Introdução ao Livro de Eclesiastes
ECLESIASTES
Tudo é ilusão 1.1—2.26
1. A vida 1.1-11
2. Fama 1.12-18
3. Prazeres 2.1-3
4. Bens e riquezas 2.4-11
5. Sabedoria 2.12-17
6. Conclusão 2.18-26
Tempo para tudo 3.1-15
Lições da experiência 3.16—6.12
1. A injustiça no mundo 3.16—4.3
2. A ilusão do sucesso 4.4-6
3. A vida solitária 4.7-12
4. A ilusão do poder 4.13-16
5. O cumprimento de promessas 5.1-7
6. A ilusão das riquezas 5.8—6.9
7. Conclusão 6.10-12
Pensamentos a respeito desta vida 7.1—12.8
1. Provérbios de sabedoria 7.1—8.1
2. Obediência ao rei 8.2-8
3. Os bons e os maus 8.9—9.12
4. A sabedoria e a tolice 9.13—10.20
5. Conselhos para a vida prática 11.1—12.8
a. Para todos 11.1-8
b. Para os jovens 11.9—12.8
Conclusão final 12.9-14
INTRODUÇÃO
1. NOME
Na Septuaginta, este livro é intitulado Eclesiastes,
que traduz a palavra hebraica Qoheleth. Essa palavra dá a ideia de um
orador (o Sábio), que fala a uma reunião de pessoas.
2. AUTOR E DATA
2.1. Este livro
dá a entender que seu autor é o rei Salomão (1.1,12,16; 2.4-9; 12.9), embora
algumas passagens sugiram que o autor seja um cidadão comum (4.1-2; 5.8-9;
8.2-4; 10.20).
2.2. O texto
hebraico de Eclesiastes contém palavras aramaicas e persas. Por isso, muitos
estudiosos da Bíblia sugerem que um autor anônimo, que viveu entre 450 e 200 a.
C., escreveu este livro usando o nome de Salomão.
3. CONTEÚDO E MENSAGEM
3.1. Em
Eclesiastes estão registrados os pensamentos do “Sábio”, um homem que meditou
profundamente sobre a vida humana, com suas injustiças e decepções.
3.2. Neste
livro, quem fala, muitas vezes, é um cético, isto é, alguém que duvida de tudo.
Para ele, Deus está distante, ausente. Esse homem erra por três razões.
3.2.1. Ele busca aqui, “neste mundo”, “na terra”, a satisfação para o seu
coração e respostas para as perguntas da sua mente (ver Ec 1.9, n.)
3.2.2. Ele faz do ser humano, que é mortal, a sua própria finalidade. Ao
morrer, tudo o que uma pessoa ajuntou fica em poder de outras pessoas. Ele
várias vezes pergunta: Que vantagem levamos então? Que proveito tiramos? O que
ganhamos? É a filosofia egoísta do lucro (ver Ec 1.3, n.)
3.2.3. Como resultado disso, esse homem encara a vida com pessimismo. Para ele
“tudo é ilusão”, pensamento que aparece muitas vezes em Eclesiastes (ver Ec 1.2,n.)
3.3. Outras
vezes, esse homem mostra que crê em Deus, um Deus que controla o Universo e que
deve ser temido por todos (3.14; 5.7; 7.18; 8.12-13; 12.13). Por ser assim
duvidoso, ele não acha solução satisfatória para os problemas da vida. E, por
isso, no seu livro misturam-se verdade e erro, sabedoria e tolice, otimismo e
pessimismo.
3.3.1. Verdade (1.13; 3.11,14; 5.15; 12.13-14); erro (1.15; 2.24; 3.19-21;
7.13).
3.3.2. Sabedoria (4.6,7-8,9-12; 5.1-12; 7.7-12,20,26; 11.1-2; 11.8—12.7);
tolice (4.4; 6.8; 7.3,16; 7.28).
3.3.3. Otimismo (3.12-13,22; 5.18-20; 8.1,15; 9.4,7-10; 11.7); pessimismo
(1.8,18; 2.11,14,17,20; 4.2-3; 5.16-17; 6.12; 7.2).
3.4. Mas o Sábio
muda a sua atitude em face da vida e termina seu livro dando a solução para os
seus problemas: a sabedoria verdadeira se encontra no temor a Deus e na
obediência aos seus mandamentos “porque foi para isso que fomos criados”
(12.13-14). Só Deus pode dar sentido à vida.
3.5. As explicações
dadas acima (3.2; 3.3; 3.4) são a chave para a interpretação de algumas
passagens do Eclesiastes que contrariam o ensino geral das Escrituras. É que
nessas passagens é o homem duvidoso quem fala, como, por exemplo, em 3.18-21.
Ec 1.9, n. 1.9 aconteceu... vai acontecer Ec 3.15. neste mundo Ao pé da
letra, o texto hebraico diz “debaixo do sol”. Essa expressão aparece com
freqüência em Ec: 1.3,14; 2.3,19; 3.1,16; 4.1,3,7,15; 5.13; 6.1,12; 8.9,15;
9.3,6,9,11,13; 10.5. Ver Intr. 3.2.1.
Ec 1.3, n. 1.3 que vantagem leva A idéia de proveito, ganho ou lucro
aparece em Ec 2.11,22; 3.9; 5.11,16; 6.8. Ver Intr. 3.2.2.
Ec 1.2, n. 1.2 ilusão Aquilo que é vazio, passageiro, de pouca duração,
sem valor, sem sentido. Esta palavra ocorre muitas vezes neste livro: Ec 1.14;
2.1,11,17,19,21,23,26; 3.19; 4.4,8,16; 5.10; 6.2,9,12; 7.15; 8.10,14; 11.8;
12.8.