Adão na Literatura Sapiencial
Adão na Literatura Sapiencial
Autores da tradição sapiencial tendem a mudar seu foco da figura particular de Adão para elementos de Gênesis 1-3 que caracterizam a existência humana em geral. Ben Sira (veja Sira), embora referindo-se cada vez à glória de Adão (Sir 49:16) e à sabedoria que faltava ao primeiro homem (Sir 24:28), tende, ao contrário, a empregar aspectos das narrativas da criação que enfatizam a mortalidade da humanidade, em vez de o primeiro ser humano em particular (Sir 15: 18/09:14; 33:7-13; 40:1-11, 27). O autor da Sabedoria de Salomão refere-se ao “protoplasta nascido na Terra”, do qual Salomão, em sua mortalidade compartilhada com todos os seres humanos, é o descendente (Sab 7:1-6). Esta anônima figura age em primeiro lugar como um tipo de pessoa a quem a sabedoria apenas auxilia tanto para evitar o pecado (Sb 10: 1-2) como para ter domínio (Sab 9:1-3). A inspiração de Deus (Gn 2:7) é universalizada também; é a implantação de uma alma imortal em todos os seres humanos (Sb 2: 23-24).[1]
[1]Porter, S. E., & Evans, C. A. (2000). Dictionary of New Testament Background : A compendium of contemporary biblical scholarship (electronic ed.). Downers Grove, IL: InterVarsity Press.