Significado de 2 Reis 19
2 Reis 19
2 Reis 19 continua a narrativa do reinado do rei Ezequias e sua resposta à ameaça representada pela invasão assíria liderada por Senaqueribe.Ao ouvir que os assírios capturaram as cidades de Judá e estão ameaçando Jerusalém, Ezequias rasga suas vestes em aflição e busca o conselho do profeta Isaías. Isaías garante a Ezequias que o Senhor livrará Jerusalém das mãos dos assírios e que o rei inimigo nem mesmo atirará uma flecha na cidade.
Ezequias recebe uma carta de Senaqueribe, na qual o rei assírio se gaba de suas vitórias e zomba do Deus de Israel. Ezequias leva a carta ao templo e a estende diante do Senhor, orando pela intervenção e libertação de Deus.
Em resposta à oração de Ezequias, o Senhor envia uma mensagem por meio de Isaías. A mensagem prevê a queda de Senaqueribe e seu eventual retorno à sua própria terra, onde encontrará seu fim. Naquela noite, o anjo do Senhor derruba 185.000 soldados assírios e Senaqueribe é forçado a recuar em desgraça.
Senaqueribe retorna a Nínive e, enquanto adorava no templo de seu deus, é assassinado por seus próprios filhos.
O capítulo termina com a recuperação de Ezequias da doença e seu reinado contínuo sobre Judá.
Em resumo, 2 Reis 19 descreve a resposta de Ezequias à ameaça assíria, sua confiança na orientação de Deus por meio do profeta Isaías e a milagrosa libertação de Jerusalém do exército assírio. O capítulo destaca o poder da oração, a soberania de Deus sobre as nações e a queda daqueles que se opõem ao povo de Deus.
2 Reis 19
19.1 Rasgou as suas vestes. Rasgavam-se as vestes como um sinal de pesar (2 Rs 6.30) ou de arrependimento (J1 2.12,13). A humildade de Ezequias foi evidenciada neste ato, o qual seus servos de confiança já haviam, de igual modo, praticado (2 Rs 18.37). Além de humilhar-se, o rei entrou na Casa do SENHOR, isto é, buscou direção junto ao Deus vivo.19.2 O ministério do grande profeta Isaías havia começado no ano em que morrera o rei Uzias ou Azarias (Is 6.1), quase quatro décadas antes (740 a.C.). Isaías buscara o ímpio rei de Judá Acaz para ministrar a ele (Is 7.3); agora, o profeta estava sendo procurado pelo temente Ezequias, de cujo reinado participou. Os detalhes de 2 Reis 18.13-20.19 também são relatados em Isaías 36-39.
19.3 A expressão hebraica traduzida como dia de vituperação indica não só o grande perigo da crise assíria da época, mas também a aflição que Ezequias sentiu. Ele percebeu que o castigo corretivo do Senhor havia chegado a Judá e a Jerusalém. A metáfora do parto (Os 13.13) salienta a necessidade da força interventora de Deus para libertar Jerusalém.
19.4, 5 O SENHOR, teu Deus, ouça [...] para vituperá-lo. O primeiro verbo não sugere que Deus não estava ciente das palavras de Rabsaqué. Em vez disso, o discurso descreve o Deus determinado a reparar o erro.
19.6, 7 A profecia de Isaías foi confortadora. Senaqueribe não só falhou na conquista de Jerusalém, como também sofreu uma violenta morte ao retornar para casa. Os dois pontos da mensagem profética se tornaram realidade: 20 anos depois, Senaqueribe foi assassinado (681 a.C.). Em seus anais, ele se orgulha de mais cinco campanhas militares; porém, não faz qualquer menção de outra invasão de Judá.
19.8 Voltou, pois, Rabsaqué [...] se havia partido de Laquis. Rabsaqué fizera tudo o que podia para persuadir Jerusalém a render-se pacificamente. Mas, quando ele voltou com seu relato, descobriu que o seu rei já estava distraído com outra guerra e já havia mandado seu exército para ela. Ainda assim, Rabsaqué não desistiu, como se pode ver no versículo 9.
19.9-11 Como Tiraca só se tornou rei em 690 a.C., há um aparente problema na cronologia deste versículo. Entretanto, é possível que o autor simplesmente tenha chamado Tiraca pelo título pelo qual ele era mais conhecido na época.
19.12, 13 Este não é o Éden de Gênesis, mas uma área conhecida hoje como Bete-Éden, no sul de Harã (Ez 27.23; Am 1.5).
19.14 Em um grande ato de fé, Ezequias estendeu as cartas ameaçadoras de Senaqueribe perante o SENHOR. Certamente Ezequias sabia que o Senhor já tinha ciência de seu conteúdo. Mas, por este gesto simbólico, ele expressou sua dependência pessoal de um livramento advindo de Deus.
19.15-19 Orou Ezequias. Ezequias conhecia um rei maior do que o rei da Assíria (2 Rs 18.19). A confiança dele no Senhor foi demonstrada em sua vida de oração (2 Rs 20.2), e a sua oração foi respondida favoravelmente (v. 20-34)
19.20 Isaías deu a Ezequias uma resposta proveniente do Senhor. Isto ajuda a explicar uma das maneiras pelas quais o Senhor falava aos reis durante a monarquia, pois os profetas tinham permissão para comunicar a mensagem de Deus ao rei. A declaração o que me pediste [...] eu o ouvi demonstra que Ezequias foi recompensado com uma promessa de libertação baseada basicamente na sua fé em Deus.
19.21-34 As palavras de Isaías nesta passagem também podem ser encontradas, com poucas variações, em Isaías 37.22-35. A pessoa a quem a profecia se refere não é Ezequias; este só precisava ser encorajado. A mensagem era para Rabsaqué, que havia trazido a Ezequias um recado do grande rei da Assíria. Agora, Ezequias seria capaz de responder com uma mensagem originária de uma autoridade muito maior!
19.21 A virgem. Neste versículo se observa a aprovação de Jerusalém por Deus. Quando o Senhor fala ao Seu povo acerca do pecado deste, Seu discurso pode ser direto, conflituoso e, às vezes, mordaz. Mas, quando o Altíssimo fala aos outros acerca do Seu povo e da Sua cidade, Ele usa uma linguagem favorável. O povo é como uma filha virgem para Ele. No Antigo Testamento (Sf 3.14), o termo a filha de Sião devia ser filha Sião, sem a preposição de. Sião não tem uma filha; Sião é a filha. Sião (Jerusalém) é a filha de Deus, que Ele guardará e protegerá como um pai deve proteger a sua filha.
19.22-24 A resposta de Deus à oração de Ezequias veio novamente (v. 6,7) por intermédio de Isaías (v. 20,21). O termo Santo de Israel é o modo peculiar como o profeta se referia ao Senhor. Ele usou esse termo 26 vezes (Is 6.3). Senaqueribe precisava saber que seu orgulho atrevido blasfemou contra o soberano e santo Deus de todas as nações. Os versículos posteriores indicam que o Todo-poderoso conhecia não só a soberba, mas também os mais profundos pensamentos do rei assírio.
19.25, 26 Não ouviste. Neste trecho, o Senhor responde ao sarcasmo de Rabsaqué (2 Rs 18.17-25). Desta forma, Deus confirmou Sua obra em nome de Judá e ridicularizou o inimigo, que parecia não ter noção alguma da realidade.
19.27, 28 Eu o sei. Havia uma lacuna no conhecimento dos assírios acerca da realidade; eles não incluíam o Deus vivo no curso dos acontecimentos. No entanto, eram mais do que conhecidos pelo Senhor. Quanto ao anzol e ao freio, são usados para refrear animais (S1 32.9; Ez 19.4). Pelo fato de os reis assírios frequentemente tratarem seus prisioneiros de guerra de tal forma, Senaqueribe entendia a ameaça do Altíssimo melhor do que ninguém.
19.29 Deus graciosamente deu a Ezequias um sinal (2 Rs 20.9-11) das Suas boas intenções para com o Seu povo. Apesar de a invasão assíria ter prejudicado muito a colheita daquele ano e do posterior, no terceiro ano os campos proporcionariam uma ceifa mais do que abundante. Da mesma forma que um crescimento natural se daria por dois anos, até a colheita do terceiro, assim Deus deixou em Israel um remanescente que geraria uma poderosa colheita de almas no futuro (12.12-14; Mq 2.12,13; Sf 3.8-20).
19.30, 31 As promessas nesta passagem foram não só para a situação do momento, mas para futuras reuniões e, também, para a reunião final do povo judeu em sua terra, quando da vinda do Messias. O sinal que garante o cumprimento dessas promessas é o solene juramento do próprio Deus (Is 9.7), visto que o zelo do SENHOR fará isto.
19.32-34 As promessas relativas ao remanescente (v. 30, 31) têm diversas fases de cumprimento, incluindo a vinda do Messias. Nos versículos 32 a 34, entretanto, a mensagem de Yahweh foi específica e direta para o contexto, as palavras vangloriosas de Rabsaqué. O Senhor deu ênfase ao fato de que nem Rabsaqué nem os assírios conseguiriam atirar uma flecha sequer contra Jerusalém.
19.32, 33 Não entrará nesta cidade. Como Senaqueribe posteriormente se orgulha de ter tomado 46 cidades judaicas, com relação a Jerusalém ele podia somente dizer que fez Ezequias “prisioneiro em Jerusalém, sua residência real, como um pássaro em sua gaiola”. O fato de Jerusalém ter sido defendida e livrada por Deus demonstrou sua fidelidade à aliança davídica (v. 34) em face de insultos blasfemos (v. 22, 23, 27, 28; 18.34, 35).
19.34, 35 Eu defenderei esta cidade [...] por amor de mim. Assim como no caso da redenção de Israel do Egito, no tempo do êxodo, o livramento dos israelitas viria novamente das mãos de Deus. Ele não delegaria a obra da salvação a nenhum poder menor.
19.36 Retirou-se. Como Deus havia prometido por meio de Seu profeta Isaías (v. 32-34), Senaqueribe não se voltou contra a cidade de Jerusalém.
19.37 O nome Nisroque foi identificado como o deus Nusku ou uma forma corrompida de Mardaque, o deus tradicional da Mesopotâmia. Os eventos descritos neste versículo aconteceram 20 anos depois de Deus ter livrado Jerusalém. Quando seu pai, Senaqueribe, foi assassinado, Esar-Hadom se assentou ao trono e governou de 681 a 668 a.C.
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