometeu o engano de ser demasiadamente orgulhosa para depender de Deus, e nós somos passíveis de cometer o mesmo erro.

14.24-27 - Esta profecia cumpriu-se conforme as palavras de Isaías (ver 2 Rs 19 e Is 37.21 -38).

14.28-31 Isaías recebeu essa mensagem do Senhor, em 715 a.C., ano em que morreu o rei Acaz, de Judá. A vara que o feria (14.29) não era Acaz, mas Salmaneser V ou Sargão da Assíria. A fumaça [ou o poderoso exército] que vem do norte (14.31) refere-se aos soldados de Sargão, da Assíria.