Isaías 55 — Comentário Devocional

Isaías 55

Isaías 55 oferece uma mensagem de convite, salvação e provisão abundante da graça de Deus.

O capítulo começa com um convite a todos os que têm sede para que venham beber à vontade. Ele usa a imagem da água para representar o refrigério espiritual e a salvação que Deus oferece.

A passagem contrasta a busca fútil por coisas materiais com o valor de buscar os caminhos de Deus. Incentiva voltar-se para Deus e buscar Seu perdão.

O capítulo continua descrevendo os pensamentos e caminhos de Deus como superiores aos pensamentos e caminhos humanos. Transmite a ideia de que os planos e propósitos de Deus estão além da compreensão humana.

A passagem termina com uma descrição da palavra de Deus sendo eficaz e cumprindo Seus propósitos. Fala da alegria e da paz que advêm de nos voltarmos para Deus e seguirmos Seus caminhos.

Isaías 55 destaca temas de salvação, graça e sabedoria de Deus. Transmite a mensagem de que o convite de Deus à salvação está aberto a todos os que O buscam. O capítulo ressalta o princípio de que a verdadeira satisfação e realização são encontradas na busca pelos caminhos de Deus, em vez de na busca pelos desejos mundanos. Serve como um incentivo para abraçar a oferta de perdão e vida abundante de Deus.

Comentário Devocional

Tendo prometido salvação a Israel, o Senhor oferece a Israel a oportunidade de receber o presente. No entanto, a oferta também é estendida para além de Israel às nações (cf. Is 49:6).

55:1-5 Desde o início, o Senhor convida Israel a gozar da presença nutritiva de Deus e de Suas bênçãos e, assim, experimentar satisfação espiritual. Esta seção destaca não apenas as maravilhosas provisões de Deus, mas também que essas provisões são gratuitas. Em contraste com aqueles que cobram os sedentos por bebida, Deus oferece água e vinho sem custo (v. 1). As perguntas retóricas (v. 2) continuam o pensamento anterior, enfatizando a futilidade de gastar dinheiro suado em alimentos que não nutrem.

Deus chama Seu povo para comer o que é bom e rico sem encargos. A natureza figurativa dos versículos anteriores é evidente no que se segue (v. 3). Embora o sustento físico seja certamente fornecido, Israel será sustentado por sua obediência ao Senhor e Sua provisão do pacto eterno, uma referência ao novo pacto (ver Jr 31:31-34), garantindo o alimento contínuo de Deus. A seguir, o Senhor explica como responder ao convite, recorrendo ao Servo, o Messias davídico (v. 4). Neste versículo, o Senhor muda de se dirigir a Israel (você, seu, v. 3) para falar do Servo-Messias (ele). Ele é descrito como uma testemunha, um líder e um comandante.

Que isso deve ser entendido como messiânico é evidente: (1) essa linguagem é exaltada demais para qualquer outro governante e (2) a palavra líder (nagid) é usada especificamente no Messias (Dn 9:25). O fato de o antecedente desses títulos ser Davi (v. 3) não nega a interpretação messiânica, na medida em que os profetas frequentemente chamam o Messias de "Davi" (cf. Jr 30: 9; Ez 36: 23-24, 37: 24-25 ; Hs 3: 4-5) por metonímia, porque Ele e Davi estão tão intimamente conectados e Ele é o cumprimento da aliança davídica (chamada aqui as misericórdias fiéis mostradas a Davi, 55: 3; cf. 2Sm 7:12-16). A palavra testemunha refere-se a quem fala com sinceridade. Líder significa "governante" e é usado como sinônimo de "rei" (ver 1Sm 9:16; 10: 1; 1Rs 1:35).

Comandante se refere a um líder com autoridade para emitir comandos, um legislador real. O Servo-Messias do Senhor é endereçado diretamente (55: 5), onde Deus lhe diz que Ele terá domínio sobre uma nação que Ele não conhece, porque o Senhor O glorificou. Quando o Servo-Messias tomar Seu trono, Ele não somente governará Israel, mas também as nações gentias.


55.1-6 O alimento custa dinheiro, dura pouco, e só atende às nossas necessidades físicas. Deus, ao contrário, oferece-nos gratuitamente o alimento que nutre a nossa alma. Mas como poderemos obtê-lo? Aproximando-nos (55.1), ouvindo (55.2). buscando e invocando a Deus (55.6). A salvação divina é oferecida gratuitamente, mas para alimentar a nossa alma devemos recebê-la com entusiasmo. Sem este alimento, pereceremos espiritualmente, tão certo quanto morreremos fisicamente, se não nos alimentarmos a cada dia.

55.3 A aliança de Deus com Davi trazia a promessa de uma terra permanente para os israelitas, sem qualquer ameaça das na­ções pagãs e sem guerras (2 Sm 7.10.11). No entanto, Israel não cumpriu a sua parte do pacto: obedecer a Deus e afastar-se dos ídolos. Ainda assim, Deus estava pronto a renovar essa aliança. Ele é um Deus misericordioso!

55.6 Isaías exorta-nos a buscar a Deus enquanto Ele está próximo. Deus não planeja afastar-se. porém muitas vezes o deixamos ou erguemos barreiras de pecados entre nós e Ele. Não espere até encontrar-se à deriva, e longe de Deus, para procurá-lo. Quanto mais tempo passar, mais difícil será voltar para Ele. Também existe a triste possibilidade de Deus vir a julgar os homens antes que você decida voltar. Busque a Deus agora, enquanto pode fazê-lo, antes que seja tarde demais.

55.8,9 O povo de Israel foi insensato ao agir como se soubesse o que Deus estava pensando e planejando. O conhecimento e a sabedoria de Deus são infinitamente maiores que os de qualquer ser humano. Somos muito tolos ao tentar ajustar Deus aos nossos padrões — fazer com que Seus planos e propósitos sejam adequados aos nossos. Ao contrário, nós é que devemos nos ajustar aos planos dEle.