Isaías 22 — Explicação das Escrituras

Isaías 22

Isaías 22 se concentra na cidade de Jerusalém. O capítulo retrata uma cena de angústia e luto dentro das muralhas da cidade. As pessoas são chamadas ao arrependimento, mas em vez disso, envolvem-se na autoindulgência e no desrespeito pelo perigo iminente. O capítulo retrata o fracasso da liderança e as consequências da apatia espiritual. Menciona especificamente Sebna, um mordomo real, sendo substituído por Eliaquim, sugerindo uma mudança na liderança devido à arrogância de Sebna. O capítulo destaca a importância da humildade, do arrependimento e da confiança em Deus, alertando para o potencial de destruição quando estes valores são ignorados.

Explicação

22:1–5 O Vale da Visão refere-se a Jerusalém (ver vv. 9–11). A cidade está sitiada. As pessoas andam pelos telhados para ver o inimigo nos portões. As ruas da cidade outrora festiva estão repletas de vítimas da peste. Os governantes e as pessoas que tentam escapar são capturados sem luta. O próprio Isaías fica inconsolável ao ver a ameaça do julgamento de Deus sobre Jerusalém.

22:6–11 Elão e Quir são as unidades do sul e do norte do exército babilônico. Suas carruagens e cavalaria enchem os vales que cercam a cidade. Os judeus fazem planos elaborados para resistir ao cerco. Eles saqueiam o arsenal (a Casa da Floresta), demolem casas para conseguir pedras para consertar o muro, tentam inventar um abastecimento de água improvisado. Eles fazem tudo, menos olham para o seu Criador, que causou o desastre e o planejou muito antes.

22:12–14 Numa época em que o Senhor os chama ao arrependimento, eles vivem descontroladamente e insensivelmente. Por isso eles não serão perdoados.

22:15–19 Sebna, o administrador do palácio na corte de Ezequias, está preparando para si um sepulcro ornamentado. Deus diz através de Isaías que seus esforços são inúteis. O Senhor o lançará no cativeiro como uma bola amassada, e ele morrerá em uma terra estrangeira para que seja lembrado por muito tempo. Talvez Shebna liderasse o partido que defendia a aliança com o Egito.

22:20–24 Depois que Sebna for rebaixado, Eliaquim (Deus estabelecerá) tomará seu lugar. Um tipo do Senhor Jesus, Eliaquim será um governante responsável e compassivo, com plena autoridade. Ele receberá a chave da casa de Davi, controlando os aposentos reais e escolhendo os servos da casa real. (Em Apocalipse 3:7, diz-se que o Senhor Jesus tem a chave da casa de Davi.) Eliaquim estará firmemente estabelecido em sua posição e terá autoridade completa em sua esfera de serviço.

22:25 Visto que Eliaquim é claramente a estaca fixada no lugar seguro (v. 23a), sua remoção e queda podem referir-se ao cativeiro da casa de Judá, da qual ele era um representante.

Notas Adicionais

22.1 Vale da Visão. Jerusalém se chama “vale” por ser cercada de montanhas, e “da visão” por ser o palco da maioria das profecias e das promessas pelas quais Deus se revelou ao homem.

22.2 Cidade alegre. A referência históricas pertence ao ano 701 a.C., logo após a invasão de Judá pelo rei Senaqueribe da Assíria. Por causa da afronta contra Deus (37.14-20). Deus milagrosamente afastou o perigo (37.36-38). Infelizmente, o júbilo pagão da cidade de Jerusalém depois desta libertação divina não continha nada de arrependimento pelos pecados do passado nem de abandono da idolatria. Teus mortos. Os habitantes de Jerusalém foram libertos da morte violenta daquela guerra, mas, por não perceberem a mão de Deus na sua salvação, revelaram que já eram réus da morte espiritual.

22.3 Já que a falsa atitude foi tornada na libertação de Jerusalém (2), haverá outra invasão, da qual não haverá salvação alguma. É isto que aconteceu no ano 587, quando os babilônios destruíram a cidade. Naquela grande invasão, tropas trazidas de varias províncias, como Elão e Quir (6) tomariam parte no golpe final.

22.8 Casa do Bosque. Salomão chamou sua armaria “Casa do Bosque do Líbano” (1 Rs 7.2).

22.9 Açude inferior. O tanque de Siloé estava fora dos muros de Jerusalém, mas Ezequias fez um túnel através da rocha, de modo a formar outro tanque dentro dos muros. Ambos os tanques recebiam suas águas da Fonte de Giom. O plano feito para enfrentar um cerco foi bom, mas faltava também o espírito de fé em Deus (11).

22.11 Há muito. Na época de se cumprir esta profecia, estas palavras de Isaías teriam ficado de pé por 114 anos, aguardando seu cumprimento. Uma das provas da veracidade das palavras dos profetas de Deus se revela quando, ao desenrolar dos séculos, a parte de predição se cumpre, sinal certo da acuidade da sua mensagem espiritual.

22.13 Comamos e bebamos. É comum pensar que “esta frase surgiu entre os filósofos gregos, mas ei-la aqui, pronunciada no ano 701 a.C.; de qualquer maneira, a expressão pertence aos pagãos, e aos que zombam de Deus, até ao dia de hoje.

22.14 Perdoada. Heb kipper, a raiz que lit. significa “cobrir”, o que se aplica à expiação do perdão eterno que o Messias concede.

22.15 Sebna. Este administrador foi presunçoso, pois quis possuir um túmulo como o de um rei (cf. vv. 17-25; 36.3; 37.2).

22.22 Chave. A chave é um símbolo de poder (cf. Ap 3.7)

22.24 Prole... descendentes. Lit. “brotos” e “folhas”.

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