Cativeiro no Antigo Testamento - Part. 2
Tanto no reino setentrional das dez tribos, de Israel, como no reino meridional das duas tribos, de Judá, a causa básica que resultou no cativeiro foi a mesma: o abandono da adoração verdadeira de Jahweh em favor da adoração de deuses falsos. (De 28:15, 62-68; 2Rs 17:7-18; 21:10-15) Jahweh, da sua parte, enviava continuamente seus profetas para avisar a ambos os reinos, mas isso de nada adiantou. (2Rs 17:13) Nenhum dentre os reis do reino das dez tribos, de Israel, chegou a fazer um expurgo completo da adoração falsa instituída por Jeroboão, o primeiro rei daquela nação. Judá, a nação-reino sua irmã ao S, deixou de acatar tanto os avisos diretos de Jahweh como o exemplo do cativeiro em que Israel havia caído. (Je 3:6-10) Os habitantes de ambos esses reinos foram por fim levados para o exílio, cada nação sofrendo mais de uma deportação principal.
Durante o reinado do rei israelita Peca, em Samaria (c. 778-759 AEC), o rei assírio Pul (Tiglate-Pileser III) veio contra Israel, capturou um grande setor no N e deportou os habitantes para as partes orientais do seu império. (2Rs 15:29) Este mesmo monarca também capturou algum território ao L do Jordão, e, dessa região, “levou ao exílio os dos rubenitas, e dos gaditas, e da meia tribo de Manassés, e os levou a Hala, e a Habor, e a Hara, e ao rio Gozã, ficando eles lá até o dia de hoje”. — 1Cr 5:26.
Em 742 AEC, o exército assírio, sob Salmaneser V, sitiou Samaria. (2Rs 18:9, 10) Quando Samaria caiu, em 740 AEC, terminando assim o reino das dez tribos, seus habitantes foram levados ao exílio “em Hala e em Habor, junto ao rio Gozã, e nas cidades dos medos”. Isto se deu porque, como dizem as Escrituras, “não tinham escutado a voz de Jahweh, seu Deus, mas tinham persistido em infringir seu pacto, sim, tudo o que Moisés, servo de Jahweh, ordenara. Não escutaram nem fizeram isso”. — 2Rs 18:11, 12; 17:6; veja SARGÃO.
Cativos de outros lugares muito espalhados foram então trazidos e estabelecidos nas cidades de Samaria. “Subseqüentemente, o rei da Assíria trouxe gente de Babilônia, e de Cuta, e de Ava, e de Hamate, e de Sefarvaim, e os fez morar nas cidades de Samaria, em lugar dos filhos de Israel; e começaram a tomar posse de Samaria e a morar nas suas cidades.” (2Rs 17:24) Este elemento estrangeiro trouxe consigo sua religião pagã; “cada nação diferente veio a fazer o seu próprio deus”. E por não mostrarem nenhuma consideração ou respeito para com Jahweh, este “enviou no meio deles leões e estes vieram a ser matadores entre eles”. O rei da Assíria fez então voltar um dos sacerdotes israelitas, “e ele veio a ser instrutor deles quanto a como deviam temer a Jahweh”. Assim, conforme diz então o relato: “Tornaram-se tementes de Jahweh, porém, mostraram ser adoradores dos seus próprios deuses, segundo a religião das nações dentre as quais os tinham levado ao exílio.” — 2Rs 17:25-33.
Durante o mais de um século que se seguiu à derrubada do reino setentrional, começaram outros notáveis exílios. Antes da derrota humilhante de Senaqueribe às mãos de Deus, em 732 AEC, ele atacou diversos lugares em Judá. Senaqueribe afirma, em seus anais, ter capturado 200.150 pessoas das cidades e fortalezas no território de Judá, embora, a julgar pelo tom dos anais, esse número é provavelmente exagerado. (2Rs 18:13) Tanto Esar-Hadom, sucessor dele, como o monarca assírio que o seguiu, Asenapar (Assurbanipal), transportaram cativos para territórios estrangeiros. — Esd 4:2, 10.
Em 628 AEC, o Faraó Neco, do Egito, mandou acorrentar Jeoacaz, filho de Josias, do reino meridional, e o levou como cativo para o Egito. (2Cr 36:1-5) No entanto, foi mais de uma década depois, em 617 AEC, que os primeiros cativos de Jerusalém foram levados ao exílio em Babilônia. Nabucodonosor avançou contra aquela cidade rebelde e levou embora dali a classe alta dentre a população, inclusive o Rei Joaquim e a mãe dele, e homens tais como Ezequiel, Daniel, Hananias, Misael e Azarias, junto com “os príncipes, e todos os poderosos, valentes — levando dez mil ao exílio — e também todo artífice e construtor de baluartes. Não se deixou ficar ninguém, exceto a classe de condição humilde do povo . . . Oficiais da corte, e os principais homens do país ele levou como povo exilado de Jerusalém a Babilônia. Quanto a todos os homens valentes, sete mil, e os artífices e os construtores de baluartes, mil, todos os poderosos que travavam guerra, o rei de Babilônia os passou a levar como povo exilado a Babilônia.” Ele também se apoderou de grande parte do tesouro do templo. (2Rs 24:12-16; Est 2:6; Ez 1:1-3; Da 1:2, 6) Zedequias, tio de Joaquim, foi deixado como rei vassalo. Uns poucos outros de destaque, inclusive o profeta Jeremias, também permaneceram em Jerusalém. Em vista do grande número de cativos registrado em 2 Reis 24:14, o total de 3.023 fornecido em Jeremias 52:28 refere-se, pelo que parece, aos de certa categoria, ou aos que eram cabeças de famílias — não se incluindo nesse total as esposas e os filhos deles, que chegavam a milhares.
A captura final de Jerusalém por Nabucodonosor foi concluída em 607 AEC, depois de 18 meses de sítio. (2Rs 25:1-4) Desta vez, a cidade foi esvaziada da maioria de seus habitantes. Alguns dos humildes da terra tiveram permissão de ficar “como vinhateiros e como trabalhadores compulsórios”, sob a governança de Gedalias, em Mispá. (Je 52:16; 40:7-10; 2Rs 25:22) Os levados cativos a Babilônia incluíam “alguns dos de condição humilde do povo, e o resto do povo que fora deixado na cidade, e os desertores . . . e o resto dos operários-mestres”. A expressão “que fora deixado na cidade” indica, aparentemente, que grande número de pessoas havia morrido de fome, de doença, ou pelo fogo, ou que haviam sido mortas na guerra. (Je 52:15; 2Rs 25:11) Os filhos de Zedequias, os príncipes de Judá, os oficiais da corte, certos sacerdotes, e muitos outros cidadãos de destaque, foram mortos por ordem do rei de Babilônia. (2Rs 25:7, 18-21; Je 52:10, 24-27) Tudo isso poderia explicar o número um tanto reduzido daqueles que foram realmente incluídos na lista dos exilados levados embora, o número fornecido sendo de apenas 832, provavelmente cabeças das famílias, não se contando as esposas e os filhos deles. — Je 52:29.
Cerca de dois meses depois, após o assassinato de Gedalias, o restante dos judeus deixados em Judá fugiu para o Egito, levando consigo Jeremias e Baruque. (2Rs 25:8-12, 25, 26; Je 43:5-7) Alguns dos judeus talvez também tivessem fugido para outras nações circunvizinhas. É provável que procedessem dessas nações os 745 cativos, como cabeças de família, que foram exilados cinco anos mais tarde, quando Nabucodonosor, como a clava simbólica de Jahweh, espatifou as nações fronteiriças de Judá. (Je 51:20; 52:30) Josefo diz que, cinco anos após a queda de Jerusalém, Nabucodonosor conquistou rapidamente Amom e Moabe, e então desceu e se vingou do Egito. — Jewish Antiquities (Antiguidades Judaicas), X, 181, 182 (ix, 7).
Cativeiro no Antigo Testamento - Part. 3.
Durante o reinado do rei israelita Peca, em Samaria (c. 778-759 AEC), o rei assírio Pul (Tiglate-Pileser III) veio contra Israel, capturou um grande setor no N e deportou os habitantes para as partes orientais do seu império. (2Rs 15:29) Este mesmo monarca também capturou algum território ao L do Jordão, e, dessa região, “levou ao exílio os dos rubenitas, e dos gaditas, e da meia tribo de Manassés, e os levou a Hala, e a Habor, e a Hara, e ao rio Gozã, ficando eles lá até o dia de hoje”. — 1Cr 5:26.
Em 742 AEC, o exército assírio, sob Salmaneser V, sitiou Samaria. (2Rs 18:9, 10) Quando Samaria caiu, em 740 AEC, terminando assim o reino das dez tribos, seus habitantes foram levados ao exílio “em Hala e em Habor, junto ao rio Gozã, e nas cidades dos medos”. Isto se deu porque, como dizem as Escrituras, “não tinham escutado a voz de Jahweh, seu Deus, mas tinham persistido em infringir seu pacto, sim, tudo o que Moisés, servo de Jahweh, ordenara. Não escutaram nem fizeram isso”. — 2Rs 18:11, 12; 17:6; veja SARGÃO.
Cativos de outros lugares muito espalhados foram então trazidos e estabelecidos nas cidades de Samaria. “Subseqüentemente, o rei da Assíria trouxe gente de Babilônia, e de Cuta, e de Ava, e de Hamate, e de Sefarvaim, e os fez morar nas cidades de Samaria, em lugar dos filhos de Israel; e começaram a tomar posse de Samaria e a morar nas suas cidades.” (2Rs 17:24) Este elemento estrangeiro trouxe consigo sua religião pagã; “cada nação diferente veio a fazer o seu próprio deus”. E por não mostrarem nenhuma consideração ou respeito para com Jahweh, este “enviou no meio deles leões e estes vieram a ser matadores entre eles”. O rei da Assíria fez então voltar um dos sacerdotes israelitas, “e ele veio a ser instrutor deles quanto a como deviam temer a Jahweh”. Assim, conforme diz então o relato: “Tornaram-se tementes de Jahweh, porém, mostraram ser adoradores dos seus próprios deuses, segundo a religião das nações dentre as quais os tinham levado ao exílio.” — 2Rs 17:25-33.
Durante o mais de um século que se seguiu à derrubada do reino setentrional, começaram outros notáveis exílios. Antes da derrota humilhante de Senaqueribe às mãos de Deus, em 732 AEC, ele atacou diversos lugares em Judá. Senaqueribe afirma, em seus anais, ter capturado 200.150 pessoas das cidades e fortalezas no território de Judá, embora, a julgar pelo tom dos anais, esse número é provavelmente exagerado. (2Rs 18:13) Tanto Esar-Hadom, sucessor dele, como o monarca assírio que o seguiu, Asenapar (Assurbanipal), transportaram cativos para territórios estrangeiros. — Esd 4:2, 10.
Em 628 AEC, o Faraó Neco, do Egito, mandou acorrentar Jeoacaz, filho de Josias, do reino meridional, e o levou como cativo para o Egito. (2Cr 36:1-5) No entanto, foi mais de uma década depois, em 617 AEC, que os primeiros cativos de Jerusalém foram levados ao exílio em Babilônia. Nabucodonosor avançou contra aquela cidade rebelde e levou embora dali a classe alta dentre a população, inclusive o Rei Joaquim e a mãe dele, e homens tais como Ezequiel, Daniel, Hananias, Misael e Azarias, junto com “os príncipes, e todos os poderosos, valentes — levando dez mil ao exílio — e também todo artífice e construtor de baluartes. Não se deixou ficar ninguém, exceto a classe de condição humilde do povo . . . Oficiais da corte, e os principais homens do país ele levou como povo exilado de Jerusalém a Babilônia. Quanto a todos os homens valentes, sete mil, e os artífices e os construtores de baluartes, mil, todos os poderosos que travavam guerra, o rei de Babilônia os passou a levar como povo exilado a Babilônia.” Ele também se apoderou de grande parte do tesouro do templo. (2Rs 24:12-16; Est 2:6; Ez 1:1-3; Da 1:2, 6) Zedequias, tio de Joaquim, foi deixado como rei vassalo. Uns poucos outros de destaque, inclusive o profeta Jeremias, também permaneceram em Jerusalém. Em vista do grande número de cativos registrado em 2 Reis 24:14, o total de 3.023 fornecido em Jeremias 52:28 refere-se, pelo que parece, aos de certa categoria, ou aos que eram cabeças de famílias — não se incluindo nesse total as esposas e os filhos deles, que chegavam a milhares.
A captura final de Jerusalém por Nabucodonosor foi concluída em 607 AEC, depois de 18 meses de sítio. (2Rs 25:1-4) Desta vez, a cidade foi esvaziada da maioria de seus habitantes. Alguns dos humildes da terra tiveram permissão de ficar “como vinhateiros e como trabalhadores compulsórios”, sob a governança de Gedalias, em Mispá. (Je 52:16; 40:7-10; 2Rs 25:22) Os levados cativos a Babilônia incluíam “alguns dos de condição humilde do povo, e o resto do povo que fora deixado na cidade, e os desertores . . . e o resto dos operários-mestres”. A expressão “que fora deixado na cidade” indica, aparentemente, que grande número de pessoas havia morrido de fome, de doença, ou pelo fogo, ou que haviam sido mortas na guerra. (Je 52:15; 2Rs 25:11) Os filhos de Zedequias, os príncipes de Judá, os oficiais da corte, certos sacerdotes, e muitos outros cidadãos de destaque, foram mortos por ordem do rei de Babilônia. (2Rs 25:7, 18-21; Je 52:10, 24-27) Tudo isso poderia explicar o número um tanto reduzido daqueles que foram realmente incluídos na lista dos exilados levados embora, o número fornecido sendo de apenas 832, provavelmente cabeças das famílias, não se contando as esposas e os filhos deles. — Je 52:29.
Cerca de dois meses depois, após o assassinato de Gedalias, o restante dos judeus deixados em Judá fugiu para o Egito, levando consigo Jeremias e Baruque. (2Rs 25:8-12, 25, 26; Je 43:5-7) Alguns dos judeus talvez também tivessem fugido para outras nações circunvizinhas. É provável que procedessem dessas nações os 745 cativos, como cabeças de família, que foram exilados cinco anos mais tarde, quando Nabucodonosor, como a clava simbólica de Jahweh, espatifou as nações fronteiriças de Judá. (Je 51:20; 52:30) Josefo diz que, cinco anos após a queda de Jerusalém, Nabucodonosor conquistou rapidamente Amom e Moabe, e então desceu e se vingou do Egito. — Jewish Antiquities (Antiguidades Judaicas), X, 181, 182 (ix, 7).
Cativeiro no Antigo Testamento - Part. 3.