“Naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe”





1§ Contexto

Em Daniel 10 temos o prólogo das profecias, no capítulo 11 temos o conteúdo da visão e, finalmente, no último capítulo, em Daniel 12, nós temos o epílogo, fechando assim o conteúdo visionário escatológico. (cf. Resumo de Daniel 12)

 

2 § Trecho

 “E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe” Daniel 12.1a.

 

3 § Divisão do Versículo

3.1 “E naquele tempo...”

3.2 “...se levantará...”

3.3 “...Miguel...”

3.4 “...o grande príncipe...”

 

4 § Abordagem

A primeira expressão que nos situa no tempo profético “e naquele tempo”  ההיא ובעת  (hahî  ūḇā‘êṯ) aponta não apenas sua localização cronológica no futuro, como também o marca de modo específico, ou seja, “em um momento específico da história”.


“se levantará” יעמד (ya‘ămōḏ) verbo imperfeito na forma qal da terceira pessoa do singular. O verbo ocorre 46 vezes no livro de Daniel (1:4, 5, 19; 2:2;  8:3, 4, 6, 7, 15, 17, 18, 22, 23, 25; 10:11, 13, 16, 17; 11:1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 11, 13, 14, 15, 16, 17, 20, 21, 25, 31; 12:1, 5, 13.) O verbo עמד (‛âmad) com o significado básico de “ficar de pé” é usado também com o sentido de tomar posição à favor ou contra algo/alguém. 


“Miguel...” O arcanjo Miguel, que no AT é mencionado com esse nome em Daniel, e é descrito como um dos principais príncipes (10.13), como “vosso príncipe” (10.21), como o “grande príncipe” (12.1) e, provavelmente, como o “príncipe do exército” (8,11). Em todas essas passagens, Miguel aparece como um anjo guerreiro agindo como guardião e campeão Celestial de Israel em seu conflito com os poderes ímpios da Grécia e da Pérsia. Na literatura apocalíptica judaica (Enoque 9 e 40), Miguel é retratado como o primeiro dos “quatro seres que se colocam perante Deus” (Miguel, Gabriel, Rafael e Fanuel ou Uriel). Outros escritos apócrifos relacionam sete arcanjos e Miguel é um deles (Tobias 3.17; 12.15; 2 Ed 4.1). Miguel aparece pela última vez nas Escrituras em Apocalipse 12.7 como líder do exército angelical contra o dragão e seus anjos. Assumindo novamente seu papel de guerreiro, Miguel derrotou Satanás e o lançou do céu à terra. De acordo com alguns estudiosos protestantes, Miguel deve ser identificado com o Cristo encarnado. Estes estudiosos citam, como base dessa conjectura, a justaposição do menino nascido em Apocalipse 12, com Miguel; e também o título e os atributos de “príncipe” no livro de Daniel.

 

“o grande príncipe...” הגדול השׂר (haśśar haggāōwl) Esta introdução de Miguel como o aliado celestial e protetor de Israel (não como o Filho de Deus ou o próprio Messias, - como Havernick, de acordo com a exegese mais antiga, ainda supõe).