Babilônia no Novo Testamento

BABILÔNIA, A GRANDE, SIGNIFICADO, ESTUDO BIBLICO, TEOLOGICO, NOVO TESTAMENTO
Babilônia no Novo Testamento

Babilônia, Babulon, é usado no Novo Testamento em pelo menos dois sentidos diferentes:


1. Babilônica Mesopotâmica
Em Mat 1:11, 12, 17; At 7:43 a antiga cidade Mesop. é plenamente intencionada. Todos esses se referem ao cativeiro em Babilônia e não exige nenhuma explicação a mais.

2. Sentido Simbólico
Todas as referências à Babilônia em Apocalipse são evidentemente simbólicas. Algumas das passagens mais importantes são Ap 14:8; 16:19; 17:5; 18:2, 10, 21. Em Ap 17:5 Babilônia é designada como musterion. Isso sem dúvida indica que o nome deve ser entendido figurativamente. Alguns intérpretes têm acreditado que Jerusalém era a cidade que foi designada como Babilônia, mas a maioria dos estudiosos sustentam que Roma foi a cidade intencionada. Esta interpretação remonta pelo menos ao tempo de Tertuliano (Adv. Marc., III. 13). Essa interpretação foi adotada por Jerônimo e Agostinho e tem sido comumente aceita pela igreja. Há alguns fatos marcantes que apontam para Roma como a cidade que é designada como Babilônia.

(1) As características atribuídas a essa Babilônia aplicasse a Roma e não a qualquer outra cidade da mesma época: (a) reinando sobre os reis da terra (Ap 17:18), (b) sentanda sobre sete montanhas (Ap 17:9); (c) como o centro de mercadorias do mundo (Ap 18:3, 11-13), (d) como a corruptora das nações (Ap 17:2; 18:3; 19:2), (e) como a perseguidora dos santos (Ap 17:6).

(2) Roma é designada como Babilônia, nos Oráculos de Sibeline (5 143), e esta é talvez uma parte do judaísmo antigo do livro. A comparação de Roma com Babilônia é comum na literatura apocalíptica judaica (cf. 2 Esdras e os Apócrifos Baruque).

(3) Roma era considerada pelos judeus e cristãos como sendo antagônica ao Reino de Deus, e sua queda foi esperada com confiança, essa concepção está de acordo com a prevista queda de Babilônia (Ap 14:8; 18:2, 10-21). Como Babilônia era a opressora de Israel, era natural que este novo poder, que oprimia o povo de Deus, devesse ser designado como Babilônia.

3. Em 1 Pedro

Em 1Ped 5:13 Babilônia é designada como o local em que foi escrita 1 Ped. Até a época da Reforma, esta foi, em geral, entendida como Roma, e dois cursivos acrescentavam “em Roma.” Desde a Reforma, muitos estudiosos têm seguido Erasmo e Calvino e consideram que a Babilônia da Mesopotâmia é o significado. Três teorias devem ser observadas:

(1) Que a Babilônia egípcia, ou antiga Cairo, se entende. Estrabão (XVII, 807), que escreveu tão tarde como 18 d.C, diz que a Babilônia egípcia era uma fortaleza, fundada por refugiados originários da Babilônia Mesop. Mas durante o século 1, ela não era muito mais do que um posto militar, e é bastante improvável que Pedro tivesse ido ali. Não há uma tradição que ligue Pedro de qualquer forma com o Egito.

(2) Esta declaração é para ser tomada literalmente, e que a Babilônia Mesop. se entende. Muitos bons estudiosos mantem essa visão, e entre estes estão Weiss e Thayer, mas não há provas de que Pedro esteve alguma vez na Babilônia, ou que houve até mesmo uma igreja lá no século 1. Marcos e Silvano são associados com Pedro na carta e não existe uma tradição que ligue um deles com Babilônia. De acordo com Josefo (Ant, XVIII, IX, 5-9), os judeus nessa época haviam sido amplamente retirados da Babilônia e foram confinados em cidades vizinhas, e parece improvável que Pedro teria feito ali o seu campo missionário.

(3) Que Roma foi a cidade designada como Babilônia. O Apocalipse indicaria que as igrejas entenderiam a referência simbólica, e parece ter sido assim entendida até o tempo da Reforma. A negação dessa posição foi em consonância com o esforço para refutar a suposta ligação de Pedro com a Igreja Romana. A antiga tradição, no entanto, faz parecer bastante provável que Pedro fez uma visita a Roma (cf. Lightfoot, Clemente, II, 493ff).

A evidência interna contribui para fundamentar a teoria de que Roma era o local de onde a carta foi escrita. Marcos envia saudações (1 Pd Mar 15:13), e sabemos que ele tinha sido chamado a Roma pelo apóstolo Paulo (2Tim 4:11). A passagem inteira, “ela que está em Babilônia, eleita juntamente com vós,” parece ser figurativo, e que deve ser verdadeiro, pois é natural que a Babilônia devia ter sido usada em vez de Roma. O caráter da carta como um todo deveria apontar para Roma como o lugar da escrita. Ramsay acha que este livro está impregnado com o pensamento romano para além de qualquer outro livro na Bíblia (cf. A Igreja no Império Romano, [Em inglês] p. 286).

Fonte: International Standard Bible Encyclopedia de James Orr, M.A., D.D., Editor General