Comentário de Atos dos Apóstolos (Part. 9)

ATOS DOS APÓSTOLOS, INFORMATIVO, MATERIAL, ESTUDOS BIBLICOS, TEOLOGIA
Tema: Proclame destemidamente o Reino de Deus!
Texto Base: “Recebia benevolamente a todos os que vinham vê-lo, pregando-lhes o reino de Deus.” — Atos 28:30, 31.

Deus sempre apóia os proclamadores do Reino Messiânico. Quão veraz foi isso no caso do apóstolo Paulo! Com apoio divino, ele compareceu à presença de governantes, suportou motins e destemidamente proclamou o Reino de Deus.

Mesmo como prisioneiro em Roma, Paulo “recebia benevolamente a todos os que vinham vê-lo, pregando-lhes o reino de Deus”. (Atos 28:30, 31) Que excelente exemplo para os cristãos da atualidade! Podemos aprender muito do ministério de Paulo, conforme relatado por Lucas nos capítulos finais do livro bíblico de Atos. — 20:1-28:31.

Concrentes São Edificados: Depois que o tumulto em Éfeso diminuiu, Paulo continuou sua terceira viagem missionária. (20:1-12) Mas, quando estava prestes a navegar para a Síria, ele soube que os judeus haviam conspirado contra ele. Visto que talvez planejassem embarcar no mesmo navio e matá-lo, Paulo foi através da Macedônia. Em Trôade, passou uma semana edificando concrentes, como fazem hoje os pastores missionários que viajam edificando espiritual as congregações de Deus. Na noite anterior à sua partida, Paulo prolongou seu discurso até a meia-noite. Êutico, sentado à janela, evidentemente estava esgotado das intensas atividades do dia. Dominado pelo sono, ele caiu do terceiro andar e morreu, mas Paulo o ressuscitou. Que alegria isso deve ter causado! Pense, então, na alegria que haverá quando muitos milhões de pessoas serão ressuscitados na vindoura nova terra. — João 5:28, 29.

A caminho de Jerusalém, em Mileto, Paulo, encontrou-se com os anciãos de Éfeso. (20:13-21) Ele lembrou-lhes de que lhes havia ensinado “de casa em casa” e que ‘dera cabalmente testemunho, tanto a judeus como a gregos, do arrependimento para com Deus e da fé em nosso Senhor Jesus’. Os que posteriormente se tornaram anciãos haviam-se arrependido, e tinham fé. O apóstolo também os havia treinado para proclamarem destemidamente o Reino a descrentes num ministério de casa em casa semelhante ao hoje realizado pelos cristãos verdadeiros.

Paulo era exemplar em seguir a direção do Espírito Santo de Deus. (20:22-30) “Amarrado no espírito”, ou seja, sentindo-se obrigado a seguir a sua liderança, o apóstolo iria a Jerusalém, ainda que ali o aguardassem cadeias e tribulações. Ele prezava a vida, mas, manter a integridade para com Deus era-lhe a coisa mais importante, como deve ser também para nós. Paulo instou os anciãos a ‘prestarem atenção a todo o rebanho, entre o qual o Espírito Santo os designara superintendentes’. Depois que Paulo ‘fosse embora’ (aparentemente na morte), “lobos opressivos” ‘não tratariam o rebanho com ternura’. Tais homens surgiriam dentre os próprios anciãos, e discípulos menos discernidores aceitariam seus ensinos distorcidos. — 2 Tessalonicenses 2:6.

Os anciãos tinham de manter-se alertas espiritualmente, para guardar-se contra a apostasia. (20:31-38) O apóstolo ensinara-lhes as Escrituras Hebraicas, ou Antigo Testamento, e os ensinos de Jesus, que têm poder santificador que poderia ajudá-los a receber o Reino celestial, “a herança entre todos os santificados”. Por trabalhar para fazer provisões para si mesmo e seus companheiros, Paulo também encorajou os anciãos a serem trabalhadores árduos. (Atos 18:1-3; 1 Tessalonicenses 2:9) Se seguirmos um proceder similar, e ajudarmos outros a ganhar a vida eterna, reconheceremos a veracidade das palavras de Jesus: “Há mais felicidade em dar do que há em receber.” O sentido dessa declaração se encontra nos Evangelhos, mas é citada apenas por Paulo, que talvez a recebeu oralmente, ou por inspiração. Podemos ser muito felizes se somos tão abnegados como Paulo foi. Ora, ele dera tanto de si que a sua partida entristeceu grandemente os anciãos efésios!

Realize-se a Vontade de Deus: Ao aproximar-se o fim da terceira viagem missionária de Paulo (c. 56 EC), ele deu um excelente exemplo quanto a submeter-se à vontade de Deus. (21:1-14) Em Cesaréia, ele e seus companheiros se hospedaram com Filipe, cujas quatro filhas virgens “profetizavam”, predizendo eventos por meio de Espírito Santo. Ali, o profeta cristão Ágabo amarrou as suas próprias mãos e pés com o cinto de Paulo e foi movido pelo Espírito a profetizar que os judeus amarrariam o dono do cinto em Jerusalém e entregá-lo-iam às mãos de gentios. “Estou pronto não só para ser amarrado, mas também para morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus”, disse Paulo. Os discípulos aquiesceram, dizendo: “Realize-se a vontade de Yehowah.”

Paulo disse aos anciãos em Jerusalém o que Deus fizera entre os gentios, através de seu ministério. (21:15-26) Se porventura acharmos difícil aceitar bons conselhos, poderemos lembrar-nos de como Paulo os aceitou. Para provar que não ensinava a judeus em terras gentias “uma apostasia contra Moisés”, ele acatou o conselho dos anciãos de sujeitar-se à purificação cerimonial e de arcar com as despesas dele e de quatro outros homens. Embora a morte de Jesus tirasse a Lei do caminho, Paulo não errou ao executar aspectos concernentes a votos. — Romanos 7:12-14.

Motins Não o Intimidaram: Os cristãos em muitos países, principalmente onde falar de Jesus Cristo é proibido, têm mantido a integridade a Deus em face de violência de turbas. Judeus da Ásia Menor similarmente fomentaram turbas contra Paulo. (21:27-40) Vendo Trófimo, o efésio, junto com ele, falsamente acusaram o apóstolo de aviltar o templo levando gregos para dentro dele. Paulo estava em vias de ser morto quando o tribuno romano Claúdio Lísias e seus homens debelaram o levante! Conforme predito (mas causado pelos judeus), Lísias mandou prender Paulo com grilhões. (Atos 21:11) O apóstolo ia ser levado ao quartel, contíguo ao pátio do templo, quando Lísias soube que Paulo não era um sedicioso, mas sim judeu, a quem se permitia entrar na área do templo. Obtendo permissão de falar, Paulo dirigiu-se ao povo em hebraico.

Paulo deu um corajoso testemunho. (22:1-30) Identificou-se como judeu instruído pelo altamente respeitado Gamaliel. O apóstolo explicou que, a caminho de Damasco para perseguir seguidores do Caminho, ele havia sido cegado ao ver o glorificado Jesus Cristo, mas Ananias restaurou-lhe a visão. Mais tarde, o Senhor dissera a Paulo: “Vai, porque eu hei de enviar-te a nações longínquas.” Tais palavras caíram como uma fagulha na floresta. Gritando que Paulo não merecia viver, a multidão lançava em volta as suas roupas exteriores e, furiosamente, atiravam poeira ao ar.

Assim, Lísias mandou levar Paulo ao quartel para uma investigação sob açoites, para saber por que os judeus se opunham a ele. O açoitamento (com um instrumento de tiras de couro com nós ou com peças de metal ou osso presas ou incrustadas nelas) foi evitado quando Paulo perguntou: ‘É lícito açoitar um romano não condenado?’ Ao saber que Paulo era cidadão romano, Lísias ficou com medo e levou-o perante o Sinédrio para averiguar por que estava sendo acusado pelos judeus.

Quando Paulo começou a sua defesa perante o Sinédrio, dizendo que havia-se ‘comportado perante Deus com uma consciência perfeitamente limpa’, o Sumo Sacerdote Ananias ordenou que ele fosse golpeado. (23:1-10) Paulo disse: “Deus te baterá, parede caiada.” “Injurias tu o sumo sacerdote de Deus?”, perguntaram alguns.

Por motivo de visão fraca, Paulo talvez não tivesse reconhecido Ananias. Mas, notando que o conselho se compunha de fariseus e saduceus, Paulo disse: ‘Eu sou um fariseu que está sendo julgado por causa da esperança da ressurreição.’ Isto dividiu o Sinédrio, pois os fariseus criam na ressurreição e os saduceus não. Surgiu tamanha dissensão que Lísias teve de resgatar o apóstolo.

A seguir, Paulo escapou duma conspiração contra a sua vida. (23:11-35) Quarenta judeus haviam jurado nada comer nem beber até o matarem. O sobrinho de Paulo notificou isso a Paulo e a Lísias. Sob guarda militar, o apóstolo foi levado ao governador Antônio Félix, em Cesaréia, a capital administrativa romana da Judéia. Depois de prometer a Paulo uma audiência, Félix manteve-o sob guarda no palácio pretoriano de Herodes, o Grande, a sede do governador.