Isaías 20 — Comentário Devocional

Isaías 20

Isaías 20 contém um relato histórico de um evento específico envolvendo o profeta Isaías, que serve como mensagem simbólica.

O capítulo abre com o anúncio de que Isaías, filho de Amoz, é instruído pelo Senhor a tirar o saco e as sandálias, agindo essencialmente como um sinal de que foi despojado do traje habitual de profeta. Ele é ordenado a andar nu e descalço por três anos, simbolizando a vergonha e o cativeiro que cairão sobre o Egito e Cuxe (Etiópia) quando forem conquistados pela Assíria.

A narrativa do capítulo serve como uma ação profética que representa a humilhação e o cativeiro que cairão sobre o Egito e Cuxe. Enfatiza o tema do julgamento divino e as consequências de confiar em alianças estrangeiras em vez de buscar a orientação de Deus.

Isaías 20 sublinha valores morais, tais como a importância de confiar na sabedoria e orientação de Deus, em vez de seguir estratégias humanas. Serve como um lembrete de que as ações têm significados simbólicos e consequentes, e alerta contra a confiança em alianças que não se alinham com o plano de Deus. O capítulo também ilustra o princípio da responsabilidade, onde as nações são responsabilizadas pelas suas escolhas e ações perante Deus.

Comentário Devocional

20.1ss Sargão II reinou na Assíria de 722 a 705 a.C.. e esse evento aconteceu em 711 a.C. Isaías de modo vivido, lembra Judá de que não deveriam contar com alianças estrangeiras para protegê-los.

20.2 A ordem de Deus para que Isaías caminhasse nu durante três anos representava uma experiência humilhante. Deus usou Isaías para demonstrar a humilhação que o Egito e a Etiópia sofreriam nas mãos dos assírios. Mas a mensagem era, realmente, para Judá: não confie no governo dos países estrangeiros, ou também passará pela mesma vergonha e humilhação a que foram condenados. Deus pediu a Isaías que fizesse alguma coisa que fosse ao mesmo tempo vergonhosa e ilógica. Às vezes, Deus nos pede para fazer coisas que não compreendemos. No entanto, devemos obedecer com toda a nossa fé, pois Ele nunca nos pedirá para fazer algo errado.

20:1-6 O profeta muda do quadro idílico da paz entre as nações no final dos dias para um julgamento que virá em breve contra o Egito. Isaías ficou nu e descalço por três anos como um símbolo da devastação do Egito quando a Assíria viria contra ela. Provavelmente, a palavra nu refere-se apenas ao profeta que fica sem roupa exterior e não sem roupa nenhuma. Este julgamento caiu em 711 aC quando o Egito entregou o rei de Asdode, que havia recebido asilo no Egito, aos assírios. A mensagem é que aqueles que confiam no Egito confiam em uma nação que já caiu. Novamente, a ênfase é colocada em voltar ao Senhor.

A incapacidade das pessoas de viver sob o governo de Deus, de reconhecer seu Criador e de obedecê-Lo traz punição sem impedimentos. Por outro lado, os israelitas encontrarão libertação. Isaías 27:12-13 fala da grande coligação de Israel. À medida que as nações são punidas, o povo de Israel será reunido das nações para adorar o Senhor em Jerusalém. A grande trombeta soará como todo o povo de Deus é chamado lá. O toque da trombeta aparece em relação a vários eventos nas Escrituras. Talvez seja mais conhecido por suas associações com a guerra (Jos 6:16, 20; Jz 6:34), particularmente com a batalha final contra todo o mal (Zc 9:14). Nesse contexto, no entanto, essa associação é menos provável, pois parece que a batalha terminou antes do toque da trombeta. Em outros casos, o toque da trombeta está associado à instalação de um novo rei (1 Rs 1:34, 39; 9:13) e a mais atenção geral (Lv 25:9; Jl 2: 1, 15). Nesse contexto, a trombeta marca um chamado para sair do exílio para adorar o Senhor (Is 27:13).