Comentário de Albert Barnes: João 1:18

Ninguém jamais viu a Deus a qualquer momento - Esta declaração é, provavelmente, feita para mostrar a superioridade da revelação de Jesus acima de qualquer dispensação anterior. Diz-se, portanto, que Jesus “tinha um conhecimento íntimo de Deus”, que nem Moisés, nem os profetas antigos possuíam. Deus é invisível: os olhos humanos não O têm visto, mas Cristo tinha um conhecimento de Deus que pode ser expresso na nossa apreensão, dizendo o que ele viu. Ele conhecia intima e completamente, e estava, portanto, equipado para fazer uma manifestação completa dEle. Veja Jo 5:37; 6:46; 1Jo 4:12; Exo 33: 20; Jo 14:9. Esta passagem não deseja negar que os homens tinham testemunhado “manifestações” de Deus, como quando ele apareceu a Moisés e aos profetas (compare Num 12:8; Isa 6:1-13), mas apenas dizer que ninguém viu a essência de Deus, ou que “plenamente conheceu a Deus.” Os profetas entregaram o que “ouviram” Deus falar, Jesus o que ele sabia de Deus como seu igual, e como quem compreendia totalmente a Sua natureza.

O filho unigênito – Veja notas em João 1:14. Esse versículo mostra o sentido de João do significa dessa frase, como denotando um pleno e íntimo conhecimento de Deus.

No seio do Pai - Essa expressão é tirada do costume entre os orientais de reclinar em suas refeições. Veja as notas em Mat 23:6. Ela denota intimidade, amizade, carinho. Aqui, isso significa que Jesus tinha um conhecimento de Deus como um amigo tem de outro - o conhecimento de Seu caráter, projetos e natureza, que nenhum outro possui, e que o torna, portanto, qualificado acima de todos os outros ao fazê-lO conhecido.

O tem declarado - Tem plenamente revelado-O ou O deu a conhecer. Compare Heb 1:1, Heb 1:4. Este versículo prova que Jesus tinha um conhecimento de Deus acima do que qualquer um dos antigos profetas tinha, e que a maior revelação de seu caráter é esperada no evangelho. Por sua Palavra e o Espírito, ele pode iluminar e guiar-nos, e nos levar ao verdadeiro conhecimento de Deus, e não há conhecimento verdadeiro e pleno de Deus, a não ser que seja obtido através de seu Filho. Compare Jo 14: 6; 1Jo 2:22-23.