Devem os Cristãos Celebrar o Natal?


Devem os Cristãos Celebrar o Natal?

‘O Natal está proscrito! Quem o celebrar ou até mesmo ficar em casa, não indo trabalhar, no Dia de Natal, estará sujeito a penalidades!’

Estranho como pareça, isto realmente se tornou lei lá atrás, no século 17. Os puritanos fizeram com que tal celebração fosse proibida na Inglaterra. O que provocou tão firme posição contra o Natal? E por que existem milhões de pessoas, hoje, que acham que os cristãos não devem celebrar o Natal?

De Onde Realmente Vem o Natal?

Talvez se surpreenda de saber que o Natal não foi instituído por Jesus Cristo, nem foi celebrado por ele ou por seus discípulos do primeiro século. Com efeito, não existe nenhum registro de uma celebração de Natal senão 300 anos depois da morte de Cristo.

Muitas pessoas que viviam naqueles dias adoravam o Sol, sentindo forte dependência de seu ciclo anual. Cerimônias requintadas acompanhavam a adoração do Sol na Europa, no Egito e na Pérsia. O tema central destas festas era o retorno da luz. Implorava-se que o Sol, devido à sua aparente debilidade no inverno, voltasse de ‘passeios distantes’. As festas incluíam folguedos, banquetes, danças, decoração das casas com luzes e ornamentos, e o dar presentes. Será que tais coisas lhe parecem familiares?

Os adoradores do Sol acreditavam que o lenho não-queimado de uma tora de certa madeira (acha-de-natal) tinha poderes mágicos, que fogueiras podiam dar vigor ao deus-sol e fazê-lo retornar à vida, que casas decoradas com sempre-verdes afastavam os demônios, que o azevinho devia ser adorado como promessa do retorno do Sol, e que raminhos de visco podiam trazer boa sorte, se usados como encantamentos. Com que celebração estão ligados tais itens hoje em dia?

Dezembro era um mês de grandes festas na Roma pagã, muito antes de o Natal ser ali introduzido. As saturnais (dedicadas a Saturno, o deus da agricultura), que duravam uma semana inteira, e a festa do Dies Natalis Solis Invicti (Aniversário Natalício do Sol Invencível) aconteciam nessa época. Também, o dia 25 de dezembro era considerado o aniversário de Mitras, o deus persa da luz.

Cristianizar os Pagãos?

Num esforço para converter estes pagãos, houve uma mistura não-bíblica das crenças cristãs com as pagãs, e, assim, a igreja escolheu uma data para o Natal, que coincidia com a mais importante festa pagã. Que dizer dos costumes natalinos? A Encyclopedia of Religion and Ethics admite que a maioria dos costumes do Natal “não são costumes genuinamente cristãos, mas são costumes pagãos que foram absorvidos ou tolerados pela Igreja”. Achava-se, pelo visto, que simplesmente dar a estes costumes uma aparência cristã cristianizaria os que tomavam parte neles.

No entanto, em vez de cristianizar o paganismo, tais costumes paganizaram o cristianismo. Durante os anos 1600, os puritanos ficaram tão perturbados com a natureza obviamente pagã do Natal que esse feriado religioso foi proscrito na Inglaterra e em algumas das colônias americanas. Impunham-se penalidades pela celebração do Natal, ou por apenas ficar em casa, não indo trabalhar no dia de Natal. Na Nova Inglaterra (EUA), não foi senão em 1856 que o Natal foi legalizado.

Mas existe um fator sobre o Natal que é mais importante do que como a igreja, os pagãos, ou os puritanos o encaravam no passado. De importância primária para os verdadeiros cristãos é . . .

Como Jesus Cristo Vê o Natal?

Se uma celebração fosse realizada em sua honra, não seria importante obter sua aprovação da natureza dela? Assim, fazemos bem em perguntar: Será que a Bíblia indica como Jesus vê as tradições arraigadas no paganismo? Jesus condenou os líderes religiosos que transigiam sobre a adoração pura para ganhar adeptos. Ele disse a tais líderes: “Vós [atravessais] o mar e a terra para fazer um único converso, e então o tornais duas vezes mais propenso para a destruição do que vós mesmos.” — Mateus 23:15, Phillips, em inglês.

A conversão não devia ser conseguida pela fusão das crenças pagãs com as cristãs. Paulo, apóstolo de Jesus, escreveu aos cristãos que moravam em Corinto: “Não podeis estar bebendo o copo de Jeová e o copo de demônios.” (1 Coríntios 10:21) E, na seguinte carta a eles, Paulo acrescentou: “Não se juntem com os descrentes para trabalhar com eles. . . . Como podem Cristo e o Diabo estar de acordo?” — 2 Coríntios 6:14, 15, A Bíblia na Linguagem de Hoje.

Se certa mãe conscienciosa visse o filho pegar balas de um esgoto cheio de sujeira, ela insistiria que ele as jogasse fora imediatamente. A idéia de comê-las — e até mesmo de tocar nelas — a repugna. O Natal, embora doce para muitos, foi colhido de lugares repugnantes. Os sentimentos de Jesus se igualam aos do profeta Isaías, que instou com os verdadeiros adoradores de seus dias: “Desviai-vos, desviai-vos, saí de lá, não toqueis em nada impuro.” — Isaías 52:11.

Por conseguinte, os verdadeiros cristãos hoje em dia não celebram o Natal. Embora a posição deles possa parecer estranha a outros, eles consideram as tradições como Jesus as considerava. Quando lhe foi perguntado: “Por que infringem os teus discípulos a tradição dos homens dos tempos anteriores?”, ele respondeu: “Por que é também que vós infringis o mandamento de Deus por causa da vossa tradição?” E acrescentou: “Invalidastes a palavra de Deus por causa da vossa tradição.” — Mateus 15:2, 3, 6.

Os verdadeiros cristãos, hoje, manifestam sua união com Jesus por praticarem “a forma de adoração que é pura e imaculada”, sem ser manchada pelas tradições pagãs dos homens. — Tiago 1:27.