Apocalipse 11 — Estudo Devocional

Apocalipse 11 

Apocalipse 11 é um capítulo cheio de simbolismos e eventos dramáticos que continuam a narrativa das visões de João. Este capítulo foca em dois temas principais: a medição do templo de Deus e a missão das duas testemunhas, culminando com a sétima trombeta e a declaração do reino de Deus.

A Medição do Templo de Deus

1. A Medição do Templo

  • Versículos chave: Apocalipse 11:1-2
    • Descrição: João recebe um caniço semelhante a uma vara e é instruído a medir o templo de Deus, o altar e os que nele adoram. No entanto, ele é orientado a deixar de fora o átrio exterior do templo, pois ele foi dado aos gentios, que pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses.
    • Interpretação: A medição do templo simboliza a proteção e o cuidado divino sobre o povo de Deus. Os gentios pisando a cidade santa por quarenta e dois meses (três anos e meio) indica um período de tribulação e perseguição.

As Duas Testemunhas

2. A Missão das Duas Testemunhas

  • Versículos chave: Apocalipse 11:3-6
    • Descrição: Deus concede poder a duas testemunhas que profetizarão por mil duzentos e sessenta dias (três anos e meio), vestidas de pano de saco. Estas são descritas como as duas oliveiras e os dois candelabros que estão diante do Senhor da terra. Elas têm poder para fechar o céu, transformar água em sangue e ferir a terra com toda sorte de pragas.
    • Interpretação: As duas testemunhas representam os profetas de Deus que, como Moisés e Elias, têm grande poder para realizar milagres e proclamar a verdade divina durante um período de tribulação.

3. A Morte e Ressurreição das Testemunhas

  • Versículos chave: Apocalipse 11:7-12
    • Descrição: Quando terminarem seu testemunho, a besta que sobe do abismo fará guerra contra elas, vencendo-as e matando-as. Seus corpos estarão na praça da grande cidade, simbolicamente chamada de Sodoma e Egito, onde também o Senhor foi crucificado. Pessoas de todos os povos e línguas verão seus corpos por três dias e meio e não permitirão que sejam sepultados. Mas após três dias e meio, o espírito de vida vindo de Deus entrará nelas, e elas se levantarão, causando grande temor nos que as virem. Elas serão então chamadas ao céu em uma nuvem, enquanto seus inimigos olham.
    • Interpretação: A morte das testemunhas simboliza a aparente derrota do testemunho de Deus diante da oposição, mas sua ressurreição e ascensão ao céu demonstram a vitória final e a vindicação divina.

A Sétima Trombeta: O Reino de Deus Proclamado

4. O Toque da Sétima Trombeta

  • Versículos chave: Apocalipse 11:15-19
    • Descrição: Quando o sétimo anjo toca a trombeta, há grandes vozes no céu proclamando que o reino do mundo se tornou de nosso Senhor e de Seu Cristo, e Ele reinará para todo o sempre. Os vinte e quatro anciãos se prostram e adoram a Deus, dando graças porque Ele assumiu o Seu grande poder e começou a reinar. Os povos se enfureceram, mas chegou a hora da ira de Deus, do julgamento dos mortos e da recompensa dos servos, profetas e santos, bem como da destruição dos que destroem a terra.
    • Interpretação: A sétima trombeta anuncia o estabelecimento final e completo do reino de Deus. Este é um momento de juízo para os inimigos de Deus e de recompensa para Seus servos fiéis.

Aplicações Práticas

  1. A Proteção e Presença de Deus
    • A medição do templo nos lembra que Deus cuida e protege Seu povo, mesmo em tempos de tribulação.
  2. O Poder do Testemunho Fiel
    • As duas testemunhas representam a coragem e a fidelidade necessária para proclamar a verdade de Deus, mesmo diante da oposição e perseguição.
  3. A Vitória Final de Deus
    • A ressurreição das testemunhas e a sétima trombeta afirmam que, apesar das aparentes derrotas temporárias, a vitória final pertence a Deus e Seu reino será estabelecido eternamente.
  4. O Chamado ao Arrependimento
    • Este capítulo serve como um chamado ao arrependimento e à fé em Deus, mostrando que Ele é soberano e Seu julgamento é certo.

Apocalipse 11 nos oferece um vislumbre da proteção divina, do poder do testemunho profético e da certeza da vitória final de Deus. Ele nos encoraja a permanecer fiéis e a proclamar a verdade de Deus, confiando que, no final, o reino de Deus prevalecerá sobre toda oposição. Este capítulo reforça a esperança e a expectativa do estabelecimento completo do reino de Deus, onde Ele reinará para todo o sempre.

Devocional

Apocalipse 11.1-3 tire as medidas... e conte as pessoas.
Ao mesmo tempo em que presenciamos muita morte e destruição na terra, da parte de Deus está tudo sabido e contado, tudo sob controle, quarenta e dois meses é o mesmo tempo que mil duzentos e sessenta dias, e também que “três anos e meio” (12.4). Em Apocalipse os números sempre são mais do que simples contagem; aqui representam um período delimitado de tempo de sofrimento para o povo de Deus — possivelmente o tempo em que vivemos — em que a missão é testemunhar. A visão destas duas testemunhas se relaciona com a profecia de Zc 3. Veja as notas sobre Mt 24.
Apocalipse 11.10 Os povos da terra ficarão felizes. Repare que “povos da terra” se refere a toda a população que não segue Jesus. Com a vitória conquistada sobre o povo de Deus, as pessoas imitarão o Natal, trocando presentes em comemorarão pela morte das testemunhas (provavelmente o fim da igreja, talvez não como instituição, mas como Igreja verdadeira, que testemunha de Jesus Cristo). Este é um indicativo de que a vida e a pregação do povo de Deus incomoda muita gente, especialmente os líderes da sociedade, que são quem mais lucra com a forma como vivemos no planeta (e que possivelmente decretarão feriado e festividades).
Apocalipse 11.11 todas as pessoas que os viram. As testemunhas, tal qual Jesus, não passarão muito tempo mortas, de modo que ainda estará bem viva na memória das pessoas a lembrança do povo de Deus, quando este será ressuscitado e subirá para o encontro nas nuvens com o Senhor (1Tes 5). Naturalmente, todos “os que habitam sobre a terra” ficarão apavorados.
Apocalipse 11.13 Naquele momento houve um violento terremoto. O chamado “arrebatamento” do povo de Deus (a ressurreição e subida dos crentes para o céu) abre as portas para a destruição total do planeta e sua “reciclagem”. É uma pena que as pessoas tenham de ver os desastres naturais e as intervenções sobrenaturais para reconhecer a existência e a soberania de Deus, pois ele é o mesmo que mostra seu poder e misericórdia em nossa vida diariamente.
Apocalipse 11.15 reinará para todo o sempre. Este verso, trazido com o toque da última trombeta, é muito conhecido pelo coro da música “Aleluia” de Handel. Finalmente este mundo vai se tornar o mundo de Deus e de seu Messias, Jesus. Chegou o Juízo Final, a maldade será condenada, e a perfeição para a qual este mundo havia sido criado finalmente vai chegar; o pecado, os traumas, a depressão e todas as neuroses vão finalmente acabar — embora esta esperança possa às vezes parecer distante, ela é absolutamente certa: os que confiam no Messias Jesus Cristo viverão livres de todo sofrimento.
Apocalipse 11.16-18 os vinte e quatro líderes. Figura do povo de Deus da velha e da nova aliança (veja Ap 4.4, nota). O Reino de Deus finalmente estará manifestado clara e visivelmente.
Apocalipse 11.18 Chegou o momento de destruíres. A maldade humana destrói a vida e o equilíbrio ecológico deste planeta. O que costumamos chamar de “vingança da natureza” na verdade reflete a atuação de Deus, que a criou de forma a sofrer e reagir em meio à atuação desastrada do ser humano.
Apocalipse 11.19 a arca da aliança foi vista. A arca da aliança representava a presença de Deus junto ao seu povo, desde o êxodo até a vida na Terra Prometida. Deus está sempre presente, mesmo que somente em determinados momentos possamos vê-lo. Lembre-se de que, quando temos a sensação que ele se esqueceu de nós, isso não é verdade: a arca está sempre no seu lugar, sempre reinando e presente conosco.

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