Isaías 64 — Explicação das Escrituras

Isaías 64

Isaías 64 é uma oração de lamento e anseio pela intervenção de Deus. O capítulo reconhece os atos passados de Deus e pede Sua presença e misericórdia no presente. Fala dos pecados do povo e da sua necessidade de perdão e restauração. O capítulo enfatiza Deus como o oleiro e o povo como o barro, convidando Deus a trabalhar neles mais uma vez. Expressa um desejo sincero de que Deus se revele e responda aos seus clamores. Isaías 64 transmite uma mensagem de humildade, arrependimento e desejo de um relacionamento renovado com Deus. É um apelo para que Deus manifeste Sua presença e transforme suas vidas.

Explicação

64:1–5 A oração que começou em 63:15 agora continua e se transforma em confissão. O remanescente implora a Deus que rasgue os céus e desça com fúria sobre Seus adversários. Recordam intervenções anteriores de Deus, manifestações únicas do único Deus verdadeiro que age por quem O espera. Eles se lembram de que Deus mostra favor àqueles que se deleitam na justiça prática, mas eles incorreram na Sua ira por causa dos seus pecados de longa data, e se perguntam se há alguma esperança de que pessoas como eles sejam salvas.

64:6, 7 Eles confessam sua impureza pessoal e admitem que suas melhores ações (retidão) são como trapos imundos. Não é de admirar que sejam folhas murchas, levadas pelo vento de suas próprias iniquidades. Há morte espiritual em Israel. Não se encontram intercessores em parte alguma, porque Jeová os abandonou às consequências dos seus pecados.

64:8, 9 No entanto, o Senhor ainda é o Pai deles, e ainda há esperança de que o oleiro possa fazer algo com o barro. E então eles imploram a Ele para aliviar Sua raiva, perdoar e esquecer seus pecados e ainda reconhecê-los como Seu povo.

64:10–12 A condição devastada do país, e particularmente de Jerusalém e do templo, são fortes razões pelas quais Deus deveria liberar Sua ira e agir decisivamente em favor de Seu povo aflito.

Notas Adicionais

64.4 Não se ouviu. Não existe entre os pagãos, uma doutrina da intervenção direta de Deus; não admitem que tenha isto acontecido no passado e que possa acontecer no presente, ou no futuro, por julgá-lo “impossível”; tais racionalistas não faltam hoje. Nele espera. Cf. 40.31.

64.6 O imundo. O leproso, coberto dos trapos da imundícia, é uma ilustração drástica do pecador que, por si mesmo, está completamente perdido. Assim como o profeta se inclui nesta confissão humilde, nós também, de igual modo, devemos reconhecer e confessar nossa total corrupção natural, pelos pecados que diariamente cometemos. Só esta confissão pode nos abrir o caminho para o verdadeiro arrependimento, o reconhecimento dos méritos, de Jesus Cristo, e à aceitação da sua morte expiatória em prol dos pecadores.

64.8 Pai. Segundo o contexto, o Pai aqui é o Criador, e não o nome consolador do Deus de amor (cf. 63.16n). Como o barro nas mãos do oleiro, somos impotentes para mudar a nossa própria condição. Obra das tuas mãos. Isaías enfatiza a soberania divina e a dependência humana (cf. 29.16; 45.9; 60.21; Sl 100.3; Rm 9.20-21).

64.9 Não te enfureças tanto. Esta oração se dirige no sentido de pedir que a revelação da ira divina não se prolongue perpetuamente.

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