Daniel 4 — Explicação das Escrituras
Daniel 4
4:1–9 Aqui Nabucodonosor, o rei, testemunha a grandeza do Deus Altíssimo e uma experiência em sua vida que o levou à conversão (vv. 1–3). Ele teve um sonho que seus próprios sábios não conseguiram interpretar, então ele mandou chamar Daniel e contou-lhe o sonho.4:10–15b Ele tinha visto uma árvore, alta, bela e frutífera. A árvore alcançou os céus e se espalhou até os confins de toda a terra. Um vigia, um santo que descia do céu, ordenou que a árvore fosse cortada, deixando apenas um toco e raízes no chão.
4:15c–18 Então os santos descreveram um homem perdendo o juízo e tornando-se como uma fera da terra por sete anos.
4:19–26 Daniel disse ao rei que a árvore representava ele e seu império mundial. Ele perderia seu trono e ficaria louco por sete anos, vivendo como um animal no campo. (O nome médico para sua condição é boantropia.4) Mas o toco significava que Nabucodonosor não seria destruído, mas restaurado.
4:27–37 Daniel também aconselhou o rei a mudar de atitude. No entanto, após doze meses de impenitência por parte do rei, a visão aconteceu. Por sete anos ele viveu como uma fera. No final desse tempo, ele se voltou para Deus e reconheceu que Ele é o Altíssimo... que vive para sempre. Ele foi então restaurado para a glória de seu reino.
Notas Adicionais:
4:1 Este capítulo está na forma de um depoimento do próprio rei.
4:2 A declaração deste versículo e também a do seguinte, contêm tanta linguagem dos fiéis na boca de um rei pagão, que muitos duvidam do valor histórico do trecho - mas isto é ignorar que influência Daniel teve no Palácio real.
4:5 Mais um sonho à noite: se as atividades do rei, e as honras que recebera, fizeram-no afastar-se de Deus, tinha, então, Deus, todos os meios de alcançá-lo a sós, Ap, 2.23; Sl 139.1-4: • N. Hom. Este capítulo nos ensina que ninguém é tão poderoso que o orgulho lhe assente bem, pois o orgulho é a negação do direito de Deus de nos governar, é a adoração de si mesmo. Ninguém está fora do alcance do castigo de Deus, mas este castigo serve para nos restaurar à plenitude da vida e da piedade.
4:6 Todos os sábios. Daniel não foi chamado - o rei já estava receando que se tratasse de uma mensagem de punição vinda de Deus que Daniel adorava, como é o caso de quem foge da diagnose do médico.
4:8 Por fim. Do Deus altíssimo não se foge por muito tempo, nem dos Seus servos, os profetas, nem da revelação da Sua palavra. Meu deus. Afinal, o rei tinha permanecido fiel à religião nacional, à adoração de Baal. Aprendera muitos princípios religiosos verdadeiros, mas deixou a hábito do costume dominá-lo.
4:9 O espírito dos deuses santos. O rei quase acertou: Daniel, como profeta, foi dirigido pelo Santo Espírito de Deus. Veja 1.11n, sobre as interpretações de “deuses”.
4:10 Árvore. Um símbolo muito comum de abrigo, refrigério, beleza, utilidade, fortaleza e durabilidade, Sl 1.3; Mt 13.31-32.
4:13 Um vigilante. Uma palavra que indica um ser sem corpo mortal; que nunca dorme, que reconhecemos como um anjo de Deus.
4:14 A perda de todas as características de nobreza e autoridade em Nabucodonosor.
4:15 A cepa. O restante, básico, como se lê em Is 6.13.
4:16 Coração. É comum nos sonhos que o símbolo inanimado passe de súbito a ter uma aplicação pessoal. Sete tempos. Sete anos.
4:17 Eis aqui o conteúdo da lição que o grande rei ainda precisava aprender; eis o motivo justo e benigno de um castigo tão forte.
4:19 Atônito. Daniel tinha verdadeira estima por Nabucodonosor, que um grande homem tem por outro. Se o livro de Daniel tivesse sido escrito pelos fundadores da seita dos fariseus, segundo a teoria popular, não teriam eles inventado tal amizade entre os dois.
4:22 És tu, ó rei. Desde o princípio, o rei devia ter reconhecido que ele mesmo era visado na mensagem noturna, daí seu espanto.
4:23 Atado com cadeias. A expressão é aplicável tanto à maneira de proteger uma árvore valiosa, como a de preservar um maníaco.
4:25 O rei será acometido de distúrbio mental que o fará fugir da vida humana e escolher a de um irracional - assim aquele que ficava bêbado com os louvores dos homens também vai ser ensinado por Deus a ser racional e sábio nas coisas eternas, até compreender a natureza da Providência divina e o domínio de Deus. • N. Hom. A mensagem do sonho podia ter desviado o rei do seu caminho de soberba, polo conselho do profeta (v. 27), mas o seu grande orgulho (v. 30) exigiu uma grande cura feita pelo Médico dos médicos (v. 33), pois se alguém diz que a tortura teria sido cruel demais, então só Nabucodonosor é que tem o direito de se queixar, mas ei-lo dando glória a Deus, v. 37. Devemos estar prontos a, ver no sofrimento a oportunidade, de Deus nos guiar pela Sua mão até a os céus.
4:26 O céu domina. Insista-se muito na lição a ser aprendida pelo rei: a doutrina da providência divina e da mordomia humana de coisas que pertencem a Deus, ao céu, segundo esta expressão.
4:27 Tuas iniquidades. Daniel se mostrara verdadeiro profeta em anunciar a solução divina para o problema do rei, e agora não podia deixar de, sendo profeta, avisar ao rei contra os terríveis efeitos dos seus pecados de injustiça social.
4:29 Doze meses. Houve a possibilidade do arrependimento.
4:30 Glória do minha majestade. O rei está reivindicando dois qualificativos: que tradicionalmente se reservam ao próprio Deus.
4:31 Já passou. Um provérbio inglês diz que a soberba, precede a uma queda, mas aqui se vê que a queda já está definida pela soberba.
4:33 É o único versículo que o rei não podia ter escrito, pois ele nem deve ter sabido o que lhe aconteceu quando Deus lhe tirou a capacidade de pensar e lhe deixou sem meios de comunicação com os homens.
4:34 Bendisse o Altíssimo. A verdadeira adoração que provém da experiência própria, não se tratando, pois, apenas da influência dos três de seus oficiais, 3.29.
4:35 A linguagem de Isaías, que tinha profetizado o cativeiro do povo de Deus e sua libertação final (Is 40.17; 43.13; 45.9).
4:36 Buscaram-me. Os oficiais do império recomeçaram a recorrer a ele como rei. Não quer dizer que a ilustre monarca tinha sido abandonado na floresta. Restabelecido. Era do interesse dos grandes conservar o mesmo rei, ainda que doente, pois a queda do rei significava a queda de toda a hierarquia.
4:37 Humilhar. Deus tem poder para converter o coração humano.
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