Apocalipse 8
Apocalipse
8 continua a narrativa apocalíptica iniciada nos capítulos anteriores,
apresentando a abertura dos últimos três selos do rolo que estava na mão
direita daquele que estava assentado no trono (Apocalipse 5:1). Este capítulo
descreve a introdução das sete trombetas, que são associadas a juízos
adicionais que ocorrem durante o período final da história humana antes da
segunda vinda de Cristo.
Visão das Sete Trombetas
1. A Abertura do Sétimo Selo
- Versículos chave: Apocalipse 8:1-6
- Descrição: Quando o Cordeiro abriu o
sétimo selo, houve um silêncio no céu por cerca de meia hora. Então sete
anjos que estavam diante de Deus receberam sete trombetas. Outro anjo
veio com um incensário de ouro e ofereceu incenso com as orações dos
santos no altar de ouro diante do trono. O anjo encheu o incensário com
fogo do altar e lançou-o sobre a terra, o que causou trovões, vozes,
relâmpagos e um terremoto.
2. A Primeira Trombeta: Fogo Misturados com
Sangue
- Versículos chave: Apocalipse 8:7
- Descrição: O primeiro anjo tocou a
sua trombeta, e houve saraiva e fogo misturados com sangue, que foram
lançados sobre a terra; e foi queimada a terça parte da terra, a terça
parte das árvores e toda a erva verde.
3. A Segunda Trombeta: O Mar Torna-se Sangue
- Versículos chave: Apocalipse 8:8-9
- Descrição: O segundo anjo tocou a sua
trombeta, e como que um grande monte ardendo em fogo foi lançado no mar,
e tornou-se em sangue a terça parte do mar. E morreu a terça parte das
criaturas que tinham vida no mar, e foi destruída a terça parte dos
navios.
4. A Terceira Trombeta: O Rio Torna-se Amargoso
- Versículos chave: Apocalipse 8:10-11
- Descrição: O terceiro anjo tocou a
sua trombeta, e caiu do céu uma grande estrela, ardendo como uma tocha, e
caiu sobre a terça parte dos rios e sobre as fontes das águas. O nome da
estrela era Absinto, e a terça parte das águas tornou-se em absinto, e
muitos homens morreram das águas, porque se tornaram amargas.
5. A Quarta Trombeta: O Escurecimento dos Luminares
Celestes
- Versículos chave: Apocalipse 8:12
- Descrição: O quarto anjo tocou a sua
trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, da lua e das estrelas, para
que a terça parte deles se escurecesse, e a terça parte do dia não
brilhasse, e semelhantemente a noite.
Aplicações Práticas
- A Seriedade dos Juízos
Divinos
- A descrição das trombetas
nos lembra da seriedade dos juízos de Deus sobre a terra, como
consequência da rebelião e pecado.
- O Chamado ao Arrependimento
- Os juízos descritos nas
trombetas servem como um chamado ao arrependimento e retorno a Deus,
antes que seja tarde demais.
- A Soberania de Deus sobre a
Criação
- As trombetas destacam a
soberania de Deus sobre toda a criação, incluindo os elementos naturais e
celestiais.
- A Necessidade de Preparação
Espiritual
- A preparação espiritual se
torna essencial diante dos eventos descritos, nos incentivando a buscar
uma relação íntima com Deus.
Apocalipse
8 oferece uma visão dos juízos adicionais de Deus que serão desencadeados
durante os últimos dias antes da segunda vinda de Cristo. Estes eventos são parte
do plano divino para trazer justiça e restauração completa à criação. Como
crentes, somos chamados a permanecer vigilantes, orar sem cessar e confiar na
promessa de que Deus está no controle, mesmo diante dos tempos difíceis que
podem vir sobre o mundo.
Devocional
Apocalipse 8.1-5 houve silêncio no céu. O silêncio serve como sinal solene de algo grandioso: as orações dos fiéis que sobem diante de Deus! O Senhor está atento, ouve e aceita as nossas orações apresentadas no altar da graça, e o Espírito Santo as reforça, intercedendo por nós. Como se observa em seguida, essas orações reforçadas têm o poder de abalar os firmamentos da terra. Percebemos aqui como silêncio e oração são relacionados. Veja o quadro ”O silêncio”.
Apocalipse 8.6-12 sete trombetas. Ao silêncio segue-se o terror. O caos se espalha sobre a face da terra e a escuridão se estende por toda a parte. Aparentemente, Deus está ausente neste momento de terror, mas se observarmos cuidadosamente, mesmo em meio a todo este caos, Deus está no controle. As três séries (selos, trombetas e taças da ira) terminam praticamente ao mesmo tempo (o fim do nosso mundo, com um terremoto colossal), mas seu início acontece em momentos diferentes. As primeiras quatro trombetas formam um sistema, semelhante aos primeiros quatro selos. A mensagem delas é uma espécie de alerta quanto a nosso estilo de vida na terra: a destruição progressiva da natureza, fazendo da Terra um lugar muito menos agradável de se viver. Um terço de toda vegetação, um terço das águas dos mares e da vida marinha, um terço de toda água potável, e um terço dos céus (luz, atmosfera, sol, estrelas) será (ou deveríamos dizer “tem sido”) destruído. Isso pode parecer lugar-comum atualmente, mas não o era na época em que foi escrito (por volta de 95 d.C.).
Apocalipse 8.13-21 Ai de vocês que estiverem morando na terra. Mais uma vez, após o quarto ato acontece uma separação, e agora é a vez da metade não cristã ser atingida. As três últimas trombetas se caracterizam pela palavra ai, que indica uma intensificação dos juízos que seguirão. A quinta trombeta fala sobre um tipo de tortura tão terrível que faz com que as pessoas prefiram morrer. Como esse sofrimento — conforme a visão — é na verdade produzido por demônios, talvez se refira a consequências de atitudes que a princípio pareciam inofensivas, mas que através delas as pessoas entram em contato com espíritos maus, ídolos e ocultismo, algo que, de modo misterioso, acaba fazendo sua vida ficar muito ruim (poderíamos pensar em tentar conseguir um favor de uma entidade espiritual, ou a predição do futuro, ou contatar um morto, coisas essas que são claramente condenadas na Bíblia). Seja como for, o sofrimento é ainda aumentado pelo fato de que nem a morte está disponível. Porém a morte aparecerá na próxima trombeta, atingindo um terço da humanidade com pragas de fogo, fumaça e enxofre, e é neste contexto que novamente chegamos ao grande terremoto. É assim que Deus envia uma mensagem para que as pessoas se arrependam, mas não se observa nenhum arrependimento (9.20-21). A ira de Deus não é apenas julgadora; ela também inclui um propósito misericordioso: levar os humanos ao arrependimento e à adoração de Cristo, e não do Anticristo. Veja o quadro “O arrependimento” (Ap 9).
O silencio
O silêncio remete ao ficar passivo — aguardando o momento de alguma coisa acontecer ou alguém falar. Neste caso, aguardamos Deus falar. Ficar em silêncio nos faz pensar na grandeza de Deus: ele reina soberano sobre a Terra. Ao deixarmos cair as resistências, ordens, pensamentos e regras no vazio, algo vai brotar, algo do Espírito, do seu agir em nós. Podemos nos aquietar na presença de Deus, e no silêncio ouvir Deus falar, e assim vamos sendo preparados para a eternidade com o Pai. O convite a silenciar diante de Deus reafirma o ensino de Jesus em Mt 6.6 sobre a oração solitária. Reverência diante do Deus Santo, o silêncio serve também como princípio para reflexão. Silenciar as diversas vozes dentro e ao redor de nós nos ajuda a poder discernir, para estarmos prontos a atender à voz do Senhor. O silêncio também abre espaço para a contemplação, para deixar-se tocar pelo Espírito Santo de Deus. O silêncio nos faz esvaziar de nós mesmos, para podermos voltar a sentir.
Na quietude podemos ter a visão do que o Senhor está fazendo e juntar-nos a ele para realizar a obra, experimentando que do Senhor vem tanto o querer como o realizar. No silêncio posso compreender a vontade de Deus para minha vida, onde o amor a Deus fica acima de todas as coisas, para podermos dizer: eu amo a Deus de todo o coração.