Comentário de Atos dos Apóstolos (Part. 10)
Destemor Perante Governantes: Pouco depois, o apóstolo se defendia contra acusações falsas e deu um corajoso testemunho a Félix. (24:1-27) Na presença dos acusadores judeus, Paulo mostrou que não havia incitado uma turba. Disse que cria nas coisas expostas na Lei e nos Profetas e que tinha esperança de uma “ressurreição tanto de justos como de injustos”. Paulo fora a Jerusalém com “dádivas de misericórdia” (contribuição para os seguidores de Jesus cuja pobreza talvez tivesse resultado da perseguição) e ele havia sido cerimonialmente purificado. Embora Félix adiasse o julgamento, Paulo mais tarde pregou a ele e sua esposa Drusila (filha de Herodes Agripa I) a respeito de Cristo, da justiça, do autodomínio e do vindouro julgamento.
Amedrontado por tais comentários, Félix dispensou Paulo. Mais tarde, porém, mandava buscar o apóstolo com frequência, esperando em vão receber um suborno. Félix sabia que Paulo era inocente, mas deixou-o preso na esperança de ganhar o favor dos judeus. Dois anos depois, Félix foi sucedido por Pórcio Festo.
Paulo fez também uma corajosa defesa perante Festo. (25:1-12) Se merecesse a morte, Paulo não se escusaria disso, mas nenhum homem poderia entregá-lo aos judeus como favor. “Apelo para César!”, disse Paulo, valendo-se do direito de um cidadão romano de ser julgado em Roma (naquela época perante Nero). Atendido o apelo, Paulo daria ‘testemunho em Roma’, conforme predito. (Atos 23:11) Os cristãos modernos também valem-se de provisões para ‘defender e estabelecer legalmente as boas novas’. — Filipenses 1:7.
O rei Herodes Agripa II, do norte da Judéia, e sua irmã Berenice (com quem mantinha uma relação incestuosa) ouviram Paulo ao fazer uma visita a Festo, em Cesaréia. (25:13-26:23) Por testemunhar a Agripa e a César, Paulo cumpriu a profecia de que levaria o nome do Senhor a reis. (Atos 9:15) Relatando a Agripa o que acontecera a caminho de Damasco, Paulo comentou que Jesus dissera: “Duro te é persistir em dar pontapés contra as aguilhadas.” Como um touro obstinado que fere a si mesmo resistindo a aguilhoadas, Saulo ferira a si mesmo lutando contra os seguidores de Jesus, que tinham o apoio de Deus.
Como reagiram Festo e Agripa? (26:24-32) Incapaz de entender a ressurreição e pasmo diante da convicção de Paulo, Festo disse: “A grande erudição está-te levando à loucura!” Similarmente, alguns hoje acusam os cristãos de serem loucos, embora elas realmente sejam semelhantes a Paulo, “proferindo declarações de verdade e de bom juízo”. “Em pouco tempo me persuadirias a tornar-me cristão”, disse Agripa, que encerrou a audiência, mas reconheceu que Paulo poderia ter sido liberto se não tivesse apelado para César.
Perigos no Mar: A viagem a Roma expôs Paulo a “perigos no mar”. (2 Coríntios 11:24-27) Um oficial de exército de nome Júlio era responsável pelos prisioneiros que navegavam de Cesaréia a Roma. (27:1-26) Quando o navio aportou em Sídon, permitiu-se a Paulo que visitasse alguns crentes, que o revigoraram espiritualmente. (Compare com 3 João 14.) Em Mirra, na Ásia Menor, Júlio fez os prisioneiros embarcarem num navio graneleiro que rumava para a Itália. Apesar de fortes ventos de proa, conseguiram chegar ao porto de Bons Portos, perto da cidade cretense de Laséia.
Depois de partir dali com destino a Fênix, o navio foi fustigado por um forte vento do nordeste. Temerosos de encalhar em Sirte (região de bancos de areia) ao largo do norte da África, os marujos “arriaram os aparelhos”, talvez as velas e os mastros. O casco havia sido cingido com cordas, para que as juntas do navio não se rompessem.
Ainda fustigado pela tempestade no dia seguinte, o navio foi aliviado lançando-se fora parte da carga. No terceiro dia, alijaram a armação do barco (velas ou acessórios sobressalentes). Quando a esperança parecia dissipar-se, um anjo apareceu a Paulo e disse-lhe que não temesse, pois compareceria perante César. Que alívio quando o apóstolo disse que todos os viajantes seriam lançados em terra firme numa determinada ilha!
Os viajantes de fato sobreviveram. (27:27-44) À meia-noite do 14.° dia, os marujos perceberam que estavam perto da costa. Sondagens confirmaram isso e lançaram-se âncoras para evitar um desastre contra os rochedos. Às instâncias de Paulo, todos os 276 homens tomaram alimento. Daí aliviaram o navio, lançando o trigo ao mar. Ao amanhecer, os marujos cortaram as âncoras, soltaram as amarras dos remos e içaram o traquete ao vento. O barco deu de encontro com um banco de areia e a popa começou a se despedaçar. Mas, todos chegaram à terra firme.
Encharcadas e exaustas, as vítimas do naufrágio descobriram que estavam em Malta, onde os ilhéus mostraram-lhes “extraordinário humanitarismo”. (28:1-16) Mas, quando Paulo deitou gravetos num fogo, o calor despertou uma víbora dormente que se prendeu à sua mão. (Hoje não há mais cobras venenosas em Malta, mas esta era uma “bicha venenosa”.) Os maltenses pensaram que Paulo fosse um assassino que a “justiça vingativa” não permitiria viver, mas, quando ele não caiu morto nem ficou inchado com uma inflamação, eles disseram que ele era um deus. Mais tarde Paulo curou a muitos, incluindo o pai de Públio, principal autoridade de Malta. Três meses depois, Paulo, Lucas e Aristarco partiram num navio que tinha por figura de proa “Filhos de Zeus” (Castor e Pólux, deidades gêmeas que supostamente protegiam os marinheiros).
Desembarcando em Putéoli, Júlio prosseguiu viagem com quem estava sob sua custódia. Paulo agradeceu a Deus e tomou coragem quando cristãos da capital romana vieram ao encontro deles na Feira de Ápio e nas Três Tavernas, ao longo da Via Ápia. Finalmente em Roma, permitiu-se a Paulo que ficasse sozinho, mas guardado por um soldado.
Continue a Proclamar o Reino de Deus: Em seu domicílio em Roma, Paulo proclamava destemidamente o Reino de Deus. (28:17-31) Ele disse a judeus de destaque: “Tenho estas cadeias em volta de mim por causa da esperança de Israel.” Essa esperança envolvia aceitar o Messias, algo pelo que nós também temos de estar dispostos a sofrer. (Filipenses 1:29) Embora a maioria daqueles judeus não cresse, muitos gentios e um restante judaico tinham a correta condição de coração. (Isaías 6:9, 10) Por dois anos (c. 59-61 EC), Paulo recebeu a todos os que vinham a ele, “pregando-lhes o reino de Deus e ensinando com a maior franqueza no falar as coisas concernentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento”.
Nero aparentemente declarou Paulo inocente e libertou-o. Daí o apóstolo retomou a sua atividade em associação com Timóteo e Tito. Contudo, foi novamente preso em Roma (c. 65 EC) e, provavelmente, sofreu martírio às mãos de Nero. (2 Timóteo 4:6-8) Mas, até o fim, Paulo deu excelente exemplo de corajoso proclamador do Reino Messiânico. Com o mesmo espírito nestes últimos dias, que todos os dedicados a Deus proclamem destemidamente o Reino de Yehowah!
Amedrontado por tais comentários, Félix dispensou Paulo. Mais tarde, porém, mandava buscar o apóstolo com frequência, esperando em vão receber um suborno. Félix sabia que Paulo era inocente, mas deixou-o preso na esperança de ganhar o favor dos judeus. Dois anos depois, Félix foi sucedido por Pórcio Festo.
Paulo fez também uma corajosa defesa perante Festo. (25:1-12) Se merecesse a morte, Paulo não se escusaria disso, mas nenhum homem poderia entregá-lo aos judeus como favor. “Apelo para César!”, disse Paulo, valendo-se do direito de um cidadão romano de ser julgado em Roma (naquela época perante Nero). Atendido o apelo, Paulo daria ‘testemunho em Roma’, conforme predito. (Atos 23:11) Os cristãos modernos também valem-se de provisões para ‘defender e estabelecer legalmente as boas novas’. — Filipenses 1:7.
O rei Herodes Agripa II, do norte da Judéia, e sua irmã Berenice (com quem mantinha uma relação incestuosa) ouviram Paulo ao fazer uma visita a Festo, em Cesaréia. (25:13-26:23) Por testemunhar a Agripa e a César, Paulo cumpriu a profecia de que levaria o nome do Senhor a reis. (Atos 9:15) Relatando a Agripa o que acontecera a caminho de Damasco, Paulo comentou que Jesus dissera: “Duro te é persistir em dar pontapés contra as aguilhadas.” Como um touro obstinado que fere a si mesmo resistindo a aguilhoadas, Saulo ferira a si mesmo lutando contra os seguidores de Jesus, que tinham o apoio de Deus.
Como reagiram Festo e Agripa? (26:24-32) Incapaz de entender a ressurreição e pasmo diante da convicção de Paulo, Festo disse: “A grande erudição está-te levando à loucura!” Similarmente, alguns hoje acusam os cristãos de serem loucos, embora elas realmente sejam semelhantes a Paulo, “proferindo declarações de verdade e de bom juízo”. “Em pouco tempo me persuadirias a tornar-me cristão”, disse Agripa, que encerrou a audiência, mas reconheceu que Paulo poderia ter sido liberto se não tivesse apelado para César.
Perigos no Mar: A viagem a Roma expôs Paulo a “perigos no mar”. (2 Coríntios 11:24-27) Um oficial de exército de nome Júlio era responsável pelos prisioneiros que navegavam de Cesaréia a Roma. (27:1-26) Quando o navio aportou em Sídon, permitiu-se a Paulo que visitasse alguns crentes, que o revigoraram espiritualmente. (Compare com 3 João 14.) Em Mirra, na Ásia Menor, Júlio fez os prisioneiros embarcarem num navio graneleiro que rumava para a Itália. Apesar de fortes ventos de proa, conseguiram chegar ao porto de Bons Portos, perto da cidade cretense de Laséia.
Depois de partir dali com destino a Fênix, o navio foi fustigado por um forte vento do nordeste. Temerosos de encalhar em Sirte (região de bancos de areia) ao largo do norte da África, os marujos “arriaram os aparelhos”, talvez as velas e os mastros. O casco havia sido cingido com cordas, para que as juntas do navio não se rompessem.
Ainda fustigado pela tempestade no dia seguinte, o navio foi aliviado lançando-se fora parte da carga. No terceiro dia, alijaram a armação do barco (velas ou acessórios sobressalentes). Quando a esperança parecia dissipar-se, um anjo apareceu a Paulo e disse-lhe que não temesse, pois compareceria perante César. Que alívio quando o apóstolo disse que todos os viajantes seriam lançados em terra firme numa determinada ilha!
Os viajantes de fato sobreviveram. (27:27-44) À meia-noite do 14.° dia, os marujos perceberam que estavam perto da costa. Sondagens confirmaram isso e lançaram-se âncoras para evitar um desastre contra os rochedos. Às instâncias de Paulo, todos os 276 homens tomaram alimento. Daí aliviaram o navio, lançando o trigo ao mar. Ao amanhecer, os marujos cortaram as âncoras, soltaram as amarras dos remos e içaram o traquete ao vento. O barco deu de encontro com um banco de areia e a popa começou a se despedaçar. Mas, todos chegaram à terra firme.
Encharcadas e exaustas, as vítimas do naufrágio descobriram que estavam em Malta, onde os ilhéus mostraram-lhes “extraordinário humanitarismo”. (28:1-16) Mas, quando Paulo deitou gravetos num fogo, o calor despertou uma víbora dormente que se prendeu à sua mão. (Hoje não há mais cobras venenosas em Malta, mas esta era uma “bicha venenosa”.) Os maltenses pensaram que Paulo fosse um assassino que a “justiça vingativa” não permitiria viver, mas, quando ele não caiu morto nem ficou inchado com uma inflamação, eles disseram que ele era um deus. Mais tarde Paulo curou a muitos, incluindo o pai de Públio, principal autoridade de Malta. Três meses depois, Paulo, Lucas e Aristarco partiram num navio que tinha por figura de proa “Filhos de Zeus” (Castor e Pólux, deidades gêmeas que supostamente protegiam os marinheiros).
Desembarcando em Putéoli, Júlio prosseguiu viagem com quem estava sob sua custódia. Paulo agradeceu a Deus e tomou coragem quando cristãos da capital romana vieram ao encontro deles na Feira de Ápio e nas Três Tavernas, ao longo da Via Ápia. Finalmente em Roma, permitiu-se a Paulo que ficasse sozinho, mas guardado por um soldado.
Continue a Proclamar o Reino de Deus: Em seu domicílio em Roma, Paulo proclamava destemidamente o Reino de Deus. (28:17-31) Ele disse a judeus de destaque: “Tenho estas cadeias em volta de mim por causa da esperança de Israel.” Essa esperança envolvia aceitar o Messias, algo pelo que nós também temos de estar dispostos a sofrer. (Filipenses 1:29) Embora a maioria daqueles judeus não cresse, muitos gentios e um restante judaico tinham a correta condição de coração. (Isaías 6:9, 10) Por dois anos (c. 59-61 EC), Paulo recebeu a todos os que vinham a ele, “pregando-lhes o reino de Deus e ensinando com a maior franqueza no falar as coisas concernentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento”.
Nero aparentemente declarou Paulo inocente e libertou-o. Daí o apóstolo retomou a sua atividade em associação com Timóteo e Tito. Contudo, foi novamente preso em Roma (c. 65 EC) e, provavelmente, sofreu martírio às mãos de Nero. (2 Timóteo 4:6-8) Mas, até o fim, Paulo deu excelente exemplo de corajoso proclamador do Reino Messiânico. Com o mesmo espírito nestes últimos dias, que todos os dedicados a Deus proclamem destemidamente o Reino de Yehowah!