Animismo — O que Significa?
ANISMIMO
Esse termo vem do “anima” (alma, fôlego), tendo sido usado pela primeira vez por Stahl (1720), para expressar um conceito filosófico da alma do mundo. Mas foi introduzido na antropologia e na religião comparada por Taylor (Primitive Culture, 1871). Tipos: 1. Os objetos físicos possuiriam vida ou espírito próprios, não havendo tal coisa como matéria inanimada. O Universo é uma presença viva. 2. Os objetos físicos, embora não animados por si mesmos, seriam habitados por espíritos que sobreviveriam mesmo quando os objetos físicos fossem destruídos. 3. Os espíritos manifestam-se esporadicamente por meio das pessoas, dos objetos físicos ou de lugares específicos. Pode tratar-se de puros espíritos, incluindo espíritos não-humanos, espíritos de antepassados e de pessoas já falecidas. Os bruxos, feiticeiros e médiuns, segundo alguns, podem entrar em contato com tais espíritos. A terceira forma de animismo é virtualmente universal, e muitas pessoas supõem ser essa a base de toda crença religiosa. Alguns supõem que essa teoria surgiu do fenômeno dos sonhos, o que pode ser apenas uma explicação parcial. Mais provavelmente, lugares assombrados e fantasmas seriam a origem dessa teoria.
Alguns eruditos veem
remanescentes do animismo no Antigo Testamento, como em Gên. 19:26 e 28:22, por
exemplo. Certos aspectos da cristandade exibem vestígios dessa filosofia na
veneração de lugares sagrados e dos espíritos ou santos que residem nesses lugares,
ou, pelo menos, que se manifestam ocasionalmente nos mesmos. A teoria
filosófica chamada pampsiquismo (ver o artigo) na verdade é uma modalidade de
psiquismo, seguindo a primeira das ideias acima expostas. Os filósofos que têm
defendido uma forma ou outra dessa teoria são Empédocles, Plotino, Leibniz,
Schopenhauer, Pierce, Schiller, Whitehead, Alexandre de Chardin e Waddington.
As religiões orientais, ao tentarem oferecer explicações idealistas da
realidade, incorporam um a forma de pampsiquismo que, naturalmente, é algo
inteiramente diferente da ideia de que há espíritos ocultos em objetos físicos,
embora a palavra possa ser usada para indicar ambas essas ideias, de maneira
bem geral. A ideia (embora crua) contida no animismo pagão é que existe o
espírito, com o qual podemos entrar em contato, estabelecendo diferença em
nossas vidas. O encontro com qualquer poder espiritual chama-se dinamismo.
As pessoas que creem na possibilidade do dinamismo, podem compreender a mensagem dAquele que disse: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra...” (Mat. 28:18). O discernimento com que contribui o pampsiquismo (sem importar seus muitos defeitos) é que, afinal, a verdadeira explicação da existência é o espírito, e não a matéria. Muitos físicos teóricos estão convencidos de que o átomo não é básico, nem mesmo para a matéria. Do átomo temos de passar para a ideia, supondo que o próprio átomo é uma concentração de energia psíquica. Da ideia passamos para a ideia, ou princípio divino, pois a origem de toda inteligência é Deus. Não é possível que a própria matéria seja apenas um acidente do espírito? e que não tenha existência separada? Se isso representa a verdade da realidade melhor do que o estrito conceito dualista da matéria-mente, então promove uma forma de animismo que nada tem a ver com a variedade pagã, e que do pampsiquismo apenas tomou por empréstimo alguns discernimentos. O cristianismo tem mantido um dualismo estrito: a matéria e o espírito existem.
As duas coisas diferem quanto à espécie, e não apenas quanto à manifestação. A matéria é menos real por ser transitória, dependendo do espírito para continuar existindo, embora pertença a uma outra categoria. Porém, nada existe no dogma cristão que não possa ser adaptado a um ponto de vista idealista da realidade, se as evidências em favor do mesmo se tornarem suficientemente confirmadas.
No que convergem o cristianismo e
o animismo. 1. Ambos distinguem entre o espírito e a matéria; 2. ambos
reconhecem a existência de forças sobrenaturais que influenciam as nossas
vidas; 3. ambos têm meios de entrar em contato com essas forças; 4. a oração,
os holocaustos, a adoração e a conduta ética são influenciados pela crença no
sobrenatural; 5. ambos aceitam o princípio do dinamismo, ou seja, do encontro
de espíritos. Pontos de divergência. 1. O cristianismo repudia a multiplicidade
de divindades e de espíritos autoritários, postulados pelo animismo pagão; 2. o
cristianismo repudia os métodos usados pelo animismo para produzir o dinamismo,
como a bruxaria, as artes mágicas e os sacrifícios de animais; 3. os sistemas éticos
do cristianismo e do animismo diferem grandemente entre si. A ética cristã
baseia-se ha lei do amor (ver o artigo sobre o amor) em Deus e no conceito de
amigo e inimigo. A ética animista é essencialmente um sistema de terror, onde
se evita desagradar os espíritos, a fim de que não atraiam o infortúnio sobre
os homens. O cristianismo também destaca a santidade de Deus como o padrão de
toda a ação moral. O animismo nada tem a ver com isso. As missões cristãs às
terras onde se crê no animismo também envolvem uma questão ética, uma questão
de dever e de amor (Mateus 18:19,20).
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