Revelação Geral e Especial — Curso de Teologia Sistemática
A RELAÇÃO ENTRE GERAL E ESPECIAL REVELAÇÃO
Embora a Bíblia seja a única revelação escrita de Deus, não
é a única revelação de Deus; Ele tem mais a nos dizer do que a Bíblia. Sua
revelação geral na natureza, no homem, na história, na arte e na música oferece
vastas oportunidades para exploração contínua. O gráfico a seguir resume essa
relação:
Revelação Geral |
Revelação Especial |
Deus
como Criador |
Deus
como Redentor |
Norma
para Sociedade |
Norma
para a Igreja |
Meios
de Condenação |
Meios
da Salvação |
Na
Natureza |
Na Escrituras |
O PAPEL DA REVELAÇÃO ESPECIAL
A
revelação especial contribui exclusivamente para a teologia cristã, pois a
Bíblia sozinha é infalível e inerrante. Além disso, a Bíblia é a única fonte
tanto da revelação de Deus como Redentor quanto de Seu plano de salvação.
Assim, a Escritura é normativa para a salvação.
Só a Bíblia é infalível
Como
uma revelação de Jesus (Mat. 5:17; Lucas 24:27, 44; João 5:39; Heb. 10:7), a
Bíblia é normativa para todo pensamento cristão. A tarefa do pensador cristão,
então, é “trazer todo pensamento cativo a Cristo” (2 Coríntios 10: 5 NKJV)
conforme revelado nas Escrituras. Devemos pensar, assim como viver,
cristocentricamente (Fp 1:21; Gal. 2:20).
Só a Bíblia revela Deus como Redentor
Embora
a revelação geral manifeste Deus como Criador, ela não O revela como Redentor.
O universo fala da grandeza de Deus (Salmos 8:1; Isaías 40:12-17), mas apenas
uma revelação especial revela Sua redenção (João 1:14). Os céus declaram a
glória de Deus (Salmos 19:1), mas somente Cristo declarou Sua graça salvadora
(Tito 2:11–13). A natureza pode revelar as idades das rochas, mas somente as
Escrituras tornam conhecida a Rocha dos Séculos.
Só a Bíblia tem a mensagem de salvação Em vista da revelação geral de Deus,
todos os homens são “indesculpáveis” (Rom. 1:20), pois “todos os que pecam sem
a lei [escrita] também perecerão sem a lei” (Rom. 2:12). A revelação geral é
base suficiente para a condenação do homem; entretanto, não é suficiente para
sua salvação. Pode-se dizer como vão os céus estudando a revelação geral, mas
não pode descobrir por meio dela como ir para o céu, pois “não há nenhum outro
nome debaixo do céu [exceto o de Cristo] dado aos homens pelo qual devemos ser
salvos” (Atos 4:12). Para serem salvas, as pessoas devem confessar: “Jesus é o
Senhor” e crer em seus corações “que Deus o ressuscitou dentre os mortos” (Rom.
10: 9).
Mas
eles não podem chamar alguém de quem não ouviram, “e como eles podem ouvir sem
alguém pregar para eles?” (Rom. 10:14). Assim, pregar o evangelho em todo o
mundo é a Grande Comissão do cristão (Mt 28:18-20).
A Bíblia é a norma escrita para os crentes
Sem a verdade apostólica embutida nas Escrituras, não haveria igreja, pois a igreja é “construída sobre o fundamento dos apóstolos e profetas” (Efésios 2:20). A Palavra de Deus revelada é a norma de fé e prática. Paulo diz: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, repreender, corrigir e treinar na justiça” (2 Timóteo 3:16). Claro, nem todos os incrédulos têm acesso a uma Bíblia. No entanto, Deus os considera responsáveis por Sua revelação geral. A razão pela qual há justiça nisso é que “todos os que pecam sem a lei [escrita] também perecerão sem a lei”, visto que todas as pessoas têm a lei de Deus em seus corações (Rom. 2:12, 14-15).