Débora — Estudos Bíblicos
Débora
(דּבורה, debhōrāh, significa “abelha”)
1. Esse foi o nome
de duas mulheres, cujas histórias aparecem nas páginas da Bíblia, e de uma
mulher mencionada nas obras apócrifas do Antigo Testamento. As duas personagens
bíblicas são as seguintes: 1. A primeira Débora da Bíblia foi criada de Rebeca,
esposa do patriarca Isaque (ver Gênesis 24:59 e Gênesis 35:8). Ela acompanhou Rebeca desde
a casa paterna desta, Betuel, em seu casamento com Isaque. Seu nome, porém, só
aparece em conexão com seu sepultamento, sob o carvalho, perto de Betel. A
partir de então, aquele carvalho passou a ser chamado Alom-Bacute (no hebraico,
“carvalho da lamentação”), segundo se vê em Gênesis 35:8. Ela viveu em cerca de
1730 A.C.
2. Uma profetisa
de Israel que, para nossa admiração, também tornou-se uma juíza. Era esposa de
Lepidote, tendo julgado Israel em parceria com Baraque. Ver Juízes 4:4. Isso
ocorreu quando Israel abandonou sua lealdade a Yahweh, e assim o Senhor os
entregou ao domínio de Jabim, rei dos cananeus, pelo espaço de vinte anos.
Durante esse tempo, Débora era uma profetisa que aconselhava o povo que vinha
consultá-la. Ela residia à sombra de uma palmeira (chamada segundo o seu nome),
entre Betel e o monte Efraim. Ela enviou uma mensagem a Baraque, dizendo que o
Senhor estava pronto para livrar Israel. Baraque foi instruído a reunir um exército
de dez mil homens de Naftalim e de Zebulom, estacionando-o ao pé do monte
Tabor. O Senhor então faria Sísera, o general de Jabim, guerrear contra eles às
margens do rio Quisom; e, segundo Débora garantiu a Baraque, Israel obteria a
vitória. Baraque era de Cades de Naftali, e, provavelmente, um dos líderes do
lugar. Baraque concordou com o plano de Débora, mas com a condição de que ela também
se fizesse presente. Ver Jz. 4:1.24. Por causa disso, teve que dividir com ela
os triunfos da vitória. O trecho de Hebreus 11:32 alista Baraque entre os heróis
cuja fé obteve resultados positivos. Quando Débora deu o sinal de atacar, o
pequeno exército de Israel, tirando vantagem de uma grande tempestade que desabara
sobre o local, precipitou-se contra as forças muito superiores dos cananeus.
Sisera foi derrotado e Jabim ficou arruinado. A vitória foi celebrada pelo cântico
de Débora, registrado em Juízes 5:2-31.
Nos dias de Sangar, filho
de Anate, nos dias de Jael, os caminhos retos estavam desertos, e os viajantes
usavam atalhos tortuosos. Os guerreiros de Israel haviam desaparecido, já tinham
desistido de lutar, até que te levantaste, ó Débora; até que levantaste para
ser mãe de Israel! (vss. 6,7).
Essa notável ode é a versão poética da narrativa em prosa do quarto capítulo do livro de Juízes. Ela é universalmente aclamada como representante da primitiva poesia dos hebreus, é notória por sua vivacidade, ilustrando muitos detalhes da vida rude e barbárica do século XII A.C., na Palestina. A vitória de Débora garantiu quarenta anos de paz em Israel (Jz. 5:31). Ela combinava a autoridade de uma juíza com o dom profético (Jz 4:6 e 5:7). De acordo com alguns autores, seu nome era símbolo egípcio do poder real. Entre os gregos, esse nome era aplicado somente aos poetas, mas também em pessoas peculiarmente castas, como as sacerdotisas de Delfos, Cibele e Artemis. Provavelmente, ela pertencia a tribo de Efraim. embora alguns opinem que ela era da tribo de Issacar, por causa do que se lê em Juízes 5:15. Também há quem diga que há alguma ligação com o nome Lapidote porque este representa o termo hebraico que significa “luzes” e, segundo dizem os rabinos, ela cuidava das lâmpadas do tabernáculo. Seu nome só é mencionado em Juízes. Ela viveu em cerca de 1120 a.C