Significado de Sofonias 1

Sofonias 1

Em Sofonias 1, o profeta entrega uma mensagem de julgamento iminente sobre o povo de Judá por seus pecados e infidelidade a Deus.

O capítulo começa proclamando a palavra do julgamento do Senhor contra toda a terra. Sofonias pinta um quadro sombrio de um dia de ajuste de contas, comumente referido como o “Dia do Senhor”. Este dia é caracterizado pela ira e punição divinas, onde Deus varrerá tudo da face da terra – tanto humanos quanto animais – em resposta à idolatria, injustiça e desobediência generalizadas do povo. A passagem descreve vividamente os eventos tumultuosos que se desenrolarão, com gritos e angústia enchendo a cidade e o som das trombetas anunciando a aproximação do julgamento de Deus.

Sofonias continua destacando os grupos específicos que serão responsabilizados por suas ações, incluindo aqueles que comprometeram sua fé ao sincretizá-la com deuses e costumes estrangeiros. O capítulo enfatiza que nem a riqueza nem as posses mundanas fornecerão refúgio da devastação iminente. No entanto, em meio à dura advertência do julgamento, há também um vislumbre de esperança quando o profeta encoraja o povo a buscar o Senhor, humilhar-se e arrepender-se. Esse arrependimento, sugere Sofonias, poderia levar à misericórdia de Deus e à possibilidade de um remanescente ser poupado da destruição iminente. Assim, Sofonias 1 serve como um poderoso lembrete das consequências da infidelidade e da oportunidade de redenção por meio do arrependimento genuíno.

Significado

1.1 Palavra do SENHOR vinda. As mensagens dos profetas do Antigo Testamento não vêm deles mesmos, mas do próprio Deus (2 Pe 1.20,21).

Sofonias significa escondido no Senhor, nome que se relaciona à principal mensagem que o profeta apresentava (Sf 2.3). Os nomes dos profetas frequentemente se associavam de modo significativo à mensagem que Deus lhes dava para proclamarem ao povo.

Exéquias certamente se refere ao notável rei de Judá (2 Re 18—20). Logo, o profeta Sofonias era parente do rei Josias, descendente de Ezequias.

1.2, 3 Inteiramente consumirei. A mensagem de Sofonias começa com um pronunciamento sobre o juízo universal (Gn 6—8). Estas palavras não somente revelam o juízo que virá então especificamente sobre Judá (v. 4), mas falam também do juízo final, que irá introduzir solenemente o Reino de Deus na terra (Ap 19).

Tropeços, aqui, refere-se a falsos deuses ou outros substitutos de Deus na vida e na afeição das pessoas. Por não haver coisa alguma no universo que se possa comparar ao Criador (Is 40.25), Deus abomina qualquer forma de idolatria. Diz o SENHOR. Esta expressão conferia maior seriedade ao oráculo profético e garantia legitimidade da fonte da mensagem ao ouvinte.

1.4-6 A mensagem do juízo iminente de Deus sobre a nação de Judá e sua capital, Jerusalém, deve ter sido estarrecedora para os que criam que Deus jamais destruiria o lugar onde se encontrava Seu santo templo (v. 12).

O resto de Baal. A adoração a Baal e seus consequentes males haviam levado à destruição Israel e sua capital, Samaria, em 722 a.C. Da mesma forma, levaram à destruição de Judá e Jerusalém em 586 a.C.

Malcã é uma referência à divindade amonita cuja adoração incluía atos de sacrifício de crianças (2 Rs 23.10; Jr 32.35). Deixam de andar em seguimento: O povo havia conhecido a Deus e depois lhe dera as costas.

1.7 Cala-te. Esta chamada profética por silêncio era para uma solene preparação ao horror da ira divina iminente (Hc 2.20; Zc 2.13). O dia do Senhor JEOVÁ refere-se a um período de ação incomum da parte de Deus nas relações com Seu povo.

Sacrifício. O povo de Deus tinha o dever de preparar sacrifício ao Senhor como um ato de contrição e celebração. Mas, tendo se feito rebelde, fora da lei, idólatra, apóstata, viria a constituir-se o próprio sacrifício de Deus.

Seus convidados podem ser aves dos céus — abutres que se alimentam de cadáveres (Ap 19.21).

1.8, 9 Vestidura estranha sugere duas coisas:

(1) atos de ganância e extorsão contra a população, acumulando imensa quantia de fundos para uso em vestes exóticas; (2) participação em ritos religiosos estrangeiros associados a trajes exóticos.

Saltam sobre o umbral deve se referir a uma prática pagã como a mencionada em 1 Samuel 5.5: os sacerdotes do deus filisteu Dagom não pisavam na entrada do templo desse ídolo porque as mãos e a cabeça da estátua de Dagom haviam caído bem ali.

1.10, 11 Naquele dia é expressão comumente usada para designar o dia do juízo (ou da bênção) , o Dia do Senhor.

Mactés. Sofonias mostra sua familiaridade com várias partes de Jerusalém, ao mencionar determinadas portas, seções e partes ou distritos da cidade. Mactés se refere a um distrito comercial. Todas e cada área da cidade seriam alcançadas pelo juízo de Deus.

1.12, 13 O SENHOR não faz bem nem faz mal. A complacência dos ímpios os leva a crer que Deus é, do mesmo modo, complacente para com o mal. Erroneamente, muitos em Judá acreditavam que o Senhor não seria capaz de agir nem como bênção nem como maldição, nem beneficiando nem punindo Seu povo.

1.14-16 A linguagem desta passagem se assemelha muito à de Joel 2.1-11, na qual deve certamente, em parte, basear-se. Está perto, está perto significa claramente a urgente iminência do juízo de Deus. A referência a nuvens e densas trevas lembra a poesia cananeia, na qual nuvens e trovões estavam associados ao falso deus Baal. Os poetas da Bíblia usam da mesma linguagem para descrever a ação do verdadeiro Deus, que enviaria Seu juízo ou castigo como raios desde uma densa massa de nuvens (Sl 97.2-6). A referência a cidades fortes e torres altas trata da extensão do juízo: não haveria defesa adequada contra o abrasador ato de punição de Deus.

1.17, 18 Como cegos. O juízo seria tão repentino e terrível que seus sobreviventes ficariam em verdadeiro estado de choque, tropeçando no escuro.

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