A Poliglota Complutense (Part. 4)
III. Comma Johanneum.
Embora a Bíblia Poliglota de Alcalá de Henares representasse um enorme avanço na produção de um texto refinado nas línguas originais da Bíblia, a tradição ocasionalmente prevalecia sobre a erudição. A Vulgata era tão estimada, que os editores em diversas ocasiões se sentiam obrigados a corrigir o texto grego do “Novo Testamento” para garantir que correspondesse mais ao texto latino do que ao original. Um exemplo disso é o famoso texto espúrio chamado de comma Johanneum. Nenhum dos manuscritos gregos primitivos contém essa frase, que evidentemente foi inserida alguns séculos depois de João ter escrito a sua carta. Ela também não ocorre nos manuscritos latinos mais antigos da Vulgata. De modo que Erasmo eliminou essa interpolação no seu “Novo Testamento” em grego.
Os editores da Poliglota relutaram em deixar fora um versículo que por séculos havia sido parte do texto tradicional da Vulgata. De modo que mantiveram o texto espúrio em latim e decidiram traduzi-lo e inseri-lo no texto grego, para que as duas colunas se harmonizassem.
Os editores da Poliglota relutaram em deixar fora um versículo que por séculos havia sido parte do texto tradicional da Vulgata. De modo que mantiveram o texto espúrio em latim e decidiram traduzi-lo e inseri-lo no texto grego, para que as duas colunas se harmonizassem.