Cativeiro no Velho Testamento - Part. 3
A situação de Jerusalém diferia da de outras cidades conquistadas, tais como Samaria, que foram repovoadas por cativos trazidos de outras partes do Império Assírio. Em contraste com a usual política dos babilônios para com as cidades conquistadas, Jerusalém e sua vizinhança foram esvaziadas e deixadas desoladas, assim como Jahweh predeterminara. Os críticos da Bíblia talvez questionem que a terra de Judá, outrora próspera, se tenha tornado subitamente “um baldio desolado, sem habitante”, mas admitidamente não existe nenhuma evidência histórica, nenhum registro desse período, que prove o contrário. (Je 9:11; 32:43) O arqueólogo G. Ernest Wright declara: “A violência que sobreveio a Judá torna-se clara . . . pelas pesquisas arqueológicas que mostram que cidade após cidade deixou de ser habitada naquele tempo, muitas jamais sendo reocupadas.” (Biblical Archaeology [Arqueologia Bíblica], 1963, p. 182) William F. Albright concorda: “Não existe um único caso conhecido de uma cidade de Judá propriamente dita ter sido continuamente ocupada durante todo o período do exílio.” — The Archaeology of Palestine (A Arqueologia da Palestina), 1971, p. 142.
Situação dos Exilados. O cativeiro, em geral, era considerado como período de opressão e de servidão. Jahweh disse que, em vez de mostrar misericórdia a Israel, ‘Babilônia fez muito pesado o seu jugo sobre o homem idoso’. (Is 47:5, 6) Sem dúvida, eles eram obrigados a fazer certos pagamentos (de imposto, tributo, pedágio), baseados no que conseguiam produzir ou ganhar, da mesma forma que estes eram exigidos de outros cativos. Certamente constituía um estado de opressão o próprio fato de que o grandioso templo de Jahweh em Jerusalém tinha sido despojado e destruído, seu sacerdócio, morto ou levado ao exílio, seus adoradores, levados ao cativeiro e tornados súditos duma potência estrangeira.
Todavia, ser exilado para uma terra estrangeira não era tão ruim quanto ser vendido à cruel escravidão perpétua, ou ser executado da forma sádica que era típica das conquistas feitas pelos assírios e pelos babilônios. (Is 14:4-6; Je 50:17) Os judeus exilados, pelo que parece, gozavam de certa medida de liberdade de locomoção e exerciam certo grau de administração interna dos seus assuntos. (Esd 8:1, 16, 17; Ez 1:1; 14:1; 20:1) “A todo o povo exilado que fiz ir ao exílio, de Jerusalém a Babilônia”, disse Jahweh: “Construí casas e habitai nelas, e plantai jardins e comei dos seus frutos. Tomai esposas e tornai-vos pais de filhos e de filhas; e tomai esposas para os vossos próprios filhos e dai as vossas próprias filhas a maridos, para que dêem à luz filhos e filhas; e tornai-vos ali muitos e não vos torneis poucos. Também, buscai a paz da cidade à qual vos exilei e orai por ela a Jahweh, porque na sua paz se mostrará haver paz para vós mesmos.” (Je 29:4-7) Alguns deles desenvolveram habilidades em diversos ofícios que se mostraram úteis depois de terminado o exílio. (Ne 3:8, 31, 32) Empenhar-se em empreendimentos comerciais e no comércio em geral tornaram-se suas especialidades. Encontraram-se muitos nomes judaicos em registros comerciais. Em resultado deste intercâmbio comercial e contato social com não-judeus, a língua hebraica começou a refletir influência aramaica.
O período de cativeiro, que chegou a ser de 80 anos para alguns, influiu naturalmente na adoração comunitária do verdadeiro Deus, Jahweh. Não dispondo de templo, nem de altar, e não tendo sacerdócio organizado, não era possível ofertar os sacrifícios diários. No entanto, a prática da circuncisão, a abstenção de alimentos impuros, a observância do sábado e a constância na oração eram coisas que os fiéis podiam manter, apesar do desprezo e da zombaria de outros. O fato de o cativo Daniel ‘servir com constância’ a seu Deus era bem conhecido ao Rei Dario e a outros. Mesmo quando se legalizou um interdito que proibia, sob pena de morte, fazer uma petição a qualquer pessoa a não ser ao rei, “[Daniel] foi pôr-se de joelhos, até mesmo três vezes por dia, e orava e oferecia louvor perante seu Deus, assim como havia feito regularmente antes disso”. (Da 6:4-23) Tal fidelidade na sua adoração limitada ajudou a impedir que esses exilados perdessem sua identidade nacional. Podiam também tirar proveito do contraste que observavam entre a simplicidade pura da adoração de Jahweh e o ostentoso materialismo idólatra de Babilônia. Sem dúvida, também se beneficiaram da presença dos profetas de Jahweh, Ezequiel e Daniel. — Ez 8:1; Da 1:6; 10:1, 2.
Cativeiro no Antigo Testamento - Part. 4. (Continuação)
Situação dos Exilados. O cativeiro, em geral, era considerado como período de opressão e de servidão. Jahweh disse que, em vez de mostrar misericórdia a Israel, ‘Babilônia fez muito pesado o seu jugo sobre o homem idoso’. (Is 47:5, 6) Sem dúvida, eles eram obrigados a fazer certos pagamentos (de imposto, tributo, pedágio), baseados no que conseguiam produzir ou ganhar, da mesma forma que estes eram exigidos de outros cativos. Certamente constituía um estado de opressão o próprio fato de que o grandioso templo de Jahweh em Jerusalém tinha sido despojado e destruído, seu sacerdócio, morto ou levado ao exílio, seus adoradores, levados ao cativeiro e tornados súditos duma potência estrangeira.
Todavia, ser exilado para uma terra estrangeira não era tão ruim quanto ser vendido à cruel escravidão perpétua, ou ser executado da forma sádica que era típica das conquistas feitas pelos assírios e pelos babilônios. (Is 14:4-6; Je 50:17) Os judeus exilados, pelo que parece, gozavam de certa medida de liberdade de locomoção e exerciam certo grau de administração interna dos seus assuntos. (Esd 8:1, 16, 17; Ez 1:1; 14:1; 20:1) “A todo o povo exilado que fiz ir ao exílio, de Jerusalém a Babilônia”, disse Jahweh: “Construí casas e habitai nelas, e plantai jardins e comei dos seus frutos. Tomai esposas e tornai-vos pais de filhos e de filhas; e tomai esposas para os vossos próprios filhos e dai as vossas próprias filhas a maridos, para que dêem à luz filhos e filhas; e tornai-vos ali muitos e não vos torneis poucos. Também, buscai a paz da cidade à qual vos exilei e orai por ela a Jahweh, porque na sua paz se mostrará haver paz para vós mesmos.” (Je 29:4-7) Alguns deles desenvolveram habilidades em diversos ofícios que se mostraram úteis depois de terminado o exílio. (Ne 3:8, 31, 32) Empenhar-se em empreendimentos comerciais e no comércio em geral tornaram-se suas especialidades. Encontraram-se muitos nomes judaicos em registros comerciais. Em resultado deste intercâmbio comercial e contato social com não-judeus, a língua hebraica começou a refletir influência aramaica.
O período de cativeiro, que chegou a ser de 80 anos para alguns, influiu naturalmente na adoração comunitária do verdadeiro Deus, Jahweh. Não dispondo de templo, nem de altar, e não tendo sacerdócio organizado, não era possível ofertar os sacrifícios diários. No entanto, a prática da circuncisão, a abstenção de alimentos impuros, a observância do sábado e a constância na oração eram coisas que os fiéis podiam manter, apesar do desprezo e da zombaria de outros. O fato de o cativo Daniel ‘servir com constância’ a seu Deus era bem conhecido ao Rei Dario e a outros. Mesmo quando se legalizou um interdito que proibia, sob pena de morte, fazer uma petição a qualquer pessoa a não ser ao rei, “[Daniel] foi pôr-se de joelhos, até mesmo três vezes por dia, e orava e oferecia louvor perante seu Deus, assim como havia feito regularmente antes disso”. (Da 6:4-23) Tal fidelidade na sua adoração limitada ajudou a impedir que esses exilados perdessem sua identidade nacional. Podiam também tirar proveito do contraste que observavam entre a simplicidade pura da adoração de Jahweh e o ostentoso materialismo idólatra de Babilônia. Sem dúvida, também se beneficiaram da presença dos profetas de Jahweh, Ezequiel e Daniel. — Ez 8:1; Da 1:6; 10:1, 2.
Cativeiro no Antigo Testamento - Part. 4. (Continuação)