Augusto — Mundo Político do Novo Testamento

Augusto — Mundo Político do Novo Testamento
(Enciclopédia Bíblica Online)
Augusto (de 27 a 0. a 14 d.C.)

Durante o seu governo, o imperium romano, ou o poder do estado imperial, estabeleceu-se por completo. O povo cansado da guerra, ansiava pela paz. Augusto tornou-se o principe, isto é, o primeiro cidadão da terra. Governou bem e sabiamente. Politicamente, o novo principado era um compromisso entre a velha república e a ditadura que Júlio César tinha advogado. Conservou-se o Senado teóricamente como corpo legislativo. Em 27 a. C. este conferiu à Augusto a função de comandante-chefe das forças armadas do Império. Em 23 a.C. alcançou o poder governamental vitaliciamente, o que significava o seu controle nas assembléias populares e a sua nomeação permanente como representante do povo. Foi-lhe dada a prerrogativa de, no Senado, apresentar o tópico da discussão e o direito de convocar as suas assembléias. Todos os seus poderes tinham uma base constituicional e não assentavam em qualquer posse arbitrária do poder.

Durante o domínio de Augusto efetuaram-se muitas reformas. O Senado foi libertado dos membros indignos. Uma grande parte do exército foi desmobilizada e os veteranos licenciados foram colocados em colônias ou em terras adquiridas para esse fim. Criou-se um exército profissional regular que se tornou uma escola de cidadãos. Além de se retirarem das fileiras os veteranos, deu-se-lhes um bônus e foram colocados em colônias nas províncias, onde podiam viver bem e ao mesmo tempo ser guias da comunidade, na lealdade a Roma.

Augusto procurou também melhorar a moral do povo. Renovou a religião do estado e construiu muitos templos. O culto imperial uma adoração de Roma como estado, foi introduzido nas províncias. Em muitos lugares o próprio imperador foi venerado como Dominus et Deus (Senhor e Deus), embora não exigisse tal culto. As leis de Juliano, de 19 a 18 a.C., tentaram restaurar a vida de família, incitando ao casamento e estabelecimento de lares.

Para consolidar o império à vontade, ordenou um censo da população e de toda a propriedade como base do recrutamento do exército e para cobrança de impostos. A Espanha, a Gália e os distritos Alpinos foram subjugados. Melhorou a defesa das fronteiras, embora os exércitos tenham sofrido uma derrota terrível às mãos dos Germanos na floresta de Tentaburgo. Augusto organizou a polícia e os serviços de incêndio, em Roma, e designou um superintendente na distribuição do trigo.

Augusto gloriou-se de que tinha encontrado uma Roma de tijolo e deixou uma Roma de mármore. Durante os quarenta e um anos do seu governo conseguiu fazer surgir a ordem do meio do caos. Restaurou a confiança no Governo, fortaleceu o tesouro, deu origem a um eficiente departamento de obras públicas, promoveu a paz e a prosperidade.


FONTE: O Novo Testamento Sua Origem e Análise - Merrill C. Tenney