O Que a Bíblia Ensina Sobre os Órfãos?
O Que a Bíblia Ensina Sobre os Órfãos?
Essa palavra portuguesa “órfão” vem do grego, orphanós cujo
sentido liberal é “destituído”. Corresponde ao vocábulo hebraico yathom, “solitário”,
“sem pai”. Ver Lam. 5:3. Estritamente falando, um órfão é alguém de menor
idade, que perdeu ambos os pais, mediante a morte; mas o abandono de uma criança,
por parte de seus genitores, também a transforma em órfã.
De acordo com a perspectiva do Antigo Testamento, um órfão
era alguém também privado de situação legal, sem qualquer parente remidor. A
legislação veterotestamentária tinha provisões em favor de tais pessoas. Os
órfãos e as viúvas, para exemplificar, podiam rabiscar os campos plantados (ver
Deu. 14:29). E a passagem de Êxo. 22:22 mostra-nos a atenção que era dada aos
órfãos. Visto que a herança passava do pai a algum filho homem, uma viúva sem
filhos ficava destituída de bens sob a forma de terras. Todavia, houve o
precedente da herança transmitida a filhas, conforme se vê em Núm. 27:7-11.
O trecho de João 14:18 envolve um uso figurado do termo para
indicar orfandade espiritual (apontando para os discípulos de Jesus, quando O
perderam de sua presença física). Mas a situação privilegiada deles lhes seria
restaurada, mediante o ministério do Espírito Santo, o alter ego de Jesus.
Paulo chama a si mesmo de “orfanado”, isto é, “destituído”, quando não mais
contava com o companheirismo dos crentes de Tessalônica (I Tes. 2:17).
Nos sonhos e nas visões, o estado de orfandade indica “perda”,
literal ou figurada, material ou espiritual, ou, então, abandono; ou uma
mudança de ambiente e moradia, com algum isolamento temporário de membros da
família ou amigos. E a adoção de órfãos pode indicar que a felicidade está a
caminho da pessoa.
Nas Escrituras Sagradas há um distinto ensinamento sobre os
órfãos Eles não contam com um pai terreno, que lhes supra as necessidades
materiais, incluindo a necessidade do amor paterno. Portanto, Deus cumpre essas
necessidades em relação às suas almas. O Antigo Testamento considera os órfãos
como as pessoas mais dependentes que há. Embora, naquele documento sagrado, não
tenhamos nenhuma menção às instituições que foram estabelecidas para cuidar dos
órfãos (segundo a Igreja cristã moderna já vem fazendo há algum tempo); a lei
mosaica provia para os órfãos certas proteções e regalias. Ver Deu. 14:29;
24:19-21; 26:12; 27:19. Deus é o Pai dos órfãos, em um sentido todo especial
(Sal. 68:5). Deus é o defensor das viúvas e dos órfãos; e aqueles que os
oprimem são ameaçados pelo julgamento divino (Deu. 16:14, 24:17,19,21; 26:12,
13). O Talmude recomendava que se cuidasse devidamente dos órfãos, fazendo
disso uma das virtudes mais dignas de elogio, capaz de atrair grandes bênçãos
divinas. Ver o artigo especial sobre Órfãos e Viúvas. O trecho de Tiago 1:27
assevera que um dos sinais de uma religião pura e sincera é aquela que presta ajuda
(visita) aos órfãos e às viúvas, em suas dificuldades.