Apocalipse 8 — Estudo Devocional

Estudo Devocional



Apocalipse 8

8.1-5 houve silêncio no céu. O silêncio serve como sinal solene de algo grandioso: as orações dos fiéis que sobem diante de Deus! O Senhor está atento, ouve e aceita as nossas orações apresentadas no altar da graça, e o Espírito Santo as reforça, intercedendo por nós. Como se observa em seguida, essas orações reforçadas têm o poder de abalar os firmamentos da terra. Percebemos aqui como silêncio e oração são relacionados. Veja o quadro ”O silêncio”.

8.6-12 sete trombetas. Ao silêncio segue-se o terror. O caos se espalha sobre a face da terra e a escuridão se estende por toda a parte. Aparentemente, Deus está ausente neste momento de terror, mas se observarmos cuidadosamente, mesmo em meio a todo este caos, Deus está no controle. As três séries (selos, trombetas e taças da ira) terminam praticamente ao mesmo tempo (o fim do nosso mundo, com um terremoto colossal), mas seu início acontece em momentos diferentes. As primeiras quatro trombetas formam um sistema, semelhante aos primeiros quatro selos. A mensagem delas é uma espécie de alerta quanto a nosso estilo de vida na terra: a destruição progressiva da natureza, fazendo da Terra um lugar muito menos agradável de se viver. Um terço de toda vegetação, um terço das águas dos mares e da vida marinha, um terço de toda água potável, e um terço dos céus (luz, atmosfera, sol, estrelas) será (ou deveríamos dizer “tem sido”) destruído. Isso pode parecer lugar-comum atualmente, mas não o era na época em que foi escrito (por volta de 95 d.C.).

8.13-21 Ai de vocês que estiverem morando na terra. Mais uma vez, após o quarto ato acontece uma separação, e agora é a vez da metade não cristã ser atingida. As três últimas trombetas se caracterizam pela palavra ai, que indica uma intensificação dos juízos que seguirão. A quinta trombeta fala sobre um tipo de tortura tão terrível que faz com que as pessoas prefiram morrer. Como esse sofrimento — conforme a visão — é na verdade produzido por demônios, talvez se refira a consequências de atitudes que a princípio pareciam inofensivas, mas que através delas as pessoas entram em contato com espíritos maus, ídolos e ocultismo, algo que, de modo misterioso, acaba fazendo sua vida ficar muito ruim (poderíamos pensar em tentar conseguir um favor de uma entidade espiritual, ou a predição do futuro, ou contatar um morto, coisas essas que são claramente condenadas na Bíblia). Seja como for, o sofrimento é ainda aumentado pelo fato de que nem a morte está disponível. Porém a morte aparecerá na próxima trombeta, atingindo um terço da humanidade com pragas de fogo, fumaça e enxofre, e é neste contexto que novamente chegamos ao grande terremoto. É assim que Deus envia uma mensagem para que as pessoas se arrependam, mas não se observa nenhum arrependimento (9.20-21). A ira de Deus não é apenas julgadora; ela também inclui um propósito misericordioso: levar os humanos ao arrependimento e à adoração de Cristo, e não do Anticristo. Veja o quadro “O arrependimento” (Ap 9).

O silencio

O silêncio remete ao ficar passivo — aguardando o momento de alguma coisa acontecer ou alguém falar. Neste caso, aguardamos Deus falar. Ficar em silêncio nos faz pensar na grandeza de Deus: ele reina soberano sobre a Terra. Ao deixarmos cair as resistências, ordens, pensamentos e regras no vazio, algo vai brotar, algo do Espírito, do seu agir em nós. Podemos nos aquietar na presença de Deus, e no silêncio ouvir Deus falar, e assim vamos sendo preparados para a eternidade com o Pai. O convite a silenciar diante de Deus reafirma o ensino de Jesus em Mt 6.6 sobre a oração solitária. Reverência diante do Deus Santo, o silêncio serve também como princípio para reflexão. Silenciar as diversas vozes dentro e ao redor de nós nos ajuda a poder discernir, para estarmos prontos a atender à voz do Senhor. O silêncio também abre espaço para a contemplação, para deixar-se tocar pelo Espírito Santo de Deus. O silêncio nos faz esvaziar de nós mesmos, para podermos voltar a sentir.

Na quietude podemos ter a visão do que o Senhor está fazendo e juntar-nos a ele para realizar a obra, experimentando que do Senhor vem tanto o querer como o realizar. No silêncio posso compreender a vontade de Deus para minha vida, onde o amor a Deus fica acima de todas as coisas, para podermos dizer: eu amo a Deus de todo o coração.