Deus — Personificação de uma Ideia Abstrata

Deus — Personificação de uma Ideia Abstrata
Deus — Personificação de uma Ideia Abstrata
(Enciclopédia Bíblica Online) 
Ficou muito em voga na moderna teologia “liberal” considerar o nome de “Deus” como um simples símbolo, representando algum processo cósmico, uma vontade ou poder universal, ou um ideal elevado e abrangente. Repete-se com freqüência a afirmação de que, se Deus criou o homem à Sua imagem, o homem agora está devolvendo o cumprimento criando a Deus à imagem do homem. Diz-se a respeito de Harry Elmer Barnes que uma vez ele disse numa de suas aulas de laboratório: “Cavalheiros, agora vamos criar Deus”. Essa foi uma rude expressão de uma idéia muito comum. A maioria dos que rejeitam o conceito teísta de Deus ainda professa fé em Deus, mas este é um Deus de sua própria imaginação.

A forma que ele assume numa ocasião particular depende, segundo Shailer Matthews dos atuais modelos de pensamento. Nos tempos anteriores à guerra, o padrão dominante era o de um soberano autocrático, que exigia obediência absoluta; agora é o de um governante democrático, disposto a servir a todos que lhe estão subordinados. Desde os dias de Comte tem havido a tendência de personificar a ordem social da humanidade como um todo e de cultuar esta personificação. Os assim chamados melhoristas ou teólogos sociais revelam a tendência de identificar Deus de algum modo com a ordem social. E os neopsicologistas dizemnos que a idéia de Deus é uma projeção da mente humana, que em seus primeiros estágios é inclinada a formar imagens de suas experiências e a revesti-las de uma semi-personalidade.

Leuba é de opinião que esta ilusão de Deus não será necessária. Umas poucas definições servirão para mostrar as tendências dos dias presentes. “Deus é o espírito imanente da comunidade” (Royce). Deus “é aquela qualidade da sociedade humana em desenvolvimento” (E. S. Ames). “A palavra ‘deus’ é um símbolo para designar o universo em sua capacidade ideal de formação” (C.B. Foster). “Deus é o nosso conceito, nascido da experiência social, dos elementos que desenvolvem personalidade e os elementos de explicação pessoal do nosso ambiente cósmico, como o qual estamos organicamente relacionados” (Shailer Matthews). Mal se precisa dizer que o Deus assim definido não é um Deus pessoal e não responde às necessidades mais profundas do coração humano.